Golpistas usaram selfies de vítimas para fraudar consignado do INSS

Imagens estavam nas redes sociais e foram feitas presencialmente para burlar sistema de verificação

Mai 9, 2025 - 20:17
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Golpistas usaram selfies de vítimas para fraudar consignado do INSS

Golpistas autenticaram a contratação de empréstimo consignado de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por meio de imagens publicadas nas redes sociais, como selfies. Com isso, eles tinham acesso a descontos feitos de forma irregular e sem o consentimento da vítima.

Nesta 5ª feira (8.mai.2025), o presidente do instituto, Gilberto Waller Junior, determinou o bloqueio automático dos descontos nos empréstimos de todos os segurados. Agora, só poderão ser feitos se o beneficiário voluntariamente desbloquear o débito por meio do reconhecimento facial do aplicativo Meu INSS. As informações são do jornal O Globo.

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O empréstimo consignado aceita a assinatura por biometria desde a publicação da instrução normativa 138 de 2022. Um dos critérios estabelecidos pelo texto é que a imagem enviada passe por uma checagem de vivacidade. Neste processo, o sistema tecnológico detecta se há uma pessoa física presente na imagem ou vídeo solicitado. Mas o reconhecimento biométrico não foi aplicado em todos os casos.

ESTRATÉGIAS DE GOLPE

Como muitos tribunais consideram que uma selfie isolada não era prova suficiente de consentimento, golpistas começaram a coletar imagens com a permissão da vítima. Afirmavam que o envio de uma foto era necessário para o processo de restituição de valores ou revisão da aposentadoria.

Outros suspeitos tiravam fotos de aposentados que foram fazer simulações de crédito presencialmente, prometendo benefícios, liberação de valores e atualização cadastral no INSS.

Em 2024, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) julgou o caso de uma aposentada analfabeta que, depois de assinar um contrato por selfie, teve descontos em suas parcelas do INSS. Ela disse não reconhecer o empréstimo, e o banco foi condenado a devolver o valor cobrado de R$ 4.489,93.

Segundo a reportagem, o relatório de 2023 do TCU (Tribunal de Contas da União) informou que os sistemas de crédito consignado e de descontos do INSS tinham falhas de controle. Houve um aumento no valor de descontos por empréstimo. O número foi de R$ 57,5 bilhões em 2021 para R$ 89,2 bilhões em 2023.