Opep reduz projeção de demanda por petróleo e prevê baixo crescimento graças ao tarifaço dos EUA

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo, nesta segunda-feira (14), suas estimativas de crescimento da demanda global por petróleo em 2025. A redução é atribuída a dados econômicos do primeiro trimestre e aos desdobramentos das tarifas comerciais recentemente anunciadas pelos Estados Unidos. A entidade também ajustou negativamente suas previsões para a […] O post Opep reduz projeção de demanda por petróleo e prevê baixo crescimento graças ao tarifaço dos EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 14, 2025 - 14:28
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Opep reduz projeção de demanda por petróleo e prevê baixo crescimento graças ao tarifaço dos EUA

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo, nesta segunda-feira (14), suas estimativas de crescimento da demanda global por petróleo em 2025.

A redução é atribuída a dados econômicos do primeiro trimestre e aos desdobramentos das tarifas comerciais recentemente anunciadas pelos Estados Unidos. A entidade também ajustou negativamente suas previsões para a expansão econômica global em 2024 e 2025.

Segundo o relatório mensal publicado pela organização, a expectativa é que a demanda mundial por petróleo aumente em 1,30 milhão de barris por dia (bpd) no próximo ano, o que representa uma redução de 150 mil bpd em relação ao relatório anterior.

A Opep indicou que os dados disponíveis sobre os primeiros meses de 2024 apontam para uma atividade econômica mais moderada do que a inicialmente prevista.

A organização observou que a implementação de novas barreiras comerciais por parte dos Estados Unidos criou um ambiente de maior incerteza para o comércio global e, consequentemente, para a expansão econômica de curto prazo.

“A economia global mostrou uma tendência de crescimento constante no início do ano, mas a dinâmica recente do comércio introduziu maior incerteza para a perspectiva de crescimento econômico global de curto prazo”, diz o relatório da Opep.

Além das projeções para a demanda, a Opep ajustou suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Para 2024, a previsão foi reduzida de 2,8% para 2,7%.

Para 2025, a expectativa passou de 2,9% para 2,8%. O relatório não detalha quais países ou regiões tiveram os maiores impactos nas revisões, mas menciona a desaceleração do comércio como um fator predominante.

Mesmo com a revisão, a organização mantém sua projeção dentro da faixa mais otimista entre os principais agentes do setor energético.

A Opep continua apostando no aumento prolongado da demanda por petróleo nos próximos anos, sustentando que o consumo global seguirá em trajetória de alta, mesmo diante do avanço de fontes alternativas de energia.

Essa visão contrasta com a da Agência Internacional de Energia (AIE), que prevê um pico no consumo global de petróleo ainda nesta década, à medida que os países adotam políticas para reduzir emissões e ampliar o uso de combustíveis de baixo carbono.

As estimativas da Opep são elaboradas com base em cenários econômicos que consideram variáveis como o desempenho das economias avançadas, o crescimento dos países emergentes e a evolução das tensões geopolíticas.

A organização monitora ainda os impactos das decisões de política monetária dos principais bancos centrais, como o Federal Reserve dos Estados Unidos e o Banco Central Europeu, que influenciam a atividade econômica e o consumo de energia.

O relatório também mencionou que os fundamentos do mercado de petróleo continuam sendo acompanhados com atenção pelos países membros, especialmente diante das oscilações nos preços e da volatilidade associada aos movimentos de oferta e demanda globais. Segundo a entidade, a estabilidade do mercado requer coordenação e monitoramento constantes.

No que se refere à produção, o documento não trouxe alterações nas metas previamente acordadas entre os membros da Opep e seus aliados, o grupo conhecido como Opep+.

No entanto, o relatório aponta que o ritmo de crescimento da oferta de países fora do bloco, como Estados Unidos, Brasil e Canadá, continua relevante para o equilíbrio do mercado em 2024 e 2025.

A Opep também destacou o papel dos estoques globais de petróleo, que seguem dentro da média dos últimos cinco anos, mas sujeitos a alterações dependendo da evolução da demanda e das exportações. A organização afirmou que continuará avaliando mensalmente as condições do mercado para ajustar suas estratégias de produção, se necessário.

O corte nas projeções de crescimento e a manutenção de uma perspectiva elevada para a demanda contrastam com os desafios enfrentados por governos e empresas do setor energético que buscam equilíbrio entre segurança energética, transição para fontes renováveis e estabilidade de preços. A divergência entre as projeções da Opep e da AIE segue como um ponto de atenção para os mercados.

O próximo relatório da Opep será divulgado em maio, com possíveis atualizações nas previsões à medida que novos dados econômicos e comerciais forem incorporados às análises.

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