“É irreal” sonhar com iPhones livres da China
Craig Moffett, líder da Apple, alerta que transferir a produção de iPhones para a Índia é inviável e que a Apple seguirá refém da cadeia de suprimentos chinesa O renomado analista Craig Moffett afirma que qualquer plano de transferir a montagem de iPhones para a Índia é irrealista. Moffett, repetidamente classificado como um dos melhores […] O post “É irreal” sonhar com iPhones livres da China apareceu primeiro em O Cafezinho.

Craig Moffett, líder da Apple, alerta que transferir a produção de iPhones para a Índia é inviável e que a Apple seguirá refém da cadeia de suprimentos chinesa
O renomado analista Craig Moffett afirma que qualquer plano de transferir a montagem de iPhones para a Índia é irrealista. Moffett, repetidamente classificado como um dos melhores analistas pelo Institutional Investor, enviou um memorando a clientes na última sexta-feira (25) após o Financial Times relatar que a Apple pretende deslocar parte da produção para a Índia até o final do próximo ano.
Ele questiona como a mudança reduziria custos ligados a tarifas, já que os componentes do iPhone continuariam sendo fabricados na China.
“Temos uma série enorme de problemas criados pelas tarifas, e mudar para a Índia não resolve todos eles. Claro, ajuda em algum grau”, disse o sócio e diretor-gerente da MoffettNathanson ao CNBC’s “Fast Money”. “Mas eu questiono como isso vai funcionar.”
Moffett argumenta que diversificar para a Índia não é simples – alertando que a cadeia de suprimentos da Apple permaneceria ancorada na China e provavelmente enfrentaria resistência.
Guerra comercial impacta custos e vendas
“O cerne da questão é que uma guerra comercial global é uma batalha em duas frentes, afetando custos e vendas. Transferir a montagem para a Índia pode (e enfatizo ‘pode’) ajudar no primeiro aspecto. O segundo pode ser o problema maior”, escreveu aos clientes.
Na segunda-feira, Moffett reduziu sua meta de preço para as ações da Apple de US$ 184 para US$ 141 – queda de 33% em relação ao fechamento de sexta-feira e o menor valor entre analistas, segundo o FactSet.
Preocupação com valuation, não com a empresa
“Não me vejo como o maior ‘urso’ da Apple”, disse. “Tenho uma opinião muito positiva da empresa. Minha preocupação é mais com a avaliação do que com a companhia em si.”
Moffett mantém uma recomendação de “venda” para a Apple desde 7 de janeiro. Desde então, as ações caíram cerca de 14%.
“Nada disso ocorre porque a Apple seja uma empresa ruim. Eles ainda têm um balanço sólido e uma excelente franquia de consumo”, explicou. “Mas a realidade é que não há boas respostas quando você é uma empresa de produtos que enfrentará tarifas significativas e um mercado com desaceleração na demanda devido ao cenário macroeconômico.”
Operadoras não absorverão custos de tarifas
Moffett destaca que as operadoras americanas também não ajudarão a amortecer o impacto das tarifas.
“Teremos ainda a destruição de demanda causada por possíveis aumentos de preço. Lembre-se de que AT&T, Verizon e T-Mobile declararam esta semana que não subsidiarão custos adicionais de tarifas em aparelhos”, acrescentou. “O consumidor terá que arcar com isso, levando a períodos mais longos de uso e menor taxa de upgrades – o que deve reduzir estimativas para o próximo ano.”
Concorrentes chineses em ascensão
Segundo Moffett, a reação contra a Apple na China devido às tarifas americanas também prejudicará as vendas de iPhones.
“É um problema real”, afirmou. “Os volumes estão migrando para Huawei, Vivo e outros concorrentes locais, não para a Apple.”
As ações da Apple tiveram alta de mais de 6% na semana passada, antecedendo o relatório trimestral que será divulgado na quinta-feira após o fechamento do mercado.
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