Robert Prevost: quem é o papa Leão XIV, sucessor de Francisco

Mai 9, 2025 - 15:28
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Robert Prevost: quem é o papa Leão XIV, sucessor de Francisco

Na tarde de 8 de maio de 2025, Robert Prevost foi anunciado como sucessor do Papa Francisco aos milhares de fiéis que lotavam a Praça de São Pedro, no Vaticano. A partir de agora, o então cardeal passa a ser conhecido como Papa Leão XIV.

Papa Leão XIV: origem e trajetória

Apesar de pouco conhecido no cenário global, a escolha do primeiro norte-americano para comandar a Igreja Católica não foi uma surpresa, pois Prevost já era um nome forte da linha franciscana do Vaticano. Em 2023, o Papa Francisco escolheu o então bispo missionário para ser prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos cargos mais importantes da hierarquia católica. Entre outras atribuições, compete a essa instituição avaliar quem entra na lista de candidatos a bispo enviada ao sumo pontífice para a decisão final.

Apesar do cargo, Prevost parece nunca ter abandonado sua vocação pastoral. Em entrevista ao Vatican News logo após assumir o Dicastério, afirmou que “o bispo é um pastor próximo ao povo, e não um gestor”.

Discreto e bem-humorado, segundo colegas, participou de momentos importantes do papado de Francisco, considerados reformistas. Um deles foi a inclusão de mulheres no grupo que decide sobre a lista de bispos a ser encaminhada ao papa.

Em seu primeiro discurso como sumo pontífice, o Papa Leão XIV defendeu a paz e expressou gratidão a Francisco. Até agora, a aposta é de que ele dê continuidade às reformas de seu antecessor, mas, provavelmente, de forma mais contida.

Qual a nacionalidade do novo papa?

Robert Francis Prevost nasceu em Chicago, em 14 de setembro de 1955. Embora sua família tenha origens europeias, ele também possui cidadania peruana, pois viveu por quase 20 anos no país andino. Foi lá que começou sua carreira como missionário agostiniano.

Em 1977, entrou para a vida religiosa, depois de concluir o bacharelado em Matemática na Villanova University, na Pensilvânia. Cinco anos depois, aos 27 anos, foi estudar Direito Canônico na Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma, onde obteve também o doutorado. Em 1982, foi ordenado padre pela Ordem de Santo Agostinho e, três anos depois, iniciou sua missão no Peru. Durante dez anos, ensinou Direito Canônico em um seminário diocesano no país, até retornar aos EUA em 1999 para assumir a Província Agostiniana de Chicago.

Seu trabalho chamou a atenção do Papa Francisco, que o mandou de volta ao Peru para assumir como arcebispo de Chiclayo em 2014. Um ano depois, adquiriu a cidadania peruana, tendo permanecido no cargo por nove anos.

Em 2023, uma nova mudança marcou sua trajetória religiosa: Francisco o transferiu para Roma, para presidir a Pontifícia Comissão para a América Latina, cujo objetivo é promover estudos relativos à vida e ao desenvolvimento do catolicismo na região. Dessa forma, mesmo distante de sua origem missionária, não perdeu o contato com a comunidade católica latino-americana.

Em janeiro de 2023, tornou-se cardeal, e, três meses depois, o Papa Francisco o nomeou prefeito do Dicastério para os Bispos. Robert Prevost ocupou essa posição chave na Cúria Romana por quase dois anos, até ser escolhido por seus colegas cardeais para suceder Francisco, falecido em 21 de abril de 2025.

O que o papa defende?

Segundo o jornal The New York Times, Prevost recebeu elogios por seu apoio a imigrantes venezuelanos e por ter visitado comunidades longínquas no Peru. Quando era padre no país, chegou a cobrar desculpas públicas de autoridades por violências cometidas durante o governo autoritário de Alberto Fujimori.

Por outro lado, enfrentou críticas sobre sua postura conservadora em relação a determinados aspectos. Em 2023, três mulheres o acusaram de ter acobertado abusos sexuais cometidos por dois padres no Peru quando elas ainda eram crianças. Na ocasião, o atual Papa Leão XIV estava em pleno mandato como bispo no país. Segundo as denúncias, Prevost teria sido procurado por uma das vítimas e, posteriormente, aberto uma investigação canônica inicial. Depois disso, um dos padres foi obrigado a se afastar temporariamente de suas atividades, e o outro, com problemas de saúde, já não estava mais exercendo o sacerdócio. A diocese peruana afirmou que Prevost agiu de acordo com o protocolo da legislação da Igreja e negou qualquer tipo de acobertamento por parte do então cardeal. O fato resultou na mais grave crise de toda a sua trajetória religiosa.

O conservadorismo em relação a pessoas LGBTQIA+ é outra pedra no sapato do atual papa. Quando era bispo em Chiclayo, ele se posicionou contra a ideia do governo local de incluir ensinamentos sobre gênero nas escolas.

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