Ansiedade e recuo de Trump mostram China no controle

Comentários ‘ansiosos’ de Trump sobre tarifas colocam China no controle, dizem analistas.

Os últimos sinais da Casa Branca de que pode flexibilizar sua posição sobre as tarifas contra a China não indicam um avanço significativo nas negociações comerciais entre os dois países, mas podem oferecer a Pequim uma oportunidade de obter um acordo melhor, afirmaram economistas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu suavizar sua postura na guerra comercial com a China na terça-feira, ao afirmar, em uma coletiva no Salão Oval, que as tarifas sobre produtos chineses “não serão tão altas quanto 145 por cento” e que “vão cair substancialmente, mas não chegarão a zero”.

As declarações mais recentes de Trump seguem suas afirmações da semana passada de que “altos funcionários” de Pequim estavam em contato com seus colegas de Washington e que um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo seria fechado em breve.

Chen Zhiwu, professor titular de finanças da Universidade de Hong Kong, disse que os comentários eram “típicos de Trump” e “nada fora do comum”.

“Na prática, não houve qualquer progresso ou mudança substancial nas negociações sobre tarifas entre EUA e China. Mas esse é o jeito [de Trump] de sinalizar para a China”, disse Chen.

“Quanto mais ele fala desse jeito, mais mostra o quanto o lado americano está ansioso. Trump e sua equipe estão sob pressão, mas a China não demonstra nenhum sinal de impaciência.”

Frank Chen em Xangai
Ji Siqi em Pequim
Sylvia Main em Hong Kong
23 de abril de 2025
South China Morning Post

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