CK Hutchison adia acordo de venda de portos no Panamá aos EUA após revisão antitruste da China

A empresa CK Hutchison, com sede em Hong Kong, adiou a assinatura do acordo de venda de suas operações portuárias próximas ao Canal do Panamá para um grupo liderado pela BlackRock. A decisão ocorre em meio à pressão crescente de Pequim, que anunciou uma revisão antitruste do negócio. De acordo com fontes próximas ao processo, […] O post CK Hutchison adia acordo de venda de portos no Panamá aos EUA após revisão antitruste da China apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mar 29, 2025 - 23:42
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CK Hutchison adia acordo de venda de portos no Panamá aos EUA após revisão antitruste da China

A empresa CK Hutchison, com sede em Hong Kong, adiou a assinatura do acordo de venda de suas operações portuárias próximas ao Canal do Panamá para um grupo liderado pela BlackRock. A decisão ocorre em meio à pressão crescente de Pequim, que anunciou uma revisão antitruste do negócio.

De acordo com fontes próximas ao processo, a revisão será conduzida pela autoridade reguladora de mercado da China, que se baseia em legislação que visa proteger a concorrência justa e o interesse público.

A agência de regulação informou sobre o início da revisão por meio de um comunicado publicado na conta oficial da autoridade no WeChat na noite de sexta-feira, 24.

O conglomerado CK Hutchison, controlado pelo bilionário Li Ka-shing, havia acordado vender a maior parte de seu negócio global de portos, avaliado em US$ 22,8 bilhões, para um consórcio liderado pela BlackRock. Entre os ativos incluídos na transação estão os portos localizados na estratégica região do Canal do Panamá.

Adiamento e possíveis implicações do processo

A assinatura do contrato definitivo para as duas operações portuárias estava inicialmente marcada para o dia 2 de abril, conforme anunciado em 4 de março.

No entanto, fontes informaram que a documentação não será assinada na data prevista, por “motivos óbvios”. Apesar do adiamento, as fontes destacaram que o negócio ainda não foi cancelado, e o prazo de 2 de abril não é definitivo.

A negociação envolve um total de 43 portos em 23 países, sendo tratada de forma exclusiva entre a CK Hutchison e o consórcio da BlackRock por um período de 145 dias. As fontes afirmaram que as negociações continuam em andamento.

Pressões políticas e econômicas sobre a negociação

O adiamento da assinatura ocorre em um contexto político delicado, com Pequim intensificando a supervisão sobre o acordo.

O envolvimento de um dos maiores investidores financeiros do mundo, a BlackRock, e a natureza estratégica dos portos envolvidos, colocam o negócio em uma posição altamente politizada, especialmente devido ao impacto econômico e geopolítico que ele pode gerar.

A transação, que pode render mais de US$ 19 bilhões à CK Hutchison, também tem atraído atenção devido à sua importância em termos de infraestrutura global. O Canal do Panamá é uma via de transporte crucial para o comércio internacional, o que torna a venda de portos nessa região uma questão de interesse estratégico.

Mercado financeiro e reações

O assunto foi inicialmente divulgado por veículos locais como Singtao Daily e South China Morning Post. A CK Hutchison não respondeu imediatamente ao pedido de comentário feito pela Reuters.

Em meio às especulações sobre o futuro do negócio, os principais índices de Wall Street sofreram forte queda na última sexta-feira, com o Dow Jones recuando 1,7%, refletindo um clima de cautela no mercado financeiro global.

Este episódio destaca a complexidade das negociações envolvendo empresas chinesas e estrangeiras, especialmente quando envolvem ativos estratégicos em regiões chave para o comércio global.

O desfecho das negociações dependerá de como a revisão antitruste da China será conduzida e dos possíveis ajustes que a CK Hutchison e a BlackRock precisarão fazer para concluir o acordo.

Com informações da Reuters

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