Motor Clube de Guimarães inova com Guia de Segurança para os Media em Ralis

O Motor Clube de Guimarães (MCG), organizador o Rali Vieira do Minho, prova que se realiza este fim de semana, criou um Media Safety Book, um guia de segurança inovador para a imprensa em ralis – que só o ACP faz no Rali de Portugal em virtude disso ser obrigatório em provas do WRC – […] The post Motor Clube de Guimarães inova com Guia de Segurança para os Media em Ralis first appeared on AutoSport.

Abr 11, 2025 - 13:10
 0
Motor Clube de Guimarães inova com Guia de Segurança para os Media em Ralis

O Motor Clube de Guimarães (MCG), organizador o Rali Vieira do Minho, prova que se realiza este fim de semana, criou um Media Safety Book, um guia de segurança inovador para a imprensa em ralis – que só o ACP faz no Rali de Portugal em virtude disso ser obrigatório em provas do WRC – numa iniciativa pioneira no seu contexto, que visa melhorar a comunicação e segurança entre a organização, os media e as autoridades. Este guia detalha os direitos e deveres da imprensa, especialmente dos fotógrafos, e surge da convicção do clube em promover a segurança e a qualidade da cobertura mediática nos ralis.

Nesse contexto, falámos com Emanuel Moreira, presidente do Motor Clube de Guimarães que nos explicou a sua visão para este importante tema… e não só.

Para lá do ACP, que tem de fazer o Media Safety Book, pois faz parte do caderno de encargos dos organizadores do WRC, o Motor Clube de Guimarães parece ser o primeiro clube a avançar com algo deste estilo.

Porque decidiram fazê-lo?

“O Motor Clube de Guimarães, após auscultar alguns parceiros dos media, e também devido a experiências passadas que já tinham sucedido connosco, podemos chamar algum desacerto, ou uma falta de comunicação entre as três partes, a GNR, a organização e os media, achamos que só seria possível contornar este problema com a criação de um Media Guide, como fizemos agora. Mas esse trabalho não se esgota só nesta parte gráfica e neste documento.

Foi um trabalho feito no terreno com algumas entidades de por parte dos media. E foi também feita uma reunião em que tiveram presentes esses elementos media, com a GNR para o documento ser feito e analisado pelas três partes.”

Este Guia de Segurança foi criado para ajudar a imprensa a fazer melhor o seu trabalho. Presumo que o Motor Clube de Guimarães sinta orgulho de fazer um documento que devia ser regra entre os organizadores de provas de estrada, e já há muitos anos?

“Eu acredito que este possa ser um caminho a traçar a partir de agora. Eu sei que também o Clube Automóvel do Algarve, no recente Rali do Algarve já fez um trabalho interessante também com os media, e acredito que no futuro possa ser uma prática comum, porque reparem, todas as organizações têm que ter reuniões com as forças policiais, não há hipótese a prova – que nem sequer pode arrancar – se não houver este tipo de reuniões. Portanto, acho que não custa muito nestas reuniões alertarmos para esta problemática e para aquilo que é o trabalho dos media, porque sem esse trabalho não temos divulgação nos ralis também, como é lógico.”

Este Media Safety Book é resultado de alguma diretriz superior ou foi feito porque o Motor Clube de Guimarães entendeu que faria sentido fazê-lo?

“Não recebemos absolutamente nenhuma diretriz superior. Fizemos por convicção e porque achamos que este é o caminho a seguir. No Motor Clube de Guimarães abraçamos as lutas e abraçamos as causas quando achamos que as mesmas são pertinentes, independentemente de quais sejam.

Já o ano passado, por exemplo, não tínhamos obrigação absolutamente nenhuma de fazer um plano ambiental e trabalhar essa vertente e fomos e fomos pioneiros no campeonato Promo, até porque fomos nós que abrimos o campeonato, portanto, acredito que tenhamos sido pioneiros nessa matéria. E não foi por obrigação, foi por convicção, e acho que é assim que temos que fazer as coisas.”

Na página 8 do vosso Media Safety Book estão as instruções de segurança, em que detalham os direitos e deveres da imprensa, nomeadamente os fotógrafos, que são a parte mais sensível desta questão da segurança, por motivos óbvios. Nunca até hoje, salvo erro, me lembro de ver um documento destes com a exceção já referida do Rali de Portugal, claro. Achas que este documento é de primordial importância e devia ser estendido a todas as provas de ralis e Todo-o-Terreno em Portugal?

“Sim, talvez a parte mais importante tem a ver com precisamente os direitos e os deveres de cada um, porque nós não podemos olhar para esta problemática numa só direção.

Nós temos que perceber que existem aqui três partes envolvidas, todas as três partes têm questões a colocar, todas as três partes querem salvaguardar a sua parte, os fotógrafos querem fazer o seu trabalho livremente, mas essa liberdade tem que ter limites, porque infelizmente também há maus exemplos dentro dos profissionais que põem em risco, não só a sua própria segurança, como o próprio desenrolar e a segurança dos participantes.

E o clube organizador, o que quer é salvaguardar que a prova se desenrola em segurança, e muitas vezes as forças policiais, também por algum desconhecimento, ou porque não é feito esse trabalho preparatório, fazem o quê?

Jogam à defesa, não é? Na dúvida, proíbem. É um mecanismo de defesa compreensível, porque depois também às vezes quando as coisas correm mal, sobra para a entidade organizativa, maioritariamente, a GNR também terá sempre que ter uma palavra, mas proibindo, acautela. Eu acho que esse é um grande problema…

E sobre se isto é primordial, eu acho que sim. Eu acho que isto devia ser uma medida a implementar, em ralis e provas off-road, onde existe esta problemática e este perigo…”

Mudando um pouco de tema, o ano passado fizeram uma City Stage, este ano trocaram para Super Especial. Porquê? Qual é a tua visão entre fazer de uma forma ou de outra, e porquê?

“O ano passado, em Vieira do Minho, no nosso no nosso itinerário decidimos fazer ao final da manhã uma Super Especial que contava para classificação, e no final do dia fazer uma City Stage porque já tínhamos auscultado alguns pilotos, sabíamos que havia pilotos que se queixavam um pouco do facto de poderem depois estragar a prova no final numa super especial.

Fizemos esse modelo de teste e muito sinceramente eu não gostei particularmente do resultado porque nós temos que perceber também uma coisa: quando fazemos um rali, existem várias partes envolvidas. Existe uma autarquia que financia o evento ou parte dele, e que quer retorno. E o retorno mete-se também pelo público presente, queremos garantir sempre, que é um bom espetáculo.

E o que pude perceber o ano passado, é que os pilotos pediam para ter uma City Stage, mas depois não cumpriram, de certa forma, com a parte deles, que era no mínimo não correrem riscos, mas darem um pouco de espetáculo.

E isso não aconteceu. A Super Especial durante a manhã tinha digamos, meia casa, em termos de andamento foi bastante interessante, e depois no final da tarde, a City Stage estava completamente abarrotada de público e os pilotos, como tinham terminado a sua prova, também um bocadinho pelas condições do piso, decidiram andar bastante devagar e não foi um espetáculo que eu acho que tenha significado a modalidade, nem dignificou o Rali de Vieira do Minho. Portanto, eu tomei a decisão, juntamente com os meus colegas do Motor Clube, de acabarmos com a City Stage e fazermos e fazermos na mesma uma Super Especial. Vamos ver o resultado deste ano e depois tomaremos decisões para o próximo ano.

A minha visão é se os pilotos assumirem um compromisso de chegarem lá, e darem ainda que não correndo riscos em termos de tempo, ou seja, não andando em velocidades extremas, mas dando um pouco de espetáculo e vimos isso no Rali Casinos do Algarve, quando por exemplo o Gonçalo Henriques deu um excelente espetáculo na City Stage. Se assumirem esse compromisso, acho que uma City Stage pode fazer sentido.

Se não se não derem espetáculo, acho que não faz sentido nenhum porque, como digo, não dignifica a modalidade, não dignifica o espetáculo e não vai de encontro ao que o público que está lá para ver, espera. E temos também outra questão.

É preciso também perceber o perfil daquilo que se faz, porque existem percursos que são propícios a fazer super especiais, e depois existem percursos que muito sinceramente parecem perícias, e não e não super especiais de ralis. Mas isso depois cabe à entidade organizadora, e não tenho que opinar sobre isso. Mas a minha visão é que se houver compromisso entre ambas as partes, pode ser possível fazer tanto super-especiais como City Stages…”

The post Motor Clube de Guimarães inova com Guia de Segurança para os Media em Ralis first appeared on AutoSport.