BCP, BPI e Quest Capital põem à venda cerca de 300 milhões de malparado e imóveis

O BCP tem em fase avançada a venda de 80 milhões de crédito malparado sem colaterais, com propostas vinculativas na calha. O BPI acaba de lançar o “Project Zinc” com 99,8 milhões de malparado, dos quais 22,4 milhões com garantia. A Quest Capital avança com venda de 670 imóveis de 120 milhões de euros.

Mar 14, 2025 - 10:42
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BCP, BPI e Quest Capital põem à venda cerca de 300 milhões de malparado e imóveis

Neste momento estão ativos stressados no mercado que ascendem a cerca de 300 milhões de euros, entre créditos e imóveis que servem de garantia. Valor a que se chega somando os 80 milhões de crédito malparado (Non-Performing Loans) do BCP, com os 99,8 milhões de euros de malparado do BPI (que inclui imóveis de garantia em parte da carteira) e com os 670 imóveis do Projeto Zip que a Quest Capital, liderada por Carlos Vasconcellos Cruz, que tem a gestão do portfólio, pôs à venda e que tem como avaliação inicial 120 milhões de euros.

O BCP tem em fase de ofertas vinculativas quatro fundos interessados na carteira de crédito malparado batizado de “Projecto Bright”.

A carteira tem o valor de 80 milhões de euros e é composta por crédito “unsecured”, ou seja, sem garantias reais. O que normalmente se traduz em operações que se fazem com grandes descontos.

Há quatro propostas vinculativas para a carteira de NPL do BCP, sabe o Jornal Económico. Na corrida estão o consórcio LX Partners e Balbec; a EOS Partners; a Hoist Capital; e a LC Partners.

Outro banco que pôs crédito malparado à venda foi o BPI. Também com o objetivo de limpar o balanço, o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa mandatou a KPMG para colocar no mercado uma carteira mista de créditos não produtivos (designada de Project Zinc) com saldo devedor em balanço de 99,8 milhões de euros, segundo dados de 31 de janeiro deste ano. Destes, 77 milhões são créditos sem garantias reais (unsecured) e 22 milhões são créditos em risco mas com garantias (secured).

As ofertas não vinculativas estão previstas para meados de Abril e o closing da venda é esperado em Junho.

O Projeto Zinc é composto por crédito problemático de particulares (66%) e de PME (34%), num montante total de cerca de 99,8 milhões de euros.

A tranche A está repartida entre particulares (58%), PME (26%) e PME insolventes (16%).

A tranche B refere-se essencialmente a mutuários particulares com crédito à habitação (93%). A carteira é bastante granular, com uma dimensão média dos créditos de cerca de 13,7 mil euros, Enquanto o segmento dos particulares da tranche A apresenta uma dimensão média dos créditos de cerca de 7,3 mil euros.
A tranche B está garantida por um conjunto de garantias reais com um Real Estate Value do vendedor no valor de cerca de 37,6 milhões de euros, dos quais 99% está classificado como primeira penhora.

A Quest Capital, que tem como fundador e presidente Carlos Vasconcellos Cruz, pôs à venda 670 imóveis que foram entregues à banca por incumprimento do crédito. O valor de balanço desses 670 imóveis, segundo as nossas fontes, ascende a 120 milhões de euros.

Estes imóveis são parte do Projeto Zip que em 2021 foi vendido ao consórcio composto pelas Tikehau Capital e Albatross e que era composto por mais de 4.400 imóveis que faziam parte de vários fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional (FIIAH) geridos na altura pela Norfin e cujas unidades de participação pertenceram aos principais bancos nacionais, nomeadamente o Novobanco, a CGD, Banco Montepio, Millennium BCP ou Santander Totta.