Investimento da indústria de capital de risco na Europa cresceu 24% em 2024
De acordo com o relatório “Investing in Europe: Private Equity Activity”, a atividade de capital de risco na Europa recuperou em 2024, com um crescimento significativo dos investimentos cotados em bolsa. O investimento total aumentou 24% para 126 mil milhões de euros, representando o terceiro maior resultado anual. O investimento em aquisições aumentou 42% para 87 mil milhões de euros, apenas ligeiramente abaixo do nível de investimento recorde registado em 2021.


De acordo com o relatório “Investing in Europe: Private Equity Activity”, a atividade de capital de risco na Europa recuperou em 2024, com um crescimento significativo dos investimentos cotados em bolsa. O investimento total aumentou 24% para 126 mil milhões de euros, representando o terceiro maior resultado anual. O investimento em aquisições aumentou 42% para 87 mil milhões de euros, apenas ligeiramente abaixo do nível de investimento recorde registado em 2021.
No outro extremo da cadeia de valor, as alienações cresceram significativamente em 2024, aumentando 45 % para 46 mil milhões de euros (ao custo de investimento inicial) e 10% em termos de volume de transações. A saída de investimentos foi impulsionada por um aumento das vendas de empresas a outros fundos de private equity, enquanto as vendas comerciais a compradores estratégicos permaneceram fortes.
O ano de 2024 foi o oitavo consecutivo com angariação de fundos europeus acima dos 100 mil milhões de euros, segundo o mesmo estudo que detalha que quase 50% do capital foi aplicado nas TIC e nos setores da biotecnologia e da saúde.
Os fundos angariados no encerramento final atingiram 156 mil milhões de euros. Segundo a Invest Europe, este valor reflete, no entanto, “o tempo mais longo que os fundos demoram a fechar”.
Em 2024 a angariação de fundos de capital de risco teve o seu segundo melhor ano de sempre, com 22 mil milhões de euros, apenas ligeiramente abaixo do pico de 2022.
Stephan de Moraes, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco – APCRI, chama a atenção para o impacto social dos investimentos dos diversos tipos de fundos de capital de risco: “as empresas investidas por esta indústria têm desempenhos muito acima dos respetivos setores e criam mais e melhores empregos”, afirma.
Por sua vez, o CEO da Invest Europe diz que “é que o capital está a circular com fluidez no sistema de capital de risco”. Segundo Eric de Montgolfier, este capital está a dirigir-se para os setores onde é necessário e nos quais pode fazer a diferença para as economias e sociedade europeias. “O capital de risco está a impulsionar a inovação e o crescimento das empresas, a criar riqueza que apoia os aforradores e os cidadãos na reforma, financiando setores que contribuirão para uma Europa mais forte, mais competitiva e mais soberana”, afirma Eric de Montgolfier.
Quase 50% dos investimentos de capital privado são empresas nos setores das TIC e da biotecnologia e saúde
O relatório da Invest Europe revela bem onde a maioria do capital está a ser aplicado, quase 50% dos investimentos de capital privado são empresas nos setores das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e da biotecnologia e saúde. As TIC representaram o setor com maior número de saídas das empresas investidas e, com 11,1 mil milhões de euros, ficaram em termos de valor apenas ligeiramente atrás dos bens de consumo e serviços.
O relatório assinala, também, algumas mudanças. A proporção de angariação de fundos provenientes de fundos de pensões diminuiu para 19%, embora a percentagem de capital proveniente de fundos de fundos e de outros gestores de ativos – canais frequentes para regimes de pensões mais pequenos que estão a democratizar esta classe de ativos – tenha aumentado para 27% do total. O montante de fundos angariados por operadores do Reino Unido e da Irlanda diminuiu, regressando aos níveis de 2021.
O presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco – APCRI, Stephan de Moraes, sublinha que “o desempenho do capital de risco na Europa vem provar que este é um setor decisivo para promover a reindustrialização deste espaço económico, promovendo a autonomia económica da União Europeia face à China e aos Estados Unidos da América”.