Em carta a Lula, amazônidas defendem exploração de petróleo no Amapá
‘O futuro do Amapá e da Amazônia não pode ser decidido à revelia de quem aqui vive’, alertam cientistas, pesquisadores e cidadãos que assinam o documento

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), vai receber neste sábado uma carta de aproximadamente 100 cientistas, pesquisadores e cidadãos amazônidas para o presidente Lula expressando apoio ao avanço das pesquisas para a exploração de petróleo na costa do Amapá.
“O debate sobre o futuro da região amazônica precisa respeitar o protagonismo dos povos que aqui vivem e trabalham. Não é admissível que decisões fundamentais sobre nosso território sejam pautadas e conduzidas majoritariamente por vozes externas, muitas delas alheias à realidade social, econômica e histórica do Amapá e da Amazônia”, diz a mensagem.
Os signatários da carta também dizem causar “indignação” a sugestão, apresentada em recentes manifestações públicas, de criação de fundos compensatórios para “ressarcir” o Amapá pela não exploração de seu potencial energético.
“Essa proposta, além de desrespeitosa, revela uma tentativa inadmissível de tutelar as escolhas do povo amapaense. Não aceitaremos ser tratados como território a ser “indenizado” pela abdicação forçada de oportunidades de desenvolvimento que podem — e devem — ser conduzidas com responsabilidade socioambiental”, afirmam.
O grupo também defende que toda e qualquer decisão sobre a exploração da Bacia da Foz do Amazonas “deve considerar estudos técnicos criteriosos, respeitar o licenciamento ambiental e, principalmente, garantir o direito de participação ativa das populações locais”.
“O futuro do Amapá e da Amazônia não pode ser decidido à revelia de quem aqui vive”, alertam os apoiadores da carta.
Assinam o manifesto importantes nomes como o vice-governador do Amapá, Teles Júnior; a reitora da UEAP, Kátia Paulino; o reitor do IFAP, Romaro Antônio Silva; o chefe-geral da Embrapa Amapá, Antonio Cláudio Carvalho; a vice-reitora da UNIFAP, Ana Cristina Maués Soares; a vice-diretora do CEAP, Maria Ângela Nogueira; e o presidente da GASMAR, Allan Kardec Duailibe, além de representantes de entidades de pescadores e pescadoras de todo o Amapá.