Headline avalia a Blips em R$ 500 milhões

A Blips — uma startup que dá crédito para pequenos empreendedores comprarem equipamentos — acaba de ser avaliada em R$ 500 milhões post-money, numa rodada que levantou capital para expandir a atuação da empresa e criar sua própria financeira.  A captação, de R$ 50 milhões, foi feita com a Headline, a gestora de Romero Rodrigues […] The post Headline avalia a Blips em R$ 500 milhões appeared first on Brazil Journal.

Mai 2, 2025 - 05:44
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Headline avalia a Blips em R$ 500 milhões

A Blips — uma startup que dá crédito para pequenos empreendedores comprarem equipamentos — acaba de ser avaliada em R$ 500 milhões post-money, numa rodada que levantou capital para expandir a atuação da empresa e criar sua própria financeira. 

A captação, de R$ 50 milhões, foi feita com a Headline, a gestora de Romero Rodrigues que tem a XP como sócia.

Trata-se da primeira rodada da história da Blips, que foi fundada em 2019 e vinha crescendo apenas com a geração de caixa do negócio.

Adolfo Sortica okA Blips contratou a Galápagos Capital para assessor no processo e conversou com mais de dez fundos, brasileiros e estrangeiros.

O fundador Adolfo Sortica disse que optou pela Headline não só pelos termos financeiros como pelo background empreendedor de Romero e a experiência de seu sócio Gabriel Alves, que foi banker da XP e do BTG antes de entrar na gestora de VC. 

“A Headline também já tem experiência nessa parte de financeira e deve nos ajudar nos trâmites para criar a nossa,” disse o fundador. 

Hoje o funding da Blips vem basicamente de capital próprio, linhas de financiamento com bancos e FIDCs. Com a financeira, “vamos poder emitir debêntures, CDBs e conseguir alavancar o capital,” disse Adolfo. “Isso deve ajudar a reduzir muito nosso custo de funding, que é de CDI mais 4,5% hoje.”

Para criar a financeira, há uma exigência de capital do Banco Central — no caso da Blips, pouco mais de R$ 20 milhões, mas que vai aumentando conforme o crescimento da operação. 

“O principal uso da rodada vai ser para isso, e o restante para entrarmos em novos segmentos e comprarmos mais máquinas.”

Fundada em 2019, a Blips começou apenas no segmento de comunicação visual, com o financiamento e aluguel de impressoras 3D e plotters para a impressão de adesivos e fachadas. 

Com o tempo, a companhia foi entrando em outros segmentos, como brindes, decoração, fitness, construção, estética e foodservice. Hoje a Blips atua em sete segmentos e tem mais de 60 SKUs.

“Mas todas as máquinas que atuamos são máquinas core do negócio. Equipamentos que são essenciais para a operação e que a compra ou locação deles pode ajudar a gerar um aumento grande na receita,” disse Ricardo Rocha, o outro fundador. 

Para garantir uma inadimplência baixa, a Blips criou um dispositivo de ‘internet das coisas’ que é implantado na placa-mãe das máquinas, permitindo rastreá-las e fazer o bloqueio à distância. 

Se o cliente atrasar o pagamento das parcelas em sete dias, a startup já faz um primeiro bloqueio. O cliente pode pedir um “desbloqueio de confiança” por mais sete dias, mas se não pagar no período o equipamento é bloqueado novamente. Com 30 dias de atraso, a Blips cancela o contrato e pega a máquina de volta. 

“Como são equipamentos core para o negócio, o cliente paga a parcela antes de pagar a conta de luz, antes de tudo… Sem aquele equipamento o negócio não funciona,” disse Ricardo.

A taxa de inadimplência da Blips é de 1% a 2% por mês, em comparação a uma média de 5% no crédito para PMEs, segundo a empresa.

“Nosso motor de crédito também é um diferencial. Não olhamos só o risco do crédito, mas quanto o empreendedor vai conseguir produzir a mais de receita com a máquina e o perfil social dele,” disse Ricardo. “Porque se ele consegue produzir receita com aquela máquina e somos a única fonte de financiamento dele, ele vai nos pagar.”

Ricardo Rocha okNo ano passado, a Blips originou R$ 200 milhões em operações. Este ano, a projeção é elevar esse número para R$ 350 milhões e chegar a R$ 1 bilhão em 2027. Segundo os fundadores, a empresa já dá lucro desde o início.

A startup opera com duas modalidades: o financiamento, no qual o cliente faz um down payment de 20% a 30% do valor da máquina e financia o resto (tipicamente em 36 meses); e a locação, em que o cliente aluga a máquina por um valor fixo mensal em contratos de longo prazo (o mínimo é 3 anos). 

A startup tem cerca de 7 mil máquinas, 60% no modelo de aluguel e o restante no financiamento. 

Antes de fundar a Blips, Adolfo fez de tudo um pouco. Seu primeiro trabalho foi recarregando extintores de incêndio, mas logo decidiu migrar para os cartuchos de impressora. “Os extintores eram muito pesados e um amigo meu começou a ganhar dinheiro com cartuchos e eu vi a oportunidade,” disse ele.

Em 2011, o empreendedor começou a importar alguns toners da China e abriu seu próprio ecommerce. Logo depois, passou a comprar impressoras usadas nos EUA e vender para gráficas no Brasil. “Foi quando eu tive a ideia de alugar esses equipamentos,” disse Adolfo.

Ricardo entrou no negócio alguns anos depois. 

Empreendedor serial, já havia fundado e vendido uma startup antes (a Softbox para o Magazine Luiza) e decidiu entrar na Blips depois que Adolfo o procurou para pedir ajuda para escalar o negócio. (Os dois moravam no mesmo condomínio em Uberlândia e, evangélicos, participavam do culto da igreja juntos. 

Ricardo deu a ideia do dispositivo de IoT, o que permitiu o escalar a Blips a nível nacional mantendo a inadimplência controlada. “Com esse dispositivo conseguimos transformar a máquina numa garantia real, que era o grande desafio do negócio,” disse ele. 

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