Review | The First Berserker: Khazan
Game chega em 27 de março O post Review | The First Berserker: Khazan apareceu primeiro em O Vício.

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Nos últimos anos, a indústria dos games parece finalmente ter dominado a fórmula dos soulslike, oferecendo diversas experiências que ficam bem próximas às da FromSoftware, criadora do subgênero. The First Berserker: Khazan é mais um desses casos.
O game é feito pela Neople em parceria com a Nexon, e seu diferencial é que ele é ambientando no expansivo universo de Dungeon & Fighter. O que, você não sabe o que é isso? Dungeon & Fighter surgiu basicamente como um MMO bem diferente dos demais, já que ele funcionava como um beat'em up sidescrolling. Com o tempo, esse universo foi se expandindo para games de vários outros estilos, e agora é a vez do soulslike.
Na trama, seguimos Khazan, um guerreiro que salvou o império da ameaça de um dragão, mas cujo aumento de popularidade gerou ciúmes do imperador, que o traiu e o prendeu. Khazan é então libertado por um espírito das trevas, e devem trabalhar em conjunto para que ambos alcancem seus objetivos.

A estrutura do game, daí em diante, é o que já estamos acostumados no gênero. The First Berserker: Khazan, no entanto, é um pouco mais focado na velocidade, quase como se quisesse ficar em um meio termo entre souls e hack n' slash. As armas disponíveis — lâminas duplas, espada grande e glaive — oferecem estilos de combate distintos, cada um com vantagens estratégicas. O jogo também conta com um extenso menu de habilidades, com árvores dedicadas a cada tipo de arma, ampliando as possibilidades estratégicas. Isso até cria uma gameplay mais dinâmico, mas que não faz muita diferença ao enfrentar os chefes.
E por falar em chefes, aqui notamos um pequeno desbalanceamento no game, que acaba sendo bem incômodo. Cada área conta com o seu boss final, o que é normal, mas o que ocorre é que esse chefe final de cada área é sempre muito acima do nível que o jogador precisaria para chegar ali. Em jogos do gênero, é normal que o jogador pene sempre que encontra um chefe, mas sempre há aquela sensação de que a progressão até ali foi suficiente - é apenas um questão de decorar o moveset do oponente. Trata-se de aprender.
Khazan, no entanto, não parece estimular o aprendizado. É normal chegar a um chefe, saber exatamente o que fazer para derrotá-lo, mas simplesmente não conseguir porque mesmo que você esteja mais upado até mesmo do que a área necessita, seu dano no inimigo permanece sendo risível. Isso força o jogador a fazer o temido grinding - o que o torna mais tedioso.
Isso nos leva a uma outra questão: diferente do que acontece em jogos do gênero, The First Berserker: Khazan se rende a uma recorrente crítica de alguns jogadores e traz uma opção de acessibilidade há muito pedida. Sim, é possível jogar no fácil. No entanto, me pergunto ainda se isso não foi alguma piada do estúdio, pois testei os dois modos e sinceramente acho que seria mais honesto se eles se chamassem Difícil e Mais Difícil.
E antes que alguém questione, não, essa não é uma reclamação sobre dificuldade em um soulslike. E sim sobre a falta de balanceamento. Fazer um jogo desse gênero não é algo tão simples quanto parece, pois a linha entre frustração e recompensa é sempre tênue. E Khazan falha inúmeras vezes na parte da recompensa.
Visualmente, o jogo chama atenção com seu estilo cel-shading bem trabalhado, remetendo à estética de anime, mas sem perder a atmosfera sombria e brutal característica do gênero. Os inimigos, especialmente os chefes, são imponentes e trazem padrões de ataque variados que testam a paciência e reflexos do jogador. O design de cenários também não decepciona, criando um mundo denso e imersivo.
A progressão de equipamentos promete ser um dos pontos altos, com um sistema de loot robusto que permite a evolução contínua do personagem. A combinação de armaduras e acessórios influencia diretamente a forma como os combates se desenrolam, o que adiciona um elemento estratégico importante. No entanto, os sets acabam sendo um pouco repetitivos, e é normal encontrar as mesmas peças de armadura, apenas com um nível mais alto.
De uma forma geral, The First Berserker: Khazan é um jogo bem feito, mas que claramente precisa de retoques e mais polimento. Mas mesmo sem os problemas citados, é importante dizer que ele não tenta - ou sequer se esforça - em trazer algo novo. Diferente de experiências recentes como Black Myth: Wukong, Kazhan não sai do básico, aumentando muito o senso de "mais do mesmo". O que é curioso, já que o estúdio insistiu em algumas declarações que o jogo era algo próprio, e que inclusive não concordavam em vê-lo ser chamado de "soulslike".
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Trata-se de um jogo de ação desenvolvido pela Neople, que é ambientado no mundo de Dungeon Fighter Online e tem sistemas semelhantes aos dos jogos souls.
Na campanha, você assume o papel de Khazan, o conhecido matador do dragão Berserk Hismar, que parte para uma jornada de redenção em um mundo implacável.
- Desenvolvedora: Neople
- Publisher: Nexon
- Plataformas: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
- Review feito no: PlayStation 5
- - Visual muito bonito
- - Desbalanceamento nas batalhas contra chefes
- - Baixa sensação de recompensa
- - Sensação de mais do mesmo
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