BNDES firma empréstimo bilionário com bancos japoneses para projetos de energia e biocombustíveis

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta terça-feira, 25, a contratação de um empréstimo no valor de R$ 1,077 bilhão (US$ 190 milhões) com instituições financeiras japonesas. O acordo foi firmado em Tóquio, durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão.

Os recursos foram obtidos junto ao Japan Bank for International Cooperation (JBIC), ao Citibank N.A. Tokyo Branch e ao The Nishi-Nippon City Bank Ltd., e serão destinados a projetos voltados à transmissão de energia e ao desenvolvimento de biocombustíveis no Brasil.

Segundo o BNDES, os projetos financiados visam à redução das emissões de gases de efeito estufa. A iniciativa faz parte de uma série de medidas voltadas à transição energética e à cooperação internacional na área ambiental.

“O BNDES tem fortalecido sua atuação junto a instituições financeiras internacionais com o objetivo de diversificar o seu funding e ampliar os investimentos no Brasil, principalmente em áreas estratégicas, como a geração de energia renovável”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante.

Ele destacou que o JBIC é parceiro da instituição desde a década de 1960 e que, ao longo desse período, foram assinados 18 contratos de empréstimo, somando aproximadamente R$ 18 bilhões.

O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, representou a instituição no ato de assinatura do contrato.

De acordo com Gordon, a parceria com o JBIC integra a estratégia do governo federal de reforçar a cooperação com o Japão em temas ligados à chamada economia verde.

“Essa parceria trata de uma área importante, que é a economia verde, na qual os dois países têm muito para atuar em conjunto, como no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, minerais críticos, mobilidade sustentável e energia renovável”, afirmou.

Além do contrato de financiamento, foi assinado um Memorando de Entendimento (MoU) entre o BNDES e o JBIC. O documento estabelece diretrizes para ampliar a cooperação bilateral em setores considerados estratégicos pelas duas instituições.

Entre os temas abordados estão recursos minerais, energia sustentável, hidrogênio de baixo carbono, amônia verde, bioetanol, eficiência energética, mobilidade verde e conservação da Floresta Amazônica.

“Além de manter aberto um canal permanente de cooperação técnica, o BNDES e o JBIC vêm mantendo diálogos para aprimorar o relacionamento estratégico entre as duas instituições e identificar possíveis oportunidades de cooperação mútua, cada vez mais frequentes diante da necessidade de mitigar os efeitos da emergência climática”, declarou Mercadante.

A atual operação é a sexta realizada entre o BNDES e o JBIC no âmbito da linha Green, criada em 2011. No total, essas captações já somaram US$ 950 milhões (R$ 5,3 bilhões).

Os financiamentos concedidos nessa modalidade devem estar alinhados aos objetivos do programa Green — Global Action for Reconciling Economic Growth and Environmental Preservation —, que busca compatibilizar crescimento econômico com preservação ambiental.

O JBIC é uma instituição financeira pública vinculada ao governo japonês. Sua missão inclui apoiar o desenvolvimento sustentável, fortalecer a competitividade das indústrias japonesas, preservar o meio ambiente e contribuir para a estabilidade da ordem econômica internacional.

A operação ocorre em um contexto de intensificação das relações bilaterais entre Brasil e Japão, com foco em temas ligados à sustentabilidade, inovação e infraestrutura.

Durante a visita oficial, os governos dos dois países também divulgaram uma declaração conjunta destacando o compromisso com o multilateralismo e com o desenvolvimento sustentável.

Segundo o BNDES, a parceria com instituições estrangeiras tem como objetivo atrair mais recursos internacionais para projetos no Brasil que estejam em consonância com metas ambientais e compromissos assumidos em fóruns multilaterais, como o Acordo de Paris.

O banco informou ainda que continuará buscando novas parcerias com agentes financeiros globais com foco em financiamento climático e infraestrutura verde.

A expectativa é que as captações externas permitam ampliar a oferta de crédito a projetos sustentáveis e contribuir para a agenda de descarbonização da economia brasileira.

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