Dieta carnívora: por que comer só produtos de origem animal é um risco

Entra ano, sai ano, e as dietas da moda desfilam pelas redes sociais e pelo boca a boca com suas promessas de emagrecimento. Atualmente, uma das mais populares — e controversas — atende pelo nome de “dieta carnívora”, rica em proteínas e produtos de origem animal, como carne, ovos e laticínios.  O modelo é tema […]

Mar 2, 2025 - 18:59
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Dieta carnívora: por que comer só produtos de origem animal é um risco

Estudo desvenda como carne vermelha pode estar ligada ao câncer – iStock/grandriver

Entra ano, sai ano, e as dietas da moda desfilam pelas redes sociais e pelo boca a boca com suas promessas de emagrecimento. Atualmente, uma das mais populares — e controversas — atende pelo nome de “dieta carnívora”, rica em proteínas e produtos de origem animal, como carne, ovos e laticínios

O modelo é tema de uma publicação, no último dia 22 de janeiro, na respeitada revista científica JAMA Cardiology. O artigo traz o caso de um homem de 40 anos que adotou um cardápio com espaço para mais de três quilos de queijo por dia, além de hambúrgueres, filés e tabletes de manteiga como opções de lanche. 

Após oito meses consumindo esses alimentos, seus níveis de colesterol alcançaram a marca de 1.000 mg/dl – cinco vezes o que se considera normal. Entre os resultados desse excesso, o indivíduo desenvolveu xantelasma, distúrbio em que depósitos de gordura se acumulam sob a pele, e os nódulos engordurados e amarelos despontaram nas palmas de suas mãos. As imagens correram o mundo. “O exagero na ingestão de gordura saturada favorece essa condição”, comenta o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Cortes gordurosos de carnes, assim como o leite e seus derivados nas versões integrais, entre outros itens de origem animal, costumam concentrar os tais ácidos graxos saturados, tipos de gordura atrelados ao aumento do LDL, o chamado colesterol ruim. 

Altas taxas de LDL, por sua vez, estão envolvidas com inflamações e a acumulação de gordura nas artérias, favorecendo a formação de placas. “Esse processo contribui para eventos cardiovasculares como o infarto”, alerta a nutricionista Milena Gomes Vancini, coordenadora do Ambulatório de Nutrição no setor de Cardiopatia Hipertensiva, Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).