Povos originários se organizam para participar da COP30
Com protagonismo ampliado e união internacional, povos originários se organizam para ocupar espaços de decisão na conferência climática que ocorrerá em novembro, em Belém do Pará

Com a presença de lideranças indígenas do Brasil e de mais 15 países, a plenária “A Resposta Somos Nós: Povos Indígenas rumo à COP30” marcou o lançamento da Comissão Internacional Indígena e da primeira Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) indígena. A iniciativa ocorreu nesta quarta-feira (10/4), durante o Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília.
A ação integra a campanha global “A Resposta Somos Nós”, liderada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e reforça a importância da participação indígena na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP30), que será realizada em novembro em Belém (PA).
A plenária contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; da deputada federal Célia Xakriabá; do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago; e da deputada Erika Hilton, além de lideranças indígenas do Brasil e de diferentes países da Bacia Amazônica.
“Sempre lutamos para que os povos indígenas estivessem no centro desse debate, porque os territórios funcionam como uma grande barreira contra o avanço das monoculturas, da mineração, do garimpo e do agronegócio”, afirmou Guajajara. Ela também destacou a preparação de jovens lideranças indígenas para atuarem diretamente nas negociações internacionais.
Leia também: Acampamento Terra Livre busca direitos "afrontados", aponta secretário-executivo do Cimi
A nova Comissão Internacional terá representações do Fórum Permanente da ONU, da Plataforma de Povos Indígenas e Comunidades Locais, do Caucus Indígena, da Aliança Global de Comunidades Territoriais, da Bacia Amazônica e do movimento indígena brasileiro por meio da APIB, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).
A ministra Marina Silva ressaltou o papel dos povos indígenas na preservação ambiental: “São eles que nos ensinam a viver da floresta sem destruí-la. Há um esforço para que a COP30 aconteça em um ambiente que seja compatível com o compromisso que temos”. A ministra também pontuou os esforços do governo para enfrentar o garimpo ilegal e a grilagem de terras.
Também estava presente a deputada Erika Hilton, que manifestou apoio à causa: “Estou ao lado dos povos indígenas na luta por dignidade, demarcação de terras e pela defesa dos povos do Brasil e do mundo. Vamos nos organizar para enfrentar a violência, a barbárie e a destruição que atinge toda a humanidade”.
O evento também teve presença internacional. Representantes da Guiana Francesa, Panamá, Suriname e Colômbia compartilharam relatos e reafirmaram a união na luta por direitos territoriais. Olo Villalaz, do povo Kuna do Panamá, afirma que os Estados precisam entender a necessidade de demarcar territórios indígenas. “São nos nossos territórios que estão a biodiversidade, os bosques, as florestas, os animais. Temos que garantir que cumpram os nossos direitos”.
O Acampamento Terra Livre, que este ano vive sua 21ª edição, reúne cerca de 9 mil indígenas de 200 povos, de acordo com a Apib. Sob o tema “Apib somos todos nós: em defesa da constituição e da vida”, a mobilização busca reconhecimento pela defesa do clima, dos saberes tradicionais e da demarcação de terras.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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