“Para muitos dos nossos clientes, a transformação digital começou com o BUK”, Catarina Monteiro responsável de marketing

Desenvolvido pela Untold Ventures, um Product Studio sediado em Lisboa e fundado por uma equipa experiente no universo das startups — André Moniz, André Gonçalves, André Góis e André Santos —, o BUK viu o seu crescimento acelerar durante a pandemia.

Abr 28, 2025 - 10:45
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“Para muitos dos nossos clientes, a transformação digital começou com o BUK”, Catarina Monteiro responsável de marketing

No dinâmico ecossistema das startups portuguesas, a inovação surge muitas vezes da necessidade de simplificar processos do dia a dia. Foi nesse espírito que nasceu o BUK, uma plataforma de marcações online que tem revolucionado a forma como pequenos e médios negócios gerem a sua agenda e interagem com os seus clientes.

Desenvolvido pela Untold Ventures, um Product Studio sediado em Lisboa e fundado por uma equipa experiente no universo das startups — André Moniz, André Gonçalves, André Góis e André Santos —, o BUK viu o seu crescimento acelerar durante a pandemia. Foi neste momento crucial que Catarina Monteiro se juntou ao projeto, assumindo o papel de partner e responsável de marketing.

Com uma solução que permite agendamentos automáticos 24/7, lembretes via SMS e e-mail, gestão de equipas, pagamentos online e uma variedade de ferramentas de marketing, o BUK tem ajudado milhares de profissionais — de esteticistas a personal trainers — a otimizar o seu tempo e a melhorar a experiência do cliente.

Nesta entrevista à Marketeer, Catarina Monteiro partilha a trajetória da plataforma, os desafios enfrentados e a visão para o futuro deste software português que continua a transformar a gestão de marcações em diversos setores.

Como surgiu a ideia de criar o BUK e qual foi o maior desafio no início do projeto?

A ideia de criar o BUK nasceu da observação de um problema recorrente: o tempo que os negócios locais perdem diariamente com chamadas, mensagens e toda a gestão manual de marcações. Queríamos criar uma solução que fosse simples, eficaz e intuitiva — que não complicasse o lado do cliente final e tivesse um impacto real no dia-a-dia dos profissionais. 

O maior desafio no início foi conquistar a confiança dos profissionais. Estes negócios vivem muito da relação pessoal com os clientes, e convencer os primeiros a deixarem o papel e a caneta foi uma missão de proximidade, quase cliente a cliente. Com o tempo, o produto evoluiu — ouvindo quem o usava — fomos integrando funcionalidades que aumentam não só a organização, mas também a comunicação com os clientes finais. Percebemos que abrir esse canal era fundamental para fortalecer as relações e ajudar os negócios a crescer. 

Hoje, o BUK é muito mais do que uma agenda online: é uma plataforma completa que inclui ferramentas de marketing, planos de fidelização, integrações e funcionalidades que ajudam os profissionais a ganharem não só tempo, mas também clientes e reconhecimento.

O que considera ser o maior fator de sucesso para o crescimento orgânico do BUK, especialmente durante a pandemia?

A pandemia acelerou de forma abrupta a necessidade de digitalização — e o BUK estava exatamente no ponto certo para dar resposta. A partir daí, o nosso maior motor de crescimento foi o boca-a-boca. Os profissionais começaram a recomendar o BUK a colegas e amigos, porque sentiram melhorias reais no dia-a-dia: menos faltas, mais organização e mais tempo para se dedicarem ao que realmente gostam de fazer. E o mais curioso é que não foram só os profissionais — os próprios clientes finais começaram a recomendar o BUK aos seus cabeleireiros, barbeiros ou esteticistas. Porque marcações rápidas e sem complicações tornam também a vida deles mais fácil. Esse efeito de rede, natural e genuíno, foi o maior reconhecimento e validação que poderíamos ter.

Que impacto teve a transformação digital nos negócios locais que utilizam a vossa plataforma?

Para muitos dos nossos clientes, a transformação digital começou precisamente com o BUK: de repente, passaram a ter um link de marcações que podiam partilhar online no Instagram ou no WhatsApp, começaram a receber marcações 24/7, a reduzir faltas com lembretes automáticos e a aceitar pré-pagamentos online tudo graças ao digital. Também começaram a aparecer melhor posicionados no Google e a recolher mais avaliações, de forma automática — o que reforçou a sua reputação e visibilidade online.

Este salto digital teve um impacto direto na organização e imagem destes negócios. Muitos passaram a gerir melhor o seu tempo e a agenda. A transição do papel e caneta para uma solução simples e intuitiva permitiu poupar horas por semana, reduzir erros e elevar o nível de profissionalismo.

Um dos pontos mais valorizados é a facilidade de uso — tanto para quem gere o negócio como para os próprios clientes. A agenda deixou de ser um problema e passou a ser um aliado silencioso que trabalha em segundo plano. Ter acesso à agenda em qualquer altura, enviar notificações automáticas e não depender do telefone tornou-se uma vantagem competitiva clara para muitos negócios.

Pode partilhar algumas histórias reais de utilizadores que tiveram mudanças significativas nas suas rotinas graças ao BUK?

Sem dúvida. Muitos dos relatos que recebemos mostram que o BUK é muito mais do que uma ferramenta de marcações — é um verdadeiro parceiro na gestão de tempo, organização e até na qualidade de vida dos profissionais, por exemplo: Inês Viegas, CEO do Head Spa Portugal, partilhou connosco que, com o rápido crescimento do negócio, o BUK foi essencial para responder à procura sem ter de contratar mais pessoas apenas para gerir marcações. Como ela própria diz, “dispensa custo de mão de obra para esse serviço” — o que lhes permitiu escalar o negócio com eficiência. Num registo mais pessoal, Cristina Batista, da Nails 21 Albufeira, contou-nos como o BUK transformou a sua rotina. Mãe e profissional com horários intensos, enviava lembretes aos clientes manualmente todas as noites. Com o BUK, esse peso desapareceu: os lembretes são automáticos, os clientes não faltam e ela ganhou tempo para a família. Nas suas palavras: “o BUK salvou a minha vida completamente”. Já o Kayo Henrique, CEO do Loft, destacou o impacto na organização interna: uma visão clara do dia, maior agilidade na gestão da agenda e uma experiência muito mais fluida e profissional — tanto para a equipa como para os clientes. E há ainda alguns testemunhos que resumem tudo numa frase: “foi a melhor escolha que fiz para a minha barbearia” ou “já não tenho de atender o telefone trinta mil vezes por dia”. Pequenas mudanças que, somadas, fazem toda a diferença na vida de quem gere um negócio.

Quais são os dados mais curiosos e surpreendentes que recolheram sobre os hábitos de marcação em Portugal?

Temos recolhido dados muito interessantes ao longo do tempo. Por exemplo, 2 em cada 10 portugueses já marcaram um serviço através do BUK — um sinal claro do alcance e da adoção crescente da plataforma.

Sabemos também que a maior parte das marcações acontecem durante o dia – o que faz sentido –  mas cerca de um terço acontece depois das 17h00 em horário pós-laboral, algo que realça a importância de ter um sistema disponível 24/7. A terça-feira é, curiosamente, o dia com mais marcações da semana, e julho é o mês mais movimentado do ano – provavelmente pela preparação para férias e eventos.

Outro dado revelador: os nossos clientes recebem em média 1800 marcações por ano – o que mostra o peso real que uma agenda bem gerida pode ter no sucesso de um negócio. E, como seria de esperar, registamos um aumento de marcações antes de feriados e épocas festivas, o que reforça a importância de uma gestão organizada e previsível nesses momentos críticos.

Como é que o facto de os quatro fundadores se chamarem André influenciou a dinâmica da equipa ou a identidade da marca?

Os quatro “Andrés” fundaram, em 2018, um estúdio com o objetivo de desenvolver produtos digitais – e o BUK foi um dos projetos nascidos desse estúdio, criado sem financiamento externo e de forma totalmente independente. Eu juntei-me à equipa em 2020, durante a pandemia, que acabou por impulsionar o nosso crescimento de forma muito orgânica e acelerada. A resposta do mercado foi imediata – e desde então, o BUK nunca mais parou de crescer.

Mais do que o nome em comum, o que realmente nos une é uma visão partilhada: resolver problemas reais e tornar a tecnologia acessível a quem precisa dela no dia-a-dia.

Hoje, mesmo com uma equipa maior, o BUK continua a ser 100% português, fiel às suas origens, e aposta na proximidade com os clientes, na simplicidade da experiência e numa tecnologia pensada para quem gere negócios locais, com todas as suas exigências e ritmos. Claro que o facto de os quatro fundadores se chamarem André continua a ser um motivo que gera boa disposição no geral, e algumas pessoas dizem – em jeito de brincadeira – que eu devia mudar o nome para Andreia!

Que estratégias de marketing estão a considerar para o futuro, agora que o BUK já tem uma base sólida de utilizadores?

Agora que temos uma comunidade fiel e ativa, queremos apostar cada vez mais em parcerias estratégicas. Acreditamos que o modelo de parcerias com marcas, escolas de formação e embaixadores não só ajuda a dar a conhecer o BUK a novas audiências, como também reforça a nossa missão de apoiar quem está a começar. Aliás, é precisamente por isso que lançámos recentemente o programa BUK Novas Empresas — um incentivo que oferece o plano PRO gratuitamente a quem está a abrir o seu primeiro negócio. Queremos estar presentes desde o primeiro dia, a ajudar a estruturar o crescimento de forma simples e profissional.

Como vê o futuro da digitalização para PMEs em Portugal e o papel do BUK nesse processo?

A digitalização deixou de ser apenas uma tendência — é, hoje, uma condição essencial para a sobrevivência e o crescimento das PMEs. É cada vez mais raro encontrar um negócio sem alguma forma de gestão digital. Mas apesar de muito ter mudado, o desafio mantém-se: como tirar o melhor partido da tecnologia para crescer de forma sustentável e fomentar uma relação de proximidade com os clientes. E isso não passa apenas por ter ferramentas, mas por saber usá-las de forma integrada, prática e com impacto no dia-a-dia.

No BUK é muito comum integrarmos o feedback dos nossos clientes no desenvolvimento da plataforma. Acreditamos que é assim que se constroem soluções relevantes. E agora, com inteligência artificial, sabemos que o cliente final também espera outro tipo de atendimento — mais rápido, mais personalizado, mais eficiente. O BUK quer estar na linha da frente dessa evolução. O nosso papel é ser o parceiro digital de confiança para quem quer crescer com estrutura, manter o lado humano do serviço, e usar a tecnologia como uma aliada.