Consumidores dos EUA se preparam para impactos enquanto tarifas reforçam domínio da manufatura chinesa
A corrida às lojas da Apple nos Estados Unidos é apenas um dos sinais do pânico crescente entre os consumidores diante das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Mesmo após mudanças nas cadeias de suprimentos desde 2018, a dependência de produtos chineses permanece forte — e substituí-los não será fácil, especialmente com os preços […] O post Consumidores dos EUA se preparam para impactos enquanto tarifas reforçam domínio da manufatura chinesa apareceu primeiro em O Cafezinho.

A corrida às lojas da Apple nos Estados Unidos é apenas um dos sinais do pânico crescente entre os consumidores diante das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Mesmo após mudanças nas cadeias de suprimentos desde 2018, a dependência de produtos chineses permanece forte — e substituí-los não será fácil, especialmente com os preços baixos aos quais os consumidores se acostumaram.
A Apple, por exemplo, está fretando aviões às pressas para levar iPhones da China e de outros países asiáticos aos EUA, onde compradores ansiosos tentam atualizar seus aparelhos antes que as tarifas elevem os preços.
O iPhone ilustra bem essa dificuldade: quase 90% dos aparelhos ainda são montados na China. Com isso, tornam-se alvos diretos do novo aumento de 34% nas tarifas sobre produtos chineses — valor que se soma aos 20% já impostos anteriormente.
Apesar deste ser um período tradicionalmente fraco para vendas de smartphones, a Apple acelera o transporte de estoques da China e da Índia — outro país afetado pelas tarifas — enquanto a demanda se mantém alta.
De modo mais amplo, eletrônicos e máquinas elétricas foram a principal categoria de importação dos EUA vinda da China em 2023, somando US$ 119,9 bilhões. Um relatório de dezembro do Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE), com sede em Washington, alertou que esses produtos serão os mais prejudicados com as novas tarifas.
“Há poucas alternativas viáveis para a produção em larga escala desses itens, e tarifas mais altas levarão inevitavelmente ao aumento dos preços para os consumidores”, afirmou Julieta Contreras, analista do instituto. Ela destacou que eletrônicos e máquinas elétricas representam uma grande parcela das importações totais dos EUA e são predominantemente fabricados na China.
O impacto não se restringe aos produtos de alta tecnologia. Segundo dados oficiais e o relatório do PIIE, 40% dos calçados e 25% das roupas e têxteis importados pelos EUA vêm da China. As exportações totais da China nesses setores atingiram US$ 300 bilhões em 2024, com mais de 20% destinadas ao mercado americano, mesmo após migrações relevantes nas cadeias produtivas.
Em comunicado sobre as novas tarifas, a Câmara Chinesa de Comércio para Importação e Exportação de Têxteis afirmou que os EUA prejudicam tanto outros países quanto a si próprios com essas medidas. A entidade pediu que Washington ouça a indústria global e os consumidores e “corrija” seu comportamento.
Autores: Frank Chen e Ji Siqi
Publicado em: 8 de abril de 2025
Fonte: South China Morning Post
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