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Robalo lunar: França quer montar fazenda de peixes na Lua
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Um projeto do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES) pretende criar uma fazenda de peixes na Lua e a espécie escolhida é o robalo.
No sul da França, o biólogo marinho Cyrille Przybyla, do Instituto de Pesquisa Oceânica da Franca (Ifremer) já prepara um grupo de robalos para a pioneira missão Lunar Hatch.
A intenção da iniciativa é descobrir a viabilidade da aquicultura do robalo em fazendas na Lua, com os peixes servindo como alimento sustentável para astronautas.
Aliás, segundo Przybyla, peixes são uma fonte ideal de proteína no espaço pelo valor nutritivo, incluindo vitaminas essenciais e ômega-3, importantes para manter a musculatura.
O conceito de enviar peixes à Lua envolve lançar ovos fertilizados de robalos que seriam chocados na Estação Espacial Internacional (ISS). Inicialmente, astronautas fariam análises nos peixes antes deles serem congelados e enviados de volta à Terra para mais análises.
Por isso, o nome do projeto é um trocadilho inteligente. “Hatch” significa tanto “escotilha” como o ato de “chocar ovos”. De acordo com o cientista, após a passagem pela ISS, o próximo passo seria construir uma fazenda de peixes na Lua usando água dos depósitos de gelo da Lua.
Como será a fazenda de peixes na Lua?
O projeto apresenta um conceito de seis tanques em uma futura base lunar para a fazenda de peixes, com espécies além do robalo, como alimento aos astronautas na Lua.
De acordo com Przybyla, o modelo de aquicultura lunar teria camarões, minhocas, microalgas e plânctons para ampliar a sustentabilidade.
Os camarões e as minhocas consumiriam os restos dos peixes, enquanto também serviriam de alimento aos robalos, formando um ciclo de zero desperdício na Lua.
O cientista francês estima que seriam necessários 200 robalos para alimentar sete astronautas com duas porções semanais em uma missão com quatro meses de duração.
Para validar os resultados, 200 ovos serão enviados ao espaço, enquanto 200 ficarão na Terra como grupo de controle, segundo um estudo publicado por Przybyla no último dia 15.
De acordo com o estudo, os resultados dos testes foram promissores. Em um ambiente que simula condições espaciais, os ovos de robalo apresentaram resistência, com tolerância à vibração, hipergravidade e radiação.
Além disso, os testes confirmaram que os embriões de robalos podem tolerar as condições de viagens espaciais. Veja:
Contudo, o projeto de quase uma década depende da NASA e da ESA. A Agência Espacial Europeia selecionou o projeto Lunar Hatch para a primeira missão do lander Argonaut, cuja previsão de lançamento é em 2031.
No caso da NASA, a CNES firmou uma parceria para enviar os peixes ao espaço, mas, com os cortes de Trump, os projetos científicos e as viagens à Lua são incertos.
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