Influenciador surdo usa redes sociais para ensinar libras

Igor Bucioli usa a internet como plataforma para promover visibilidade e quebrar estereótipos da comunidade PCD’s

Mar 28, 2025 - 20:44
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Influenciador surdo usa redes sociais para ensinar libras

As redes sociais são uma ferramenta importante para dar visibilidade a Pessoas com Deficiência (PCD), promovendo a inclusão, quebrando estereótipos, e criando um espaço seguro para compartilhar experiências. Prova disso é a história de vida do professor e influenciador Igor Bucioli, de 28 anos, que aborda a rotina e experiência como deficiente auditivo na internet.

Com mais de 500 mil seguidores no TikTok, diversos vídeos dele já contam com mais de um milhão de visualizações. Contudo, para ele, o sucesso não está apenas nos números, mas no impacto na vida das pessoas. “O mais importante é saber que meu conteúdo realmente faz a diferença, seja ajudando alguém a aprender Libras, trazendo representatividade ou quebrando barreiras de comunicação”, conta o influencer.

Apesar deste objetivo educacional ser claro agora, a princípio, ele postava vídeos por diversão. “Muitas vezes, surdos enfrentam dificuldades porque poucas pessoas sabem Libras, e isso pode dificultar até mesmo situações básicas. Isso me motivou a ensinar sinais e compartilhar conteúdos que ajudam tanto surdos quanto ouvintes a se comunicarem melhor”, diz Igor.

No entanto, esse processo contou com vários desafios, como encontrar a melhor forma de se comunicar com o público e tornar o conteúdo acessível tanto para surdos quanto para os ouvintes. A alternativa que o influencer encontrou foi adaptar os vídeos usando legendas, e adotando um formato de fácil entendimento.

Outro obstáculo foi a falta de representatividade de pessoas surdas na internet. “No início, havia poucos criadores de conteúdo surdos. Então, eu não tinha muitas referências para seguir. Tive que construir meu espaço do zero e mostrar que a comunidade surda também pode ocupar esse lugar na internet”, explicou o influencer.

Apesar das dificuldades, o relato de Igor ajudou famílias a aprenderem libras, e a desenvolverem uma comunicação melhor com filhos que também são surdos. “Algumas famílias me disseram que, antes, não sabiam como lidar com a surdez dos filhos, mas, ao verem meu relato, perceberam que a acessibilidade e a inclusão começam dentro de casa”, contou.

E esta é a história de Igor. Aos seis meses de idade, o avô paterno de Igor desconfiou da deficiência, visto que o pai dele era piloto de motocross, e o barulho do automóvel não incomodava o bebê. Com o diagnóstico, a família mudou de Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul, para Cascavel, no Paraná, para que o professor pudesse estudar em uma escola especial para surdos. Igor continua morando em Cascavel e cria vídeos para as redes sociais.

*Estagiária sob supervisão de Ana Raquel Lelles