‘Ignorante e desrespeitoso’: China critica Vance por chamar chineses de ‘camponeses’ em meio à guerra tarifária
A China criticou duramente o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, por ter se referido aos chineses como “camponeses” durante uma entrevista, classificando a declaração como “ignorante e desrespeitosa”. “A posição da China sobre as relações econômicas e comerciais com os EUA é muito clara”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, […] O post ‘Ignorante e desrespeitoso’: China critica Vance por chamar chineses de ‘camponeses’ em meio à guerra tarifária apareceu primeiro em O Cafezinho.
A China criticou duramente o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, por ter se referido aos chineses como “camponeses” durante uma entrevista, classificando a declaração como “ignorante e desrespeitosa”.
“A posição da China sobre as relações econômicas e comerciais com os EUA é muito clara”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, durante uma coletiva de imprensa regular nesta terça-feira, em Pequim. “É surpreendente e patético ouvir palavras tão ignorantes e desrespeitosas de um vice-presidente.”
A resposta foi uma reação aos comentários feitos por Vance à Fox News na última quinta-feira, um dia após o presidente Donald Trump impor tarifas abrangentes contra a maioria dos parceiros comerciais dos EUA — incluindo um acréscimo de 34% sobre as importações da China.
Defendendo as tarifas, Vance declarou: “Pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam. Isso não é receita para prosperidade econômica, nem para preços mais baixos, nem para bons empregos nos Estados Unidos da América.”
A declaração provocou indignação nas redes sociais ocidentais. Muitos apontaram a ironia de Vance usar um termo depreciativo para se referir aos chineses, sendo que sua própria história política foi construída com base em uma infância difícil na região rural e empobrecida dos Apalaches. Em 2016, ele publicou sua autobiografia “Hillbilly Elegy: A Memoir of a Family and Culture in Crisis”.
A fala de Lin ocorre no momento em que as tensões comerciais entre China e EUA atingem novos picos. Pequim foi um dos países mais afetados pelas tarifas do chamado “Dia da Libertação”, anunciadas por Trump em 2 de abril e que atingem quase todos os parceiros comerciais dos EUA.
Com as novas tarifas de 34%, somadas aos 20% aplicados desde o início do segundo mandato de Trump, a alíquota mínima efetiva sobre importações chinesas agora chega a 54%.
Em resposta, dois dias depois, a China aplicou tarifas recíprocas de 34% sobre todas as importações vindas dos EUA. Na segunda-feira, Trump ameaçou impor um acréscimo de 50% caso a China não recuasse nas medidas.
O Ministério do Comércio chinês reagiu afirmando que o país “lutará até o fim” para defender seus direitos e interesses, classificando as ações dos EUA como “unilateralismo típico, protecionismo e bullying econômico”.
Não é a primeira vez que a China reage a comentários considerados inapropriados por autoridades norte-americanas. No mês passado, durante visita à Guiana, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reclamou das estradas locais e atribuiu erroneamente sua má qualidade a empresas chinesas.
Na ocasião, o porta-voz chinês Guo Jiakun desmentiu a alegação e afirmou que “a estrada mencionada não foi construída por nenhuma empresa chinesa”, e que o próprio governo da Guiana já havia esclarecido isso. “Fico me perguntando por que o secretário de Estado contou uma mentira tão descarada”, disse Guo. “Seria melhor que os EUA entregassem algo de concreto aos países da região em vez de difamar a China e semear discórdia distorcendo os fatos.”
Autora: Sylvie Zhuang
Publicado em: 8 de abril de 2025
Fonte: South China Morning Post
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