“Não tememos a concorrência da China”: Peugeot quer voltar à liderança e aposta no mercado europeu
Em entrevista ao jornal económico Expansión, o responsável defende que a Peugeot tem capacidade para competir com os novos players do setor automóvel e reconquistar a confiança dos consumidores.


O novo CEO da Peugeot, Alain Favey, traçou como objetivo estratégico levar a marca francesa de volta à liderança de vendas no mercado espanhol “a médio prazo”. Em entrevista ao jornal económico Expansión, o responsável defende que a Peugeot tem capacidade para competir com os novos players do setor automóvel – especialmente as marcas chinesas – e reconquistar a confiança dos consumidores.
“A Peugeot era líder neste mercado [espanhol] há pouco tempo, e acho que essa deve ser a nossa ambição. É um desafio de médio prazo, mas não vejo razão para não almejarmos essa posição de liderança. Temos que recuperar a posição que tínhamos há alguns anos”, afirmou Favey. Para o gestor, o foco está na recuperação da quota de mercado junto dos clientes particulares, segmento com maior rentabilidade, com base na melhoria da qualidade e na proximidade com os consumidores.
A crescente concorrência de fabricantes chineses, que estão a entrar em força no mercado europeu com propostas elétricas e a combustão altamente competitivas, não assusta o CEO da marca do grupo Stellantis. “Não tememos a concorrência chinesa. Já tivemos concorrentes do Japão ou da Coreia do Sul, e continuamos aqui, fortes”, assegurou.
Favey reconheceu, no entanto, que a Peugeot enfrentou recentemente problemas de qualidade – nomeadamente com os motores PureTech –, mas garantiu que a empresa respondeu de forma construtiva. O responsável confirmou ainda que a Peugeot irá recuperar as versões desportivas GTI de alguns modelos, mas afastou a hipótese de lançar veículos abaixo do 208, mesmo com a tendência de outros construtores europeus de apostarem em pequenos elétricos acessíveis.
Com menos de três meses à frente da marca, Favey sublinha que a prioridade da Peugeot é crescer no mercado europeu, com destaque para França, Turquia e Argentina. A médio prazo, será analisada a entrada em novos mercados.