Inflação de serviços e tarifas de Trump freiam corte de juros nos EUA, diz economista

A manutenção pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, da taxa de juros entre o intervalo de 4,25%-4,5% já era amplamente esperado.

Mas Alexandre Maluf, economista da XP, que participou nesta quinta (20) do programa Morning Call da XP, alertou para alguns pontos importantes a partir dessa decisão da autoridade monetária americana.

Em primeiro lugar, ele disse que ao contrário da previsão do mercado de ocorrer dois cortes esse ano dos juros nos EUA, a casa espera a taxa no atual patamar ao longo de 2025.

Riscos à frente

“Há riscos inflacionários”, enfatiza Alexandre Maluf. “A situação, mesmo antes do governo Trump, ela não convergiu para os 2% que é a meta. Ela tem oscilado em 3%, com uma inflação de serviços ainda forte”, comentou.

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Além disso, o economista aponta que as medidas do governo do presidente Donald Trump para o comércio internacional devem afetar a economia. “Todos esses riscos associados às tarifas devem pesar sobre inflação de bens”, disse. O cenário, segundo ele, é de instabilidade na economia americana.

Recessão

Sobre a decisão da manutenção da taxa de juros, ele ressaltou que a grande dúvida era como o Fed lidaria com o tema recessão, que tomou o mercado entre a última reunião de janeiro e a desta semana.  

Para Maluf, o fato de Jerome Powell, presidente do Fed, rechaçando uma projeção de recessão nos Estados Unidos foi um ponto importante.

“Ele colocou que a probabilidade hoje computada pelo mercado para uma recessão ela está dentro da média histórica. Isso deu uma acalmada nos mercados”, disse.

“Como foi tirado esse risco de cauda de uma alta de juros dos Estados Unidos e também foi rechaçado pelo Fed um risco de recessão, as curvas de juros cedeu e bolsa subiu”, acrescentou.

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