Ciência encontra no Brasil fóssil de formiga que viveu com dinossauros

Um fóssil em uma coleção de um museu brasileiro é o espécime de formiga mais antigo conhecido pela ciência, segundo uma pesquisa. Imagens de microtomografia computadorizada mostram que o inseto era intimamente relacionado às formigas-do-inferno.

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A formiga pré-histórica viveu entre os dinossauros há 113 milhões de anos. Anderson Lepeco, pesquisador do Museu de Zoologia da USP (Universidade de São Paulo), encontrou o espécime em setembro, enquanto examinava a coleção do museu. O local possui uma das maiores coleções de insetos fossilizados do mundo, incluindo da formação geológica Crato, no Nordeste.

Preservado em calcário, essa extinta formiga-do-inferno é membro da subfamília Haidomyrmecinae, que viveu no período Cretáceo. No entanto, o espécime recém-descrito não tem nenhum parentesco com as formigas vivas hoje.

A espécie fóssil, Vulcanidris cratensis, tinha mandíbulas semelhantes a foices, que provavelmente serviam para imobilizar ou empalar suas presas. Além disso, também apresentava características semelhantes às das vespas, indicando ancestralidade comum. Suas asas, por exemplo, tinham muito mais veias do que as das formigas atuais.

Atualmente um dos insetos mais comuns no planeta, com exceção da Antártida, as formigas evoluíram durante o final do Jurássico e o início do Cretáceo, há cerca de 145 milhões de anos. Após um asteroide levar à extinção dos dinossauros e outras espécies, há 66 milhões de anos, elas se tornaram o inseto mais comum no registro fóssil, embora algumas não tenham sobrevivido.

De acordo com Phil Barden, professor associado do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, à CNN, a nova descoberta “amplia o registro fóssil conhecido de formigas em cerca de dez milhões de anos”.

“Embora formigas fósseis tenham sido descritas desde o século 19… Até agora, não estava claro se a ausência de formigas com mais de 100 milhões de anos se devia à sua inexistência ou simplesmente ao fato de não terem sido preservadas em depósitos onde as pessoas as procuravam”, disse.

A descoberta foi publicada na revista Current Biology.

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