Nutricionista revela dieta personalizada que ajuda no controle das doenças inflamatórias intestinais
Distensão abdominal, diarreia crônica, dor e perda de peso sem motivo aparente. Esses são alguns dos sintomas comuns das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), grupo de enfermidades crônicas que inclui a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas vivam com DII no mundo, segundo dados da Federação Europeia […]

Distensão abdominal, diarreia crônica, dor e perda de peso sem motivo aparente. Esses são alguns dos sintomas comuns das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), grupo de enfermidades crônicas que inclui a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas vivam com DII no mundo, segundo dados da Federação Europeia de Associações de Crohn e Colite Ulcerativa (EFCCA). No Brasil, o Ministério da Saúde contabiliza cerca de 250 mil casos, com aumento contínuo no diagnóstico, especialmente entre os jovens.
Apesar de não haver cura, é possível conviver com a doença com qualidade de vida — e a alimentação tem papel central nesse processo. Segundo a nutricionista Cristina Henschel, membro do Grupo de Estudos de Doença Inflamatória Intestinal (GEDIIB), um plano alimentar adequado ajuda a controlar os sintomas, reduzir inflamações e até melhorar a resposta ao tratamento.

O que comer (e o que evitar)
“A alimentação tem um papel muito importante no controle dos sintomas das DII. Uma dieta variada e natural ajuda a equilibrar a microbiota intestinal e fortalecer a imunidade”, explica Cristina, em entrevista exclusiva à Catraca Livre, para a série de conteúdos especiais do Maio Roxo, campanha que visa conscientizar sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). Ela destaca que alimentos ricos em proteínas e zinco, como carnes magras, ovos, castanhas e sementes, auxiliam na cicatrização do intestino.
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As fibras, por sua vez, devem ser escolhidas com cautela. Enquanto fibras solúveis (como aveia, maçã e psyllium) ajudam a dar consistência às fezes, fibras insolúveis (presentes em folhas cruas, farelos e cereais integrais) podem agravar sintomas como gases e dor abdominal. Cristina também recomenda evitar produtos ultraprocessados, embutidos, alimentos ricos em gordura saturada, açúcar, sal e aditivos químicos — que contribuem para o desequilíbrio da microbiota e aumentam a inflamação intestinal.
Estudos reforçam essas recomendações. Um artigo publicado na revista científica Nutrients (2021) mostrou que padrões alimentares ocidentais, ricos em industrializados e pobres em fibras, estão associados ao aumento da permeabilidade intestinal e ativação do sistema imune, fatores ligados ao agravamento das DII. Por outro lado, dietas com foco em alimentos naturais, como a mediterrânea, estão associadas a menor risco de recaídas.