História: quando e por que os homens pararam de usar vestidos?
A evolução da costura e o colonialismo foram alguns dos motivos pelos quais os homens pararam de usar vestidos. The post História: quando e por que os homens pararam de usar vestidos? appeared first on Giz Brasil.
Registros históricos de homens usando vestidos são tão antigos quanto a própria história em si, mas em determinado momento os homens pararam de usar tal roupa.
Por milênios, os homens usavam vestidos sem motivações filosóficas ou religiosas, como a toga tradicional dos romanos, bem como outros exemplos no Egito e na Grécia Antiga.
A propósito, na pré-história, a maioria das roupas era unisex por motivos de necessidade e praticidade. No entanto, a moda se desenvolveu junto da humanidade.
Primeiro, nasce a costura. Em seguida, o manejo e a fabricação de tecidos criaram uma nova forma de cobrir o corpo de uma pessoa. Assim, nasce o estilo e a moda.
Roupas como símbolo de status
Aristocratas albaneses usando vestidos. Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução
Na idade média, os vestidos dos homens ganharam alguns incrementos graças ao desenvolvimento da costura. Com o surgimento da alfaiataria, os vestidos ficaram ainda mais elaborados na Renascença e as roupas se tornaram símbolos de status.
No entanto, a atribuição de gênero dos vestidos também começou na Renascença, mais precisamente no século 14. Ironicamente, a evolução da costura contribuiu para os homens começarem a parar de usar vestidos.
O interesse na anatomia humana e nas ciências naturais contribuíram para definir roupas com base em gênero.
Quando os homens pararam de usar vestidos
Anteriormente, dois fatores determinaram o uso de calça por homens: o frio e a necessidade de cavalgar.
Contudo, a maioria dos cavaleiros não fazia parte da alta classe, então os homens pararam de usar vestidos por razões mais obscuras, como o racismo consequente do colonialismo.
No colonialismo, a hierarquia se baseou em fatores raciais, econômicos e de gênero. Desse modo, distinções entre homens e mulheres, bem como entre brancos e pessoas de outras etnias, começaram a se desenhar.
Ao final do século 18, o fenômeno chamado “A Grande Renúncia Masculina” foi o momento em que os homens pararam de usar vestidos.
Se inspirando no Iluminismo, o fenômeno descreve a mudança de estilo da aristocracia masculina europeia, que abandonou as cores e formas extravagantes, optando por roupas mais funcionais.
A prática se associa à ideia de que os homens eram racionais, enquanto as mulheres eram emotivas e sensíveis. Os vestidos extravagantes não combinavam com os homens racionais.
Pintura de 1846 mostra o filho mais velho de Dom Pedro II usando vestido, um exemplo da influência europeia na moda das classes dominantes das Américas. Imagem: Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução
No entanto, até o fim do século 19, os vestidos estavam presentes em meninos da aristocracia. Até chegarem a uma certa idade considerada “racionalmente” adulta, homens usavam vestidos.
Contudo, no decorrer do século 19, a Inglaterra Vitoriana, devido à Revolução Industrial, introduziu novas práticas de costura. Além disso, a Revolução Industrial também introduziu a divisão de classes, ou seja: as roupas distinguiam a classe dominante da classe trabalhadora.
No entanto, entre a metade e o final do século 19, surge a prática chamada “breeching”, quando garotos entre quatro e sete anos ganham seus primeiros pares de calças (breeches).
A intenção era mostrar que eles saíram da infância, que nas ideias Iluministas do século anterior, era considerada uma fase de sentimentalismo, assim como os vestidos. Desse modo, homem não chora e também não usa vestido.
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