Pensamento analítico: Uma habilidade valiosa
Como você pode desenvolver um pensamento analítico e melhorar suas decisões como designerRanking das principais habilidades de trabalho. Fonte: Fórum Econômico MundialQuando mencionamos um perfil analítico, é comum imaginar alguém brilhante com números, praticamente um especialista em exatas. Contudo, o pensamento analítico é uma habilidade cognitiva que abrange desde a capacidade de reunir informações até a habilidade de visualizar o quadro geral e propor soluções.O pensamento analítico está intrinsecamente ligado à capacidade de trabalhar com informações e dados recebidos, permitindo ler, interpretar, correlacionar, e tomar decisões fundamentadas. E isso não diz respeito apenas a resolver problemas matemáticos ou lógicos, pode estar ligado até mesmo a validação de informações (Curiosidade: Sabia que na Estônia os alunos aprendem a identificar fake news?).Segundo o Fórum Econômico Mundial, o pensamento analítico está entre as principais habilidades para o futuro do trabalho. Isso faz sentido considerando que vivemos em um mundo repleto de dados e operações complexas, exigindo decisões que são cada vez mais estratégicas e fundamentadas em fatos, e não em suposições.Explorando o pensamento analíticoDevido à relevância desse tema, gostaria de compartilhar alguns pontos sobre como desenvolver essa habilidade. Falar sobre isso é um desafio para mim, pois não é uma habilidade que desenvolvi conscientemente, fazendo cursos, etc. Apesar de não ter buscado desenvolvê-la por meio de cursos formais, minha trajetória pessoal e profissional me permitiu cultivá-la ao longo do tempo. Este artigo é moldado pela minha experiência pessoal, então sinta-se à vontade para ter uma opinião diferente e compartilhá-la comigo.Acredito que o pensamento analítico está fortemente ligado à curiosidade, à fragmentação e a disposição de resolver. O que quero dizer é:Ao enfrentar um problema, é crucial não assumir que já detemos todas as respostas. É essencial buscar compreender as nuances, questionar os “porquês” e perceber detalhes que inicialmente podem passar despercebidos.Aprenda a fragmentar, dividir o problema em partes menores, e identificar conexões, quase como montar quebra cabeça. Isso facilita a busca de padrões e a interpretação objetiva.É necessário querer resolver, querer fazer parte da construção da solução, e não só ouvir e deixar para lá. Pode parecer óbvio, mas não é, infelizmente estamos cada vez mais em uma sociedade do self (“eu”), onde olhar para o outro só costuma fazer sentido quando há algum benefício pessoal envolvido ou nenhum desgaste emocional.Não existe uma única solução, então uma análise objetiva das opções disponíveis é fundamental, considerando logicamente as vantagens e desvantagens de cada solução potencial.ExemplosImagine um cenário em que você é um product designer e, ao conversar com seu par de produto (product management) você percebe dificuldades na priorização de tarefas, o que você faz:Ignora o problema por não ser sua responsabilidade.Propõem realizar uma dinâmica com um conhecido framework de priorização, como a Matriz Impacto vs. Esforço.Não sabe o que fazer ou fica indeciso sobre qual é a melhor abordagem.Se você escolheu o 1, talvez lhe falte curiosidade, vontade de resolver o problema ou, quem sabe, empatia. Ou simplesmente pode estar muito atarefado e cansado.Se escolheu 2, provavelmente já possui um repertório e trouxe uma solução. Isso pode ser um caminho rápido, mas quem garante que a solução resolverá o problema?Se você escolheu 3, bem-vindo ao meu time (risos).Não, a opção 3 não é a resposta correta; na verdade, não é sobre estar certo. E é aqui que entra o pensamento analítico, pois você precisa analisar e tomar a melhor decisão possível. Vou compartilhar minha decisão, mas seu foco deve ser no processo de pensamento, não na solução em si.Meu processo de pensamentoPrimeiro, eu observo ou recebo a informação. Muitas ideias costumam surgir na minha mente se eu já tiver algum conhecimento prévio sobre o tema, o que neste caso inclui os frameworks de priorização. Se eu não tiver bagagem anterior sobre o tema e já sei que terei mais trabalho, que inclui buscar conhecimento.Em segundo lugar, enfrento algumas dúvidas: devo apresentar o framework? Oferecer ajuda? Será que a pessoa quer ajuda? Observo o momento e as interações. Normalmente valorizo boas relações, e os product managers são meus parceiros e amigos, com quem mantenho trocas sinceras e de crescimento mútuo. Assim, é provável que eu queira ajudar, mas não oferecerei uma solução de imediato, preferindo dizer: “Vou pensar em algo que nos ajude a priorizar as coisas, o que acha?”.Em terceiro lugar, analiso o problema: qual é o cerne? Onde queremos chegar? O que não estou vendo? Nesse momento, conto muito com a Miro ou um papel, colocando tudo que penso ou tenho de informação, mesmo que bagunçado, só depois começo a montar o quebra-cabeça, conectando as coisas e vendo o que faz sentido, saindo então com uma proposta.E finalmente,

Como você pode desenvolver um pensamento analítico e melhorar suas decisões como designer

Quando mencionamos um perfil analítico, é comum imaginar alguém brilhante com números, praticamente um especialista em exatas. Contudo, o pensamento analítico é uma habilidade cognitiva que abrange desde a capacidade de reunir informações até a habilidade de visualizar o quadro geral e propor soluções.
O pensamento analítico está intrinsecamente ligado à capacidade de trabalhar com informações e dados recebidos, permitindo ler, interpretar, correlacionar, e tomar decisões fundamentadas. E isso não diz respeito apenas a resolver problemas matemáticos ou lógicos, pode estar ligado até mesmo a validação de informações (Curiosidade: Sabia que na Estônia os alunos aprendem a identificar fake news?).
Segundo o Fórum Econômico Mundial, o pensamento analítico está entre as principais habilidades para o futuro do trabalho. Isso faz sentido considerando que vivemos em um mundo repleto de dados e operações complexas, exigindo decisões que são cada vez mais estratégicas e fundamentadas em fatos, e não em suposições.
Explorando o pensamento analítico
Devido à relevância desse tema, gostaria de compartilhar alguns pontos sobre como desenvolver essa habilidade. Falar sobre isso é um desafio para mim, pois não é uma habilidade que desenvolvi conscientemente, fazendo cursos, etc. Apesar de não ter buscado desenvolvê-la por meio de cursos formais, minha trajetória pessoal e profissional me permitiu cultivá-la ao longo do tempo. Este artigo é moldado pela minha experiência pessoal, então sinta-se à vontade para ter uma opinião diferente e compartilhá-la comigo.
Acredito que o pensamento analítico está fortemente ligado à curiosidade, à fragmentação e a disposição de resolver. O que quero dizer é:
- Ao enfrentar um problema, é crucial não assumir que já detemos todas as respostas. É essencial buscar compreender as nuances, questionar os “porquês” e perceber detalhes que inicialmente podem passar despercebidos.
- Aprenda a fragmentar, dividir o problema em partes menores, e identificar conexões, quase como montar quebra cabeça. Isso facilita a busca de padrões e a interpretação objetiva.
- É necessário querer resolver, querer fazer parte da construção da solução, e não só ouvir e deixar para lá. Pode parecer óbvio, mas não é, infelizmente estamos cada vez mais em uma sociedade do self (“eu”), onde olhar para o outro só costuma fazer sentido quando há algum benefício pessoal envolvido ou nenhum desgaste emocional.
- Não existe uma única solução, então uma análise objetiva das opções disponíveis é fundamental, considerando logicamente as vantagens e desvantagens de cada solução potencial.
Exemplos
Imagine um cenário em que você é um product designer e, ao conversar com seu par de produto (product management) você percebe dificuldades na priorização de tarefas, o que você faz:
- Ignora o problema por não ser sua responsabilidade.
- Propõem realizar uma dinâmica com um conhecido framework de priorização, como a Matriz Impacto vs. Esforço.
- Não sabe o que fazer ou fica indeciso sobre qual é a melhor abordagem.
Se você escolheu o 1, talvez lhe falte curiosidade, vontade de resolver o problema ou, quem sabe, empatia. Ou simplesmente pode estar muito atarefado e cansado.
Se escolheu 2, provavelmente já possui um repertório e trouxe uma solução. Isso pode ser um caminho rápido, mas quem garante que a solução resolverá o problema?
Se você escolheu 3, bem-vindo ao meu time (risos).
Não, a opção 3 não é a resposta correta; na verdade, não é sobre estar certo. E é aqui que entra o pensamento analítico, pois você precisa analisar e tomar a melhor decisão possível. Vou compartilhar minha decisão, mas seu foco deve ser no processo de pensamento, não na solução em si.
Meu processo de pensamento
Primeiro, eu observo ou recebo a informação. Muitas ideias costumam surgir na minha mente se eu já tiver algum conhecimento prévio sobre o tema, o que neste caso inclui os frameworks de priorização. Se eu não tiver bagagem anterior sobre o tema e já sei que terei mais trabalho, que inclui buscar conhecimento.
Em segundo lugar, enfrento algumas dúvidas: devo apresentar o framework? Oferecer ajuda? Será que a pessoa quer ajuda? Observo o momento e as interações. Normalmente valorizo boas relações, e os product managers são meus parceiros e amigos, com quem mantenho trocas sinceras e de crescimento mútuo. Assim, é provável que eu queira ajudar, mas não oferecerei uma solução de imediato, preferindo dizer: “Vou pensar em algo que nos ajude a priorizar as coisas, o que acha?”.
Em terceiro lugar, analiso o problema: qual é o cerne? Onde queremos chegar? O que não estou vendo? Nesse momento, conto muito com a Miro ou um papel, colocando tudo que penso ou tenho de informação, mesmo que bagunçado, só depois começo a montar o quebra-cabeça, conectando as coisas e vendo o que faz sentido, saindo então com uma proposta.
E finalmente, apresento a proposta, sem a pretensão de que ela esteja escrita em pedra.
O pensamento analítico envolve a recepção e observação das informações, seguidas pela compreensão do que é apresentado, frequentemente utilizando recursos visuais. Depois passa por um processo de conectar ideias, identificar possíveis soluções e, finalmente, selecionar a mais adequada.
Como desenvolver o pensamento analítico
Embora eu não tenha buscado desenvolver essa habilidade de maneira intencional, isso não significa que certas experiências não tenham contribuído significativamente para sua formação. O que acredito que contribuiu:
Jogos de lógica
Na minha infância eu não tive muitos brinquedos, época financeiramente difícil para minha família, mas fui agraciada com bons amigos que dividiram seus brinquedos que eram: lego, quebra cabeça, e um livro de lógica. Não fui eu, nem minha família, que escolhemos esses jogos, mas quem diria que eles se tornariam tão importantes, fomentando meu interesse por esse tipo de atividade. Esses jogos ainda são uma parte importante do cultivo do meu raciocínio. Tem um site que de vez em quando visito… já ouviram falar no site racha cuca? (no fim do artigo deixarei outras sugestões).
Matemática
Sei que disse que não precisa ser uma pessoa de exatas para ter pensamento analítico, mas não posso negar que a matemática ajuda muito na construção desse pensamento.
A matemática ajuda a fomentar habilidades de abstração, raciocínio crítico, concentração e foco.
Hoje quase não uso a matemática em si, já esqueci muita coisa, e com a calculadora nem sei mais fazer conta de cabeça (da mesma forma que não decoro mais números de telefone), mas ela foi ótima para construir habilidades em mim, (P.S. sou formada em engenharia).
Tomar notas e planejamento
Não sei se isso está intimamente ligado ao pensamento analítico, mas definitivamente está relacionado à minha forma de pensar, já que tenho uma aprendizagem cenestésica e visual. Visualizar e criar uma experiência me ajudam muito; por isso, coloco tudo no papel (ou na Miro). Quando vou fazer uma grande faxina em casa, anoto o que preciso fazer, considero os dias e horários, e tento distribuir as tarefas conforme o tempo disponível (engraçado que, ao escrever isso, imagino a imagem do papel e as tarefas sendo organizadas). Antes de viajar, faço pesquisas detalhadas, vou anotando tudo e depois organizo as informações. Se vou fazer uma compra importante, pesquiso sobre o produto, anoto as opções e coloco todas as possibilidades em uma tabela (preço, marca, funcionalidades) para tomar minha decisão. Se aplico o pensamento analítico no meu dia a dia, com certeza, não o deixo de lado no trabalho.
Algumas dicas:
Não considere trabalho e vida como coisas separadas ou opostas; essa divisão não existe. Você é uma pessoa completa, com sua história pessoal, e não se abandona para ir trabalhar. É por isso que a ética é tão importante, pois ninguém deixa suas crenças antes de entrar no ambiente de trabalho; você as leva consigo. Ao pensar em desenvolver habilidades, não imagine que elas só são adquiridas no trabalho (Isso se aplica ao pensamento analítico).
Descubra seu estilo de aprendizado. Por exemplo, se você aprecia música, aprender a tocar um instrumento pode ser benéfico, pois envolve a lógica da composição musical, o que pode favorecer o desenvolvimento do pensamento analítico.
Como qualquer habilidade na vida, adquirir o pensamento analítico pode ser difícil no início; você precisará seguir um passo a passo, mas, eventualmente, se tornará mais fácil.
Busque treinar seu olhar, observe as situações do seu cotidiano, analise-as, procure por padrões à sua volta e veja como as conclusões de outras pessoas são tomadas.
Experimente jogos de lógica e, comece a colocar tudo no papel, elaborando diagramas e fluxogramas, será um bom treinamento.
O pensamento analítico é mais do que uma habilidade profissional; é uma capacidade de resolver problemas que deve estar no nosso cotidiano, aprimorando a maneira como percebemos e interagimos com o mundo. Portanto, ao abraçar o pensamento analítico, você se equipa para enfrentar os desafios com a confiança e a criatividade de um verdadeiro solucionador de problemas (designer).
Dicas de jogos para treinar o pensamento analítico e a lógica:
Referências
- The Future of Jobs Report 2025 | Word economic forum
- How the Estonian educational system copes with disinformation
- A melhor educação do ocidente webinar 30/07/24 | Estônia hub
- Pensamento analítico: o que é e como desenvolver
- Pensamento analítico, a habilidade # 1 do futuro
- Como desenvolver habilidades de pensamento crítico em sete etapas (com exemplos)
- Por que o pensamento analítico é uma habilidade do futuro? Tudo sobre essa habilidade e como desenvolvê-la!
Pensamento analítico: Uma habilidade valiosa was originally published in UX Collective