Senadores do DF querem ouvir chefes do BRB e do Banco Master em comissão
Damares Alves, Izalci Lucas e Leila Barros dizem que o Banco de Brasília assumiria ‘risco imenso’ se concretizasse a compra de 58% do Master

Os senadores Damares Alves (Republicanos), Izalci Lucas (PL) e Leila Barros (PDT), todos do Distrito Federal, assinam juntos um pedido para convidar o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, a comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para prestar informações sobre a transação envolvendo as duas empresas.
No fim de março, o BRB anunciou a decisão de comprar 58% do capital do Master. Estimado em 2 bilhões de reais, o negócio precisa ser autorizado pelo Banco Central (BC) e pelo Cade.
“O problema é que agora o BRB, um banco estatal que deve ter como objetivo principal a promoção do desenvolvimento econômico e social do DF, está assumindo esse risco imenso”, disse Leila em pronunciamento recente na tribuna do Senado.
“A operação de aquisição pelo BRB ocorre em um cenário em que o Banco Central já expressou preocupação com as práticas de captação agressivas do Banco Master, principalmente por meio da emissão massiva de CDBs garantidos pelo Fundo Garantidor”, acrescentou.
No requerimento de convite aos executivos dos dois bancos, os senadores do Distrito Federal afirmam que o Master é “conhecido por uma política agressiva para captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) a quem compra papéis da instituição financeira, bastante superiores às taxas médias para bancos pequenos, em torno de 110% a 120% do CDI”.
Os parlamentares também lembram os relatos de uma tentativa anterior do BTG Pactual de comprar o Master por apenas 1 real para assumir o controle e o passivo da instituição financeira, transação que não se concretizou.
“Qualquer operação de aquisição, sobretudo de uma instituição privada com perfil agressivo de mercado e ativos de alta volatilidade ou liquidez duvidosa — como é o caso do Banco Master, notadamente exposto em precatórios — deve ser precedida por uma análise rigorosa de viabilidade, risco sistêmico e interesse público envolvido”, escrevem.