O Poder e a Lei: Por que a Netflix não pode usar personagem importante para Mickey na 4ª temporada
Rivalidade entre streamings barra personagem chave da série. O post O Poder e a Lei: Por que a Netflix não pode usar personagem importante para Mickey na 4ª temporada apareceu primeiro em Observatório do Cinema.


A quarta temporada de O Poder e a Lei está prestes a estrear na Netflix e promete ser a mais intensa da série até agora. Mickey Haller se vê em sua batalha mais pessoal: um julgamento por assassinato onde o réu é ele mesmo. Tudo indica que a trama será um verdadeiro teste de resistência, estratégia e… improviso.
Isso porque, por mais que o roteiro original peça um reforço de peso, a Netflix simplesmente não pode usá-lo. A ausência de um personagem específico, que deveria ser essencial na defesa de Mickey, tem um motivo curioso, e envolve diretamente a rivalidade entre os gigantes do streaming.

Netflix não pode usar Harry Bosch por causa da Amazon
Quem leu os livros de Michael Connelly sabe que The Law of Innocence (sexto livro da série), base da 4ª temporada, coloca Mickey Haller frente a frente com a Justiça… mas também ao lado do irmão de sangue e de profissão: Harry Bosch. No entanto, o detetive aposentado, que deveria ser peça-chave na defesa de Mickey, está legalmente fora do alcance da Netflix.
Isso acontece porque os direitos audiovisuais de Bosch pertencem exclusivamente à Amazon. Lá, ele estrela sua própria série de sucesso, vivida por Titus Welliver. Resultado? Qualquer tentativa da Netflix de incluir Bosch em O Poder e a Lei seria considerada uma infração contratual. Em resumo: Mickey Haller vai ter que se virar sozinho, ou quase isso.

O que Bosch faz no livro que inspirou a temporada
Nos livros, Bosch e Haller compartilham mais que DNA. Em The Law of Innocence, Bosch atua como investigador da defesa, ajudando a desvendar quem armou contra Mickey, que foi preso acusado de assassinato. É a primeira vez, desde O Veredito de Chumbo (segundo livro da série), que ambos os personagens dividem a mesma narrativa com importância mútua.
Apesar de Bosch não ocupar o centro da ação, sua presença oferece apoio técnico e emocional. Ele aparece no tribunal, acompanha os bastidores e auxilia, mesmo que discretamente, na estratégia da defesa. Ou seja: mesmo sendo coadjuvante, ele está lá, e sua ausência na série é sentida.

Bosch mal aparece no livro, mas seu peso é simbólico
Agora, antes de lamentar profundamente, é bom entender o contexto: Bosch aparece apenas brevemente na história. Ele é citado 119 vezes no livro, mas quase sempre de maneira indireta, por meio de relatos de terceiros. A única cena em que realmente interage com Mickey é breve e envolve apenas dois diálogos rápidos.
Na prática, sua participação poderia ser cortada sem grandes prejuízos à trama principal, como a própria Netflix decidiu fazer. Ainda assim, não é exagero dizer que sua ausência enfraquece o fator “crossover” que tanto agrada os fãs do universo de Michael Connelly.

Maggie McPherson assume protagonismo na nova temporada
Sem Bosch, é Maggie McPherson quem vai roubar a cena. Interpretada por Neve Campbell, ela retorna como personagem principal nesta quarta temporada. Ex-esposa de Mickey e promotora brilhante, Maggie terá papel fundamental tanto na vida pessoal quanto na batalha judicial do protagonista.
A relação entre os dois sempre teve altos e baixos, mas o que se vê agora é uma aliança verdadeira. Maggie será o suporte emocional e técnico que Mickey precisa, especialmente quando estiver atrás das grades esperando julgamento. Além disso, sua história com a temida promotora Dana “Corredora da Morte” Berg será um trunfo inesperado para a defesa.

A equipe de Mickey ganha mais espaço, e novos rostos
Com Bosch fora de cena, os holofotes se voltam para a equipe de confiança de Mickey. Lorna Crane, Izzy Letts e Cisco Wojciechowski terão mais espaço para mostrar serviço. Lorna, por exemplo, será a grande estrategista enquanto Mickey estiver preso, assumindo um papel de liderança como nunca antes.
Já Izzy, agora paralegal em treinamento, trará um novo personagem para o time de defesa após uma amizade surgida em suas aulas. Cisco, por sua vez, ocupará provavelmente o espaço investigativo que seria de Bosch, levando suas habilidades a um novo nível.
Além dos veteranos, um novo nome entra em cena: Marcus Henderson será Yannick Bamba, o protetor de Mickey dentro da prisão. Mesmo encarcerado, Haller terá suporte inédito nesta temporada, tanto dentro quanto fora dos tribunais.

A oportunidade perfeita para o universo de Connelly se reinventar
Se por um lado a ausência de Bosch é um golpe para os fãs dos livros, por outro ela abre espaço para um novo tipo de narrativa. O Poder e a Lei não depende mais do apelo de personagens vindos de fora, e sim da força do próprio núcleo central. Maggie, Lorna, Cisco e até Izzy terão a chance de se tornarem protagonistas em suas próprias jornadas.
A terceira temporada foi um sucesso absoluto de audiência para a Netflix, e tudo indica que a quarta tem potencial para ir ainda mais longe. Afinal, nunca antes Mickey Haller esteve tão vulnerável, e nunca antes ele contou com um time tão completo e diversificado para ajudá-lo.

Sem Bosch, mas com mais tensão do que nunca
É verdade: Bosch faria falta em qualquer adaptação fiel. Mas a verdade é que sua exclusão da série não é apenas uma limitação, é uma chance de inovar. Ao invés de se apoiar em um personagem externo cuja presença está fora do controle, a série aposta no crescimento interno de seus personagens principais.
Maggie McPherson promete ser a alma da temporada, enquanto Lorna, Cisco e Izzy ocupam posições de destaque. Com novos personagens e uma trama mais intensa, a quarta temporada de O Poder e a Lei tem tudo para ser o maior acerto da série até agora. E quem sabe, no futuro, os caminhos entre Mickey e Bosch se cruzem, de maneira legalmente possível, claro.
O Poder e a Lei está disponível na Netflix, com Mickey Haller enfrentando seus maiores desafios, mesmo sem a ajuda de Bosch.
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