Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar (PCAR3) de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho do GPA

A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros The post Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar (PCAR3) de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho do GPA appeared first on Seu Dinheiro.

Mar 31, 2025 - 13:46
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Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar (PCAR3) de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho do GPA

A trama envolvendo o empresário Nelson Tanure e o Pão de Açúcar (PCAR3) acaba de ganhar um novo capítulo — agora, com o potencial de virar de cabeça para baixo o alto escalão do GPA. 

A varejista afirmou que convocará uma assembleia geral extraordinária (AGE) após um dos acionistas minoritários, o Saint German FIM — fundo da Trustee DTVM, gestora que supostamente tem Tanure como cotista — solicitar a reunião.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a gestora quer propor mudanças no conselho de administração da gigante do varejo alimentar em busca de uma “maior eficiência e redução de custos”. 

Vale lembrar que Tanure é conhecido por desempenhar uma gestão ativa nas companhias nas quais é acionista. 

Em seu rol de participações, figuram desde casos de sucesso empresarial como o turnaround na Prio (PRIO3), como também questões mais controversas, como a disputa societária na Gafisa (GFSA3) e uma suposta posição relevante na Ambipar (AMBP3).

O fundo da Trustee atualmente detém mais de 3% do capital social do Pão de Açúcar. De acordo com a Exame, se considerada a posição em derivativos e a participação de 5,7% em ações, a Trustee possui em torno de 10% da empresa.

As propostas do fundo ligado a Tanure para o Pão de Açúcar (PCAR3)

Uma das propostas da Trustee é a destituição integral do atual corpo administrativo do Pão de Açúcar (PCAR3) para a eleição de novos membros.

A gestora também quer discutir a reestruturação do colegiado, fixando em nove cadeiras o número de conselheiros — a mesma quantidade atualmente em vigor — para um novo mandato unificado de dois anos. 

Hoje, o estatuto do Pão de Açúcar determina que o conselho seja composto por no mínimo três conselheiros e possa atingir, no máximo, 12 membros.

Para a eleição do conselho de administração, o fundo da Trustee também propõe que seja realizada pelo sistema de chapas. A proposta da gestora é a seguinte:

  • Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira (Presidente)
  • Cristophe José Hidalgo (Vice-Presidente)
  • Marcelo Pimentel
  • Helene Esther Bitton (membro independente)
  • Rodrigo Tostes Solon de Pontes (membro independente)
  • Pedro de Moraes Borba (membro independente)
  • Líbano Miranda Barroso (membro independente)
  • Eliana Ambrósio Chimenti (membro independente)
  • Sebastián Dario Los (membro independente)

Nos termos da proposta da gestora ligada a Tanure, apenas três membros seriam mantidos no conselho da varejista. Um deles é o atual CEO do GPA, Marcelo Pimentel.

Os outros dois são acionistas de referência do Pão de Açúcar. A proposta prevê que Ronaldo Iabrudi seria indicado ao cargo de presidente do conselho (chairman). Enquanto isso, Cristophe Hidalgo ocuparia a posição de vice-presidente do colegiado.

De acordo com informações do Pipeline, Tanure fez um acordo com dois acionistas do GPA, o grupo francês Casino e Ronaldo Iabrudi, para emplacar dois nomes no conselho: Rodrigo Tostes, hoje diretor financeiro da Light e o advogado Pedro Borba.

O Pão de Açúcar confirmou que convocará a AGE “dentro do prazo legal”.

Por trás da proposta

De acordo com a carta enviada à administração do GPA, o fundo da Trustee não pretende “alterar substancialmente o direcionamento geral dos negócios sociais”.

Porém, o Saint German avalia que o foco da varejista deveria ser a geração de valor e retorno aos acionistas e hoje “há um considerável potencial para essa maximização”, especialmente por meio de práticas focadas na eficiência e redução de custos.

Segundo o fundo, a sustentabilidade financeira da varejista “depende diretamente da sua capacidade de gerenciar e reduzir suas obrigações financeiras”. 

É por isso que a redução significativa no nível geral de endividamento atual do Pão de Açúcar deveria ser um “objetivo prioritário da administração”, para não comprometer a liquidez e a capacidade do GPA de investir em oportunidades de crescimento, segundo a Trustee. 

No fim do quarto trimestre, o Pão de Açúcar apresentava uma dívida líquida de R$ 1,3 bilhão, com uma alavancagem de 1,6 vez.

Uma das estratégias propostas pela gestora supostamente ligada a Nelson Tanure para reduzir ainda mais esse patamar é a venda de ativos “não essenciais”, além da reavaliação e priorização dos investimentos e otimização do capital de giro. 

“O foco em um balanço sólido permitirá que a companhia tenha mais flexibilidade em suas operações e uma maior capacidade de crescimento”, avaliou a gestora.

*Com informações do Pipeline e da Exame Insight.

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