CEO da Neooh: exigências da Aena são naturais no setor
A Neooh é uma das empresas de mídia out-of-home (OOH) que disputa a concorrência pela gestão e comercialização da mídia nos 17 aeroportos da Aena. Mais de dez empresas foram convidadas pela Aena para ingressar no processo, inclusive players da América do Norte e do Sul que não operam no Brasil. Conforme apuração de Meio & Mensagem, a Helloo também está na disputa. Demais líderes do setor, como Eletromídia, JCDecaux e Clear Channel optaram por... O post CEO da Neooh: exigências da Aena são naturais no setor apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.

A Neooh é uma das empresas de mídia out-of-home (OOH) que disputa a concorrência pela gestão e comercialização da mídia nos 17 aeroportos da Aena. Mais de dez empresas foram convidadas pela Aena para ingressar no processo, inclusive players da América do Norte e do Sul que não operam no Brasil. Conforme apuração de Meio & Mensagem, a Helloo também está na disputa. Demais líderes do setor, como Eletromídia, JCDecaux e Clear Channel optaram por não comentar sobre o processo.

Para Leonardo Chebly, CEO da Neooh, Aeroporto de Congonhas tem o ativo de mídia mais valorizado no Brasil (Crédito: Divulgação)
A Neooh decidiu participar da concorrência pois tem a mídia aeroportuária como sua principal vertical. Atualmente, a empresa está presente em 40 aeroportos. Incluindo aeroportos operados pela Aena, como Congonhas, Aracaju, Campina Grande e Juazeiro do Norte. A empresa também mantém contratos nos divisores de fluxo de todos os aeroportos da Aena. Segundo o fundador e CEO da empresa, Leonardo Chebly, a Neooh está presente em 50% dos ativos no Aeroporto de Congonhas, principal aeroporto da Aena em fluxo de passageiros.
Chebly afirma que a Neooh foi convidada pela Aena a participar dessa concorrência e de processos semelhantes que devem ocorrer nos aeroportos que a empresa administra na Espanha. Apesar das críticas feitas pela Kallas à respeito de altos custos e condições rígidas do processo, Chebly afirma que esse é o padrão adotado nas concorrências de mídia out-of-home, sobretudo as aeroportuárias, pois se trata de um ambiente com restrições de circulação. “É uma concorrência desafiadora e cara, mas esperamos que apesar disso, consigamos nos consagrar vencedores”, diz.
A Neooh pleneja atingir R$ 400 milhões em faturamento em 2025, independente dos ativos da Aena. A disputa será decidida em leilão agendado para 13 de maio, mas a Aena deve divulgar os resultados ao final do mês, após aprovação dos acionistas.
Ao Meio & Mensagem, o CEO da Neooh falou sobre suas percepções à respeito da concorrência da Aena e dos planos caso a Neooh ganhe a disputa.
Meio & Mensagem – Qual é sua avaliação sobre os critérios da Aena para essa concorrência?
Leonardo Chebly – A Neooh já participou de diversas concorrências de aeroportos privatizados. Ganhamos todas as concorrências das quais participamos. Essa, da Aena, foi a que nós vimos que houve mais cuidado na elaboração. Nunca ninguém nos convidou, como a Aena fez. A Aena contratou a consultoria Alvarez & Marsal para fazer todo o processo de concorrência e profissionais de OOH para assessorá-los. Se reuniu com todos os possíveis participantes, para entender o que nós achávamos interessante para a concorrência. Em uma segunda reunião, nos chamaram para apresentar o que eles estavam pensando para a concorrência. Houve muito diálogo prévio, coisa que não tínhamos testemunhado em outras concorrências. Eles tiveram muito cuidado. Nós entendemos de aeroporto e entendemos que, para o Aeroporto de Congonhas, que é o principal ativo de mídia OOH do Brasil historicamente, os critérios e políticas adotados foram naturais de mercado, quando analisamos a mídia de aeroportos, que tem suas próprias especificidades.
M&M – Em relação às exigências técnicas, financeiras e de governança, como você avalia a capacidade de adesão dos principais players atuantes no setor de OOH no Brasil?
Chebly – Da mesma forma que uma concorrência para mobiliário urbano tem exigências altas, devido ao ativo e valores envolvidos, uma concorrência para um contrato de dez anos com o principal aeroporto do Brasil e um ativo de mídia OOH valorizado desde a década de 1980, não pode deixar de considerar essa magnitude, com altos graus de exigência técnica e financeira. É normal isso no nosso setor. Quanto mais estratégica e relevante é a concorrência, maior são as exigências para se participar. O aeroporto quer ter uma empresa que tenha capacidade de honrar compromissos financeiros e cumprir com a parte técnica. O aeroporto tem sistema informativo de voo, que é nossa responsabilidade para muitos aeroportos do Brasil. Tem que ser criterioso.
M&M – A Kallas veio a público criticar a rigidez dos critérios e o alto custo envolvido. Como você avalia essa postura pública da empresa?
Chebly – Prefiro não comentar. Eu sei duas coisas. Quando falamos de aeroporto e qualquer tipo de concorrência de mídia out-of-home em ativos relevantes, é normal que haja um rigor técnico e no critério de seleção. Estamos acostumados com isso. Participamos e ganhamos em vários aeroportos privatizados. Em relação a altos custos, entendemos que Congonhas é valorizado, que é um ativo caro, mas, analisando e fazendo contas, entendemos que as bases colocadas fazem sentido para nosso porte e nossa vertical de aeroportos. Analisando os 40 aeroportos e Congonhas, obviamente é um valor alto. Congonhas não pode ser barato, como o mobiliário urbano do Rio de Janeiro e São Paulo também não são, mas entendemos que vamos continuar entregando uma mídia com valor compatível com o que o mercado está acostumado.
M&M – Há um movimento de algumas empresas do setor de mídia out-of-home para depreciar a concorrência da Aena?
Chebly – Não gosto de fazer acusações sem a devida prova. O que sentimos é que no mercado brasileiro de OOH, a Neooh é uma empresa especialista e líder no segmento. Quando analisamos outros players líderes, eles têm poucos aeroportos numericamente falando em termos de porte de aeroportos. Hoje, a Neooh não está presente em mobiliário urbano. Teve a concorrência do Rio de Janeiro, eu olhei o edital de mobiliário urbano e decidimos não entrar. Nem por isso, saí falando que é uma concorrência cara, porque não é a praia da Neooh. O que eu acho que pode acontecer é que outros concorrentes, que não entendem de mídia aeroportuária e não estão habituados com os valores envolvidos, estão falando sem conhecimento de causa. Se tem uma expert em aeroportos no Brasil, somos nós. Nos últimos anos, vem crescendo o investimento de empresas em aeroportos, tanto que saímos do quarto lugar do share e fomos para segundo, atrás de mobiliário urbano. Credito ao trabalho comprometido que a Neooh vem fazendo e resultados dos nossos clientes. Podem ter empresas insatisfeitas por não fazerem parte dos aeroportos e entendendo que elas não vão poder fazer parte desse segmento, porque tem um player fazendo o trabalho direito nesse setor.
M&M – Quais planos a Neooh tem para os aeroportos da Aena se ganhar a concorrência?
Chebly – O plano é continuar voando alto. Principalmente falando do Aeroporto de Congonhas, temos a possibilidade de criar uma padronização e um plano de mídia a altura do aeroporto. Hoje, o que você vê lá é uma herança da era pública de Infraero. São vários players. Hoje, o aeroporto é poluído visualmente. Nossa estratégia, que apresentamos na concorrência, é um plano de redução significativa do número de telas, mas, paralelamente, ganhando em qualidade, localização e ambiência. É um trabalho semelhante ao que já fazemos em Florianópolis, Viracopos, Afonso Pena. Criamos projetos sob medida. O Aeroporto de Congonhas não teve isso até hoje. É um ativo valorizado e que as marcas querem, mas já admitimos paa as marcas que ele tem muito a melhorar com um único player. Haverá uma valorização ainda maior do ativo ao ter um único player podendo trabalhar de maneira correta.
M&M – Qual a importância de concorrências, como a da Aena, e licitações, como a do Rio, para o setor de OOH e como estão mudando o panorama do negócio no Brasil?
Chebly – São fundamentais. São os tipos de concorrência que mostram como o meio está se valorizando ao longo dos anos e como a profissionalização das empresas vem acontecendo. Isso sinaliza o que estamos testemunhando no Brasil e no exterior. O meio out-of-home tem tendência de crescimento junto com o meio digital. O digital cresce e traz resultado e mensurações apurados e o OOH cresce trazendo o impacto, a ambiência, a não agressão. Ele compõe o ambiente. É uma atração, como na Times Square. Buscamos criar peças grandes, impactantes e bonitas. O out-of-home tem essas características que também são muito importantes para a construção das marcas. E o digital out-of-home (DOOH) permite essa dobradinha com o meio digital. Essas concorrências de grande porte só mostram para o mercado da comunicação a importância cada vez maior que o out-of-home tem dentro da estratégia de marketing das empresas.
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