Queda das ações é proposital, diz vídeo compartilhado por Trump

Em meio à escalada da guerra comercial com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compartilhou em suas redes sociais nesta sexta-feira (4) um vídeo que alega que a queda nas bolsas é uma estratégia deliberada para forçar o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a cortar os juros.

“Trump está derrubando o mercado de ações em 20% neste mês, mas ele está fazendo isso de propósito”, afirma o narrador do vídeo. “É um movimento de xadrez selvagem, mas está funcionando.”

De acordo com o vídeo, a desvalorização das ações estimularia a compra de títulos do Tesouro, pressionando o Fed a reduzir as taxas de juros. “Isso permite ao Fed refinanciar trilhões em dívidas de forma barata, enfraquece o dólar e reduz as taxas de hipoteca”, diz o autor.

Os mercados estremeceram após a China anunciar um pacote de retaliações aos EUA. Os índices futuros americanos aceleraram perdas, o dólar disparou, o petróleo desabou 8% e a Petrobras recuou 4%. Enquanto isso, os juros locais recuaram com o temor crescente de recessão nos EUA.

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O vídeo compartilhado por Trump também apresenta as tarifas como parte de um plano para “forçar empresas a produzirem nos Estados Unidos” e “aumentar a venda de produtos agrícolas no mercado interno, o que ajudaria a baixar os preços dos alimentos”.

“Lembre-se: 94% de todas as ações estão nas mãos de apenas 8% dos americanos”, conclui o vídeo. “Trump está tirando dos ricos no curto prazo e entregando à classe média por meio de preços mais baixos.”

“Políticas não mudarão”

Pouco depois de compartilhar o vídeo, Trump reafirmou sua política econômica em postagem na Truth Social, mesmo após a retaliação mais agressiva da China até agora. “Minhas políticas nunca mudarão”, escreveu. E completou: “A todos os investidores que estão vindo para os Estados Unidos e investindo quantias massivas de dinheiro: este é um ótimo momento para ficar rico, mais rico do que nunca.”

A resposta de Pequim incluiu tarifas adicionais de 34% sobre produtos americanos e restrições à exportação de terras raras médias e pesadas, como térbio, disprósio e gadolínio — insumos essenciais para os setores de tecnologia e defesa. Além disso, 16 empresas americanas foram incluídas na lista de controle de exportações da China, e outras 11 foram classificadas como “entidades não confiáveis”, proibidas de operar no país.

“O propósito da implementação pelo governo chinês de controles de exportação de itens relevantes é salvaguardar melhor a segurança e os interesses nacionais”, afirmou o Ministério do Comércio da China em nota oficial, destacando ainda o compromisso com obrigações internacionais como a não proliferação.

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