Elon Musk defende rever condenação do assassino de George Floyd e gera reação nos EUA

Comentário impulsiona campanha para anistiar policial condenado e acabar com movimento Black Lives Matter

Mar 7, 2025 - 02:06
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Elon Musk defende rever condenação do assassino de George Floyd e gera reação nos EUA

Declaração de Musk e repercussão

Elon Musk sugeriu que a condenação de Derek Chauvin, ex-policial condenado pelo assassinato de George Floyd em 2020, seja revista. A declaração foi feita em resposta a uma publicação de Ben Shapiro, colunista ultraconservador, que defendeu o perdão presidencial ao policial.

“Há uma pessoa que o presidente Trump deveria perdoar das acusações federais imediatamente – seria incrivelmente controverso, mas acho que é absolutamente necessário – essa pessoa é Derek Chauvin”, escreveu Shapiro. Sem apresentar provas, ele afirmou que Floyd não teria morrido em decorrência da ação policial.

Musk, ao responder a publicação, comentou: “Isso é algo para ser pensado”, o que amplificou a discussão e levou a campanha por uma anistia ao ex-policial a ganhar força nas redes sociais, especialmente na plataforma X, de propriedade do bilionário.

Julgamento e condenação de Chauvin

Derek Chauvin foi condenado a 22 anos e meio de prisão pelo assassinato de George Floyd em Minneapolis. Durante o julgamento, imagens da câmera corporal dos policiais e gravações feitas por testemunhas mostraram Chauvin ajoelhado sobre o pescoço de Floyd por mais de nove minutos. Enquanto isso, a vítima repetia: “Não posso respirar”.

O caso gerou protestos em diversas cidades dos Estados Unidos e teve repercussão global, impulsionando o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). A mobilização resultou em mudanças em políticas policiais e levou a ONU a criar um mecanismo para avaliar a violência policial contra a população negra.

Resposta das autoridades e da família de Floyd

A sugestão de Musk provocou reações imediatas. O procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, destacou que Chauvin foi condenado por homicídio em segundo grau e homicídio culposo em segundo grau, com a sentença mantida pela Suprema Corte do estado.

“Derek Chauvin assassinou George Floyd na frente do mundo inteiro”, declarou. “Trump não tem poder para perdoar a condenação estadual de Chauvin. Um perdão da condenação federal o levaria de volta a Minnesota para cumprir o restante da pena na prisão estadual. O único propósito concebível seria expressar ainda mais desrespeito por George Floyd e pelo estado de direito”.

A declaração de Musk também gerou preocupação na família de Floyd. Paris Stevens, primo da vítima, afirmou que um possível perdão “prejudicaria a democracia”. O tio de Floyd, Selwyn Jones, expressou indignação: “Acredito sinceramente que isso vai acontecer por causa dos indivíduos envolvidos”.

Ativistas do Black Lives Matter também criticaram a repercussão da campanha, classificando-a como um retrocesso no combate à violência policial e à luta por justiça racial nos Estados Unidos.

Nas redes sociais, a avaliação é de um ataque coordenado para acabar com o movimento Black Lives Matter e os direitos da população negra nos Estados Unidos. Em uma série de ações executivas recentes, o presidente Donald Trump revogou políticas de integração racial e intensificou medidas contra iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Ele tem ameaçado de processo empresas que não acabarem com programas de incentivo para minorias nos Estados Unidos.

O resultado, porém, pode ser uma revolta civil em grande escala por todo o país. O histórico para isto existe.