Refluxo

Lembro-me bem de, menina de tenra idade, caminhar com a minha mãe a muitas consultas de diversos médicos e especialistas, devido “à dor”. A menina tinha uma dor, estava sempre mal disposta, não queria comer e parecia um pau de virar tripas. Não houve diagnóstico nem medicação que tratasse o problema. Só por volta dos meus 12, 13 anos o médico de família do Centro de Saúde das Florindas me diagnosticou um refluxo gastroesofágico. Comecei por tomar um “pó” com fórmula de preparação farmacêutica  que se misturava na água e ficava com uma aparência e consistência leitosa, muito parecido com a fórmula que o meu pai tomava para a úlcera gástrica, e só bem mais tarde passei a tomar um “inibidor da bomba de protões”, então apenas mediante receita médica e presentemente de venda livre  em qualquer espaço de saúde. Quem sofre desta condição sabe o que deve fazer para a minimizar a azia e o desconforto. A minha tia Adelaide sofria do mesmo problema e cada vez que os sintomas se agudizavam era sempre “ataque cardíaco” e corrida para o hospital, onde, cliente habitual, lhe era ministrado um medicamento para os gases e um calmante e mais nada. Mas com 90 anos a hipocondria é desculpável. Para além do “inibidor da bomba de protões” em s.o.s, comer bem, com moderação e no mínimo quatro horas antes de se deitar, resolvem na maioria das vezes a situação, sem dramas nem sustos. Uma vez habituados às poucas regras que a condição acarreta, uma qualquer crise mais aguda não é de modo algum impeditiva de fazer uma vida normal e activa, onde a prática do desporto é vivamente aconselhada. Tudo o mais é um perfeito exagero.

Mai 15, 2025 - 12:54
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Refluxo

Lembro-me bem de, menina de tenra idade, caminhar com a minha mãe a muitas consultas de diversos médicos e especialistas, devido “à dor”. A menina tinha uma dor, estava sempre mal disposta, não queria comer e parecia um pau de virar tripas.

Não houve diagnóstico nem medicação que tratasse o problema. Só por volta dos meus 12, 13 anos o médico de família do Centro de Saúde das Florindas me diagnosticou um refluxo gastroesofágico. Comecei por tomar um “pó” com fórmula de preparação farmacêutica  que se misturava na água e ficava com uma aparência e consistência leitosa, muito parecido com a fórmula que o meu pai tomava para a úlcera gástrica, e só bem mais tarde passei a tomar um “inibidor da bomba de protões”, então apenas mediante receita médica e presentemente de venda livre  em qualquer espaço de saúde.

Quem sofre desta condição sabe o que deve fazer para a minimizar a azia e o desconforto. A minha tia Adelaide sofria do mesmo problema e cada vez que os sintomas se agudizavam era sempre “ataque cardíaco” e corrida para o hospital, onde, cliente habitual, lhe era ministrado um medicamento para os gases e um calmante e mais nada. Mas com 90 anos a hipocondria é desculpável.

Para além do “inibidor da bomba de protões” em s.o.s, comer bem, com moderação e no mínimo quatro horas antes de se deitar, resolvem na maioria das vezes a situação, sem dramas nem sustos.

Uma vez habituados às poucas regras que a condição acarreta, uma qualquer crise mais aguda não é de modo algum impeditiva de fazer uma vida normal e activa, onde a prática do desporto é vivamente aconselhada. Tudo o mais é um perfeito exagero.