O impacto financeiro da Copa do Brasil em clubes de divisões inferiores
Além de premiar o campeão com R$ 100 milhões, a competição vem beneficiando financeiramente times mais modestos desde as fases iniciais O post O impacto financeiro da Copa do Brasil em clubes de divisões inferiores apareceu primeiro em MKT Esportivo.

A Copa do Brasil, competição mais rentável do futebol brasileiro, pode render mais de R$ 100 milhões ao campeão, no entanto, não apenas o time que levanta a taça que se privilegia de seu impacto financeiro.
A atual edição trouxe uma mudança no regulamento para as fases iniciais do torneio favorecendo os clubes de divisões inferiores. Nas primeiras fases, as equipes mais bem colocadas no ranking da CBF jogam como visitantes e até ano passado tinham a vantagem do empate para se classificar. Agora, caso ocorra o empate, o confronto será decidido nos pênaltis.
O Maracanã, estreante da atual edição, arrecadou uma bolada milionária de premiação. A agremiação cearense garantiu R$ 4,1 milhões com a classificação à terceira fase. Valor que representa quase 18x sua folha salarial, cerca de R$ 230 mil.
Para Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, que gerencia a carreira de mais de 115 atletas no país, com as novas contratações do futebol brasileiro, a Copa do Brasil se tornou ainda mais valorizada.
“O futebol nacional tem se profissionalizado muito nos últimos anos, o que reflete diretamente no mercado de transferências. Os valores aumentaram e atletas badalados encontraram condições semelhantes à Europa e outros mercados para atuarem em terras brasileiras, não apenas do ponto de vista financeiro, mas também pela competitividade das nossas ligas. Com isso, torneios como a Copa do Brasil estão ganhando um destaque ainda maior, principalmente por proporcionarem grandes duelos”, destacou Claudio.
“A competição representa uma oportunidade única para diversos clubes ao redor do país. Para esses times, o torneio não é apenas uma chance de brilhar no campo, mas uma vitrine de marketing estratégica. A visibilidade nacional gerada pela competição abre portas para parcerias comerciais, aumento na venda de produtos oficiais e até uma valorização da marca, impactando diretamente na captação de patrocinadores. Além disso, o bom desempenho pode ser um trampolim para outras ações fora de campo, como a atração de novos sócios-torcedores e o fortalecimento da relação com a comunidade local, gerando um ciclo de crescimento sustentável para essas equipes”, detalhou Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da Agência Heatmap.
Outra equipe que também se privilegia das premiações do torneio é o Concórdia de Santa Catarina. O clube atualmente disputa a Série D do Campeonato Brasileiro e com a classificação à segunda fase da Copa do Brasil arrematou R$ 1,83 milhões, que serão utilizados para melhorar as condições da categoria de base.
“A Copa do Brasil é uma das principais competições do país quando falamos em alcance e visibilidade para as marcas. A competição, além de atrair patrocinadores interessados no mercado nacional, permite que os clubes de menor expressão invistam em ações de marketing pontuais e, consequentemente, reestruturem suas finanças com a premiação recebida. Nesse cenário, é fundamental que esses clubes desenvolvam estratégias de fidelização, buscando potencializar as entregas para gerar valor e, assim, transformar vínculos inicialmente pontuais em parcerias de longo prazo”, afirmou Thales Mafia, Gerente de Marketing da Multimarcas Consórcios, atual patrocinadora do Atlético Mineiro.
A classificação para as fases mais agudas da Copa do Brasil também gera oportunidades comerciais às equipes com baixo orçamento. A partir da terceira fase, todos os jogos são transmitidos ao vivo por Grupo Globo e Prime Vídeo.
A disputa já teve campeões na segunda divisão em três ocasiões. Em 1991, o Criciúma derrotou o Grêmio na grande final, em 2004, o Santo André venceu o Flamengo dentro do Maracanã e se sagrou campeão, e em 2005, o Paulista de Jundiaí conquistou a competição sobre o Fluminense. Entretanto, os títulos não tinham o impacto financeiro e a competição não tinha o mesmo prestígio dos dias atuais.
“A Copa do Brasil é o torneio mais importante para os clubes da Série D e até para alguns da Série C, porque é a única chance de terem uma competição que não é deficitária. Se enfrentam clubes de menor expressão, tem chances maiores de se classificar e de receber as cotas de cada fase, e quando enfrentam os principais clubes do país, podem arrecadar uma bilheteria impossível nos campeonatos que geralmente disputam, ou até mesmo vender o mando dos jogos”, completou Renato Martínez, agente e sócio da Roc Nation Sports Brazil.
Na terceira fase, o atual campeão, os clubes mais bem colocados da última edição do Campeonato Brasileiro, o campeão da Série B e os campeões da Copa Verde e do Nordeste se juntam aos 20 classificados da segunda fase, tornando mais difícil a tarefa dos clubes de menor expressão.
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