Carlo Ancelotti enfrentará julgamento por ocultar rendimentos de imagem

Carlo Ancelotti, atual treinador do Real Madrid e apontado como possível próximo técnico da Seleção Brasileira, enfrentará julgamento na Espanha na próxima quarta-feira (2).

A acusação gira em torno da omissão de mais de € 1 milhão (R$ 6,2 milhões na cotação atual) em impostos sobre rendimentos obtidos com direitos de imagem, visto que a investigação foi iniciada em março de 2024, quando autoridades fiscais identificaram inconsistências nos registros financeiros do treinador durante sua primeira passagem pelo clube espanhol.

Os valores, segundo a imprensa local, não foram incluídas no imposto de renda do italiano e o montante em questão está relacionado a pagamentos de 2014, ano em que comandava o Real Madrid pela primeira vez. O Ministério Público espanhol sustenta que a evasão fiscal configura crime e solicita uma pena de prisão de quatro anos e nove meses ao treinador.

A acusação aponta que Ancelotti utilizou a empresa Vapia Limited para evitar a tributação sobre seus direitos de imagem. Ao assinar contrato com o Real Madrid em julho de 2013, o treinador firmou um acordo de dez anos no valor de € 25 milhões, mas, no dia seguinte, foi nomeado como representante máximo da empresa, o que lhe garantiu o controle total sobre esses direitos, permitindo que parte da receita ficasse fora do alcance das autoridades fiscais espanholas.

Posteriormente, o técnico italiano alterou os termos do acordo, reduzindo o contrato de cessão de imagem para três anos, com um valor de €1 milhão. O clube madrilenho foi informado de que metade dos pagamentos pelos direitos de imagem seria feita por meio de outra empresa, a Vapia LLP, resultando na omissão de rendimentos ligados à comercialização de sua imagem, conforme alegam as autoridades.

De acordo com o Ministério Público espanhol, o técnico utilizou a empresa para se apresentar ao Real Madrid como detentor dos direitos de imagem, embora a titularidade formal desses direitos nunca tenha sido devidamente transferida.

O contrato original, datado de julho de 2013, estabelecia a Vapia Limited como proprietária, mas as movimentações realizadas posteriormente levaram à alegação de fraude fiscal, competindo à Justiça espanhola avaliar o caso e definir as consequências para o treinador.

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