Review iPhone 16e | O celular “baratinho” da Apple faz sentido?

A Apple lançou o iPhone 16e no começo de março e o celular chegou ao mercado como a opção mais barata para quem quer um “iPhone do ano”, apesar do preço ainda ser bem elevado pelo que ele entrega. Mas será que, ainda assim, ele vale a pena? Nós testamos o smartphone da Maçã e agora contamos se ele faz sentido. 

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Mesmo chip do iPhone 16, mas não

Um dos pontos principais do iPhone 16e é que, supostamente, ele tem o mesmo chipset do iPhone 16 “comum”, o Apple A18. Mas há algumas alterações no componente usado no modelo mais barato, e ele tem quatro núcleos gráficos, em vez de cinco. É como se fosse uma versão “lite” do chip, ou um “A18e”. Mas a Apple não quis mudar o nome, apesar de ser diferente. 

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Na prática, porém, não faz tanta diferença. O desempenho dele é ótimo e ele consegue executar tudo com bastante fluidez. Por aqui, rodamos até o Resident Evil Village e ele não apresentou lentidão ou engasgos durante o game. 

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Para tarefas cotidianas, ele se sai tão bem quanto um iPhone 16 base, então é uma boa opção se você quer um iPhone do ano, mas não quer pagar o valor cheio pelos modelos mais avançados e não faz questão de abdicar de alguns pontos, como câmeras. Mas falaremos mais disso adiante. 

Quanto ao teste de desempenho padrão, realizado no app AnTuTu Benchmark, ele ficou bem atrás de concorrentes, como o Galaxy S25, e anotou 1.344.699 pontos gerais. Como comparação, o rival sul-coreano passa dos 2 milhões. Mas essa diferença era esperada, de qualquer forma. No entanto, essa marca é equivalente a modelos intermediários com Android. 

"A Apple destaca que o iPhone 16e tem o mesmo chip do iPhone 16, mas na verdade a versão utilizada no celular mais barato é ligeiramente “capada” na parte gráfica. Ainda assim, ele oferece uma boa performance no geral."

Conjunto de câmeras modesto e mediano

O principal ponto fraco do iPhone 16e é a limitação das câmeras: ele tem apenas uma traseira e uma frontal. Em um mercado onde a maioria aposta em pelo menos três sensores, é curioso ver que a Apple insiste em lançar seu modelo “de entrada” com apenas um. 

Muitos podem defender que o sensor ultrawide — removido deste aparelho — é pouco aproveitado pela maioria dos usuários em outros celulares, mas é interessante manter a opção para aqueles que buscam mais versatilidade na hora de fotografar. 

Mas enfim, falando especificamente do que está incluso no iPhone 16e: o celular é equipado com uma câmera traseira de 48 MP e uma frontal de 12 MP. 

Na prática, ele tira fotos razoáveis: não chegam a ser ruins, como modelos Android de entrada ou alguns intermediários, mas não estão no mesmo nível da linha principal da Apple ou de flagships com o sistema do Google. 

As fotos contam com um bom nível de definição, e o HDR é surpreendentemente bom. Em resumo, ele trabalha muito bem com o que tem, apesar de pecar pela falta de versatilidade do conjunto traseiro. 

Já a frontal tem uma grande perda nos níveis de detalhes, tanto com iluminação fraca quanto com bastante luz natural. Mas não é algo tão surpreendente — isso já é uma característica herdada da linha iPhone SE, por exemplo. 

Para gravação de vídeo, ele oferece bastante definição e ótima estabilidade. Apesar de não ficar no mesmo nível da linha principal, ele dá conta do recado para gravações mais esporádicas ou pouco exigentes. 

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"Apesar de pecar em versatilidade, eu achei que a única câmera traseira do iPhone 16e faz bem seu trabalho e entrega fotos “ok” para um celular intermediário premium."

Adeus TouchID, bem-vindo FaceID

A Apple finalmente deu fim ao legado do “iPhone de botão” e aposentou de vez o sensor touchID, usado pela última vez no iPhone SE de 2022. Agora, o modelo de entrada e sucessor da linha também conta com FaceID para reconhecimento facial, alojado em um entalhe no formato padrão da Maçã, como o do iPhone 14. 

O componente oferece mais agilidade para o desbloqueio da tela e confere ao celular um visual mais moderno do que o antigo. E, apesar de ainda manter bordas bem avantajadas, isso confere ao dispositivo um aproveitamento maior do painel, bem diferente do antecessor. 

Bateria fraca e com carregamento limitado

O iPhone 16e traz de volta a má fama da Apple de que as baterias não são boas e tem uma autonomia bem abaixo do que estamos acostumados com os novos celulares da marca, em especial os modelos Pro e Pro Max. 

Ele tem capacidade de 4005 mAh (bem mais do que os 3.561 mAh do iPhone 16 “base”), mas o desempenho é aquém do esperado. No nosso teste de desempenho padrão, ele consumiu 29% da carga — apenas 1% a menos que o iPhone 16. 

Isso dá uma estimativa de duração de aproximadamente 20 horas, mas o resultado é bem menos que a média em celulares Android, que geralmente ficam entre 24% e 26% de consumo. 

O carregamento também é limitado e ele não tem suporte para MagSafe, como os modelos mais avançados. Assim, seu carregamento sem fio é limitado a 7,5 W — que é bem pouco. Já no cabo, o carregamento é padrão, de 20 W.

Design resistente e boa construção

O iPhone 16e tem construção em metal e um tamanho que favorece usuários que preferem um celular mais compacto, mas que ainda mantém uma tela com boa exibição. Em resumo, ele é pouca coisa menor que o iPhone 16, mas não chega a ser tão pequeno quanto o iPhone 13 mini, que foi o último celular realmente pequeno lançado pela Maçã. 

O design mantém o “padrão Apple”, com laterais planas e os cantos arredondados, que sempre conferem um aspecto moderno ao celular. Não há botão para controle da câmera, como na linha principal, mas há a tecla de Ação, que pode ser customizada. Na traseira, como ele só tem uma câmera, não há um quadro para abrigá-lo, o que dá um tom mais limpo. 

Já a tela é um painel Super Retina XDR OLED de 6,1 polegadas — um importante avanço comparado ao painel IPS LCD de 4,7 polegadas do iPhone SE. Ele tem taxa de atualização de 60 Hz e resolução de 1170 x 2532 pixels. A proteção é feita pelo vidro Ceramic Shield. 

Concorrentes diretos

Apesar de ser um celular novo, o iPhone 16e compete mais com o Galaxy S24 FE, da Samsung. Isso porque colocando ele frente a frente com modelos topo de linha desse ano, como o Galaxy S25, ele perde em todos os aspectos técnicos. 

O S24 FE conta com o chipset Exynos 2400e e tem 8 GB de RAM, características que entregam um desempenho bem equivalente ao do iPhone 16e. Além disso, ele tem um conjunto triplo de câmeras traseiras. Além do principal, há um ultrawide de 12 MP e um telefoto de 8 MP. 

Quanto ao preço, o Galaxy S24 FE é encontrado em uma faixa de R$ 3.000 para a versão de 128 GB, enquanto o iPhone 16e custa em média R$ 4.500 para o modelo com 128 GB ou R$ 5.200 para a versão de 256 GB. Nessa faixa, já é possível comprar a versão de 256 GB do Galaxy S25. 

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Vale a pena comprar o iPhone 16e?

Pela faixa de preço, não vale a pena comprar o iPhone 16e se você procura mais recursos e funcionalidade. Por menos, é possível comprar o Galaxy S24 FE, ou até mesmo o Galaxy S25, na mesma média. 

No entanto, se você quer um iPhone do ano e quer gastar o mínimo possível, ele é a opção mais acessível no portfólio atual da Maçã, já que o iPhone 16 de 256 GB parte de R$ 5.300 e não há uma versão com menos armazenamento.

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