Crítica: Um Filme Minecraft

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Ok, demorou, eu admito, mas finalmente levei meus filhos para assistir Um Filme Minecraft, a adaptação do game que está dominando as salas de cinema ao redor do mundo. E, honestamente, eu não entendo o motivo de tantas reclamações em críticas por aí. Afinal, o filme é exatamente o que ele mostra nos trailers.

Com isso, eu não estou falando que o filme é ruim, entenda: o filme é extremamente infantil (afinal, é o público que eles procuram), surreal, cheio de piadas bobas, referências ao jogo Minecraft e, claro, muito do Jack Black.

A ideia é bem simples: Há alguns anos, Steve, personagem vivido por Jack Black, acabou entrando no mundo de Minecraft e se apaixonou por tudo. Basicamente, a verdadeira aventura e experiência de Minecraft é a que ele viveu durante todos os anos que passou lá, ele entrou criança, cresceu, envelheceu e construiu tudo, aprendeu todos os detalhes, mas acabou se tornando um prisioneiro de Malgosha, uma bruxa piglin que comanda uma horda que quer dominar o mundo. Para evitar que isso acontença, Steve manda um Orbe (que, na verdade, é um cubo) para o nosso mundo.

Obviamente, esse cubo vai acabar nas mãos do grupo de personagens que você já deve ter visto por aí: Garrett (vivido por Jason Momoa), um ex-campeão de videogame que ainda vive pensando nos seus dias de glória, mas acabou se tornando um empresário falido, Henry e Natalie (irmãos que perderam os pais e que agora estão se mudando para a cidade da batata, e, por fim, Dawn, a corretora de imóveis que alugou a casa para os dois.

Durante todo o filme, deu pra sentir a energia do cinema, as crianças não paravam de rir e apontar as várias referências ao jogo, elementos que foram tirados diretamente do game e que geram aquela mesma sensação quando nós, adultos e fãs de quadrinhos, estamos vendo um filme da Marvel. Eu sei, você pode achar que não, mas é a mesma experiência sim (e não, não jogaram pipoca em mim quando apareceu o CHICKEN JOCKEY).

E, honestamente, eu nunca joguei Minecraft, eu sei o que é, já vi gente jogando, sei como funciona, meu filho joga, mas eu não tenho um grande elo com essa franquia como outras pessoas da minha idade que viram a ascensão do YouTube através dos vídeos de Minecraft. Ainda assim, me interessei pela adaptação e acho que ela cumpre bem o seu papel. Embora, em minha opinião, falte algo ali para que o filme tenha o mesmo sucesso do longa do Mario, por exemplo. Acontece que o Steve de Minecraft basicamente é o Jack Black em pessoa, com todas as suas manias, maneirismos e bem... é o que ele faz em todo filme que tem mais liberdade ou até nas suas próprias redes sociais.

Claro, isso é compreensível, já que o Steve não é um personagem com personalidade, ele apenas é um avatar dos jogadores. Mas vemos que há um esforço de Jack Black e a produção do filme em reproduzir um sucesso como o da música de Peach, mas que, honestamente, não funciona.

Não apenas isso, o filme todo acontece meio como um grande tutorial com narração. Em todo o tempo, Jack Black está explicando o que acontece e como cada coisa se encaixa naquele mundo, mas isso com a maior pose de herói e todo o jeitão que ele tem. Do outro lado, Henry, o garoto, parece estar sempre espantado com tudo que acontece, embora seja o único do grupo que sempre pega o jeito. Tem uma determinada cena que ele coloca uma bota de agilidade e fica olhando para um golem de ferro por quase um minuto sem dizer nada. Qual o propósito de tanto espanto? Ele mesmo que planejou isso, então fica difícil entender algumas decisões.

Entretanto, o filme tem muito daquele humor que o diretor conseguiu imprimir em Nacho Libre (eu adoro esse filme) e isso me faz gostar bastante do longa. Claro, não é um humor que estamos acostumados, mas é algo que funciona muito bem para a geração atual.

No fim, eu só posso dizer que meu filho saiu radiante do cinema, assim como tantas outras crianças que estavam ali presentes. Foi bom um filme? Para mim, ele não tem o mesmo peso, pelos fatores que citei acima, inclusive por não ser um fã do jogo. Porém, é um filme que cumpre muito bem o propósito para o qual ele foi criado, embora não seja para todo mundo e ainda tenha algumas tentativas falhas ao longo do caminho.

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