Análise | Monster Hunter Wilds
Em 2018, talvez nem a Capcom acreditasse que estava prestes a lançar o seu jogo mais vendido da história. Apesar de ser um título visando atingir o mundo inteiro, inclusive contendo o objetivo em seu subtítulo, Monster Hunter World acabou furando a bolha de vez e se tornou um sucesso absoluto. Junto com sua expansão Iceborne, Monster Hunter World vendeu mais de 28 milhões de cópias globalmente.Monster Hunter Rise, junto com a expansão Sunbreak, também não ficou muito atrás, com mais de 22 milhões de unidades somadas vendidas. Diante disso, existia uma imensa expectativa quanto ao futuro da franquia, principalmente quanto ao lançamento da próxima entrada principal da série, que viria para substituir o World. Anunciado em dezembro de 2023 e lançado em fevereiro de 2025, Monster Hunter Wilds vem com a importante missão de continuar o sucesso da série, ou até superá-lo. Será que o título fez jus às expectativas? É o que iremos debater nesta análise.IMAGEaHR0cHM6Ly93d3cuZ2FtZXZpY2lvLmNvbS9zdGF0aWMvaW1hZ2Vuc191cC9iaWcvMTIyL21vbnN0ZXItaHVudGVyLXdpbGRzLTEyMTE3My53ZWJwVisões GeraisPara quem não conhece, a franquia Monster Hunter nasceu ainda no PS2 no ano de 2004. Com o tempo, foram lançados mais títulos, principalmente focados nos portáteis, como PSP e Nintendo DS e 3DS. Tida como uma franquia grande e importante no Oriente, nunca tinha alcançado o mesmo status no Ocidente. Porém, tudo isso mudou com o lançamento do World, que contou com muito mais orçamento e marketing por parte da Capcom. A estratégia deu muito certo, fazendo com que o mundo inteiro conhecesse melhor essa franquia tão popular, que já possui mais de 20 anos.O core da franquia, entretanto, não mudou muito de lá para cá: a gameplay consiste em ir para um mapa, derrotar monstros, obter materiais de crafting e criar e aprimorar armaduras, armas e acessórios de modo que você possa enfrentar monstros cada vez mais fortes. Nessas palavras, parece bem simples, e de fato até é, porém a diversidade de gameplay e conteúdo em cada título é o suficiente para ocupar centenas de horas da sua vida. Contando com uma grande variedade de armas, cada uma com uma gameplay completamente distinta, e principalmente, com vários monstros e criaturas diferentes. Você se verá obrigado a se adaptar em cada batalha, se preparando com equipamentos diferentes para cada situação.IMAGEaHR0cHM6Ly93d3cuZ2FtZXZpY2lvLmNvbS9zdGF0aWMvaW1hZ2Vuc191cC9iaWcvMTIyL21vbnN0ZXItaHVudGVyLXdpbGRzLTEyMTE3NC53ZWJwHistóriaPreciso ser franco: a história nunca foi, e nem será, o foco da franquia principal. Em títulos mais antigos, existia apenas um pano de fundo para justificar a gameplay (e olhe lá). A cada entrada da franquia, entretanto, esse foco foi aumentando, de forma que atingiu seu ápice em Wilds. Isso não significa que a história ficará marcada em sua lembrança para sempre, mas desta vez, ela recebe um foco e atenção especial nunca antes vistos, com dezenas de belíssimas cutscenes, diálogos e até mesmo dublagem para o seu Hunter. Pela primeira vez, o seu personagem não é mudo, permitindo que você escolha opções de diálogos com NPCs, podendo até mesmo selecionar a voz desejada. Isso foi uma bela evolução em comparação principalmente com o World, onde a campanha também tinha maior foco junto a um conteúdo interessante, mas que nem de perto tinha o mesmo capricho. Espero que essa mudança esteja nos próximos capítulos desta franquia.A história gira ao redor de um garoto chamado Nata. Após o ataque de um terrível monstro em sua aldeia, os membros de seu clã, conhecido como “Os Protetores”, fazem com que ele fuja e escape ileso do ataque, com a missão de somente tentar com que ele salve sua vida. O garoto parte em uma jornada cruzando o continente a fim de encontrar alguém que possa ajudá-los. Devido ao cansaço extremo da jornada, ele acaba sendo encurralado por uma situação perigosa, onde, por sorte, encontra seu personagem, junto com seus companheiros de Guilda, que em uma ação desesperada, acabam por salvar a vida dele, levando-o para o acampamento da expedição da Guilda à qual você pertence. Caberá a você agora ajudar o garoto Nata a reencontrar seu clã, bem como desvendar os mistérios do mundo no caminho.Slide https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/122/monster-hunter-wilds-121176.webp;;;;;;https://www.gamevicio.com/static/imagens_up/big/122/monster-hunter-wilds-121175.webpA história teve melhorias significativas em relação ao World, com cutscenes mais elaboradas, contando com bastantes cenas de ação e destruição de cenário. Além disso, houve uma melhoria na proposta da história, onde no World tinha como objetivo passar a mensagem de que você estava em uma expedição arqueológica de proteção ambiental, ao mesmo tempo que você dizimava centenas de monstros no processo. Aqui o tom é diferente: o mundo está sob ameaça devido ao desequilíbrio dos recursos e fenômenos climáticos. Logo, sua exploração e suas batalhas são melhor justificadas pela necessidade de viajar o mundo e conhecer novos

Em 2018, talvez nem a Capcom acreditasse que estava prestes a lançar o seu jogo mais vendido da história. Apesar de ser um título visando atingir o mundo inteiro, inclusive contendo o objetivo em seu subtítulo, Monster Hunter World acabou furando a bolha de vez e se tornou um sucesso absoluto. Junto com sua expansão Iceborne, Monster Hunter World vendeu mais de 28 milhões de cópias globalmente.
Monster Hunter Rise, junto com a expansão Sunbreak, também não ficou muito atrás, com mais de 22 milhões de unidades somadas vendidas. Diante disso, existia uma imensa expectativa quanto ao futuro da franquia, principalmente quanto ao lançamento da próxima entrada principal da série, que viria para substituir o World. Anunciado em dezembro de 2023 e lançado em fevereiro de 2025, Monster Hunter Wilds vem com a importante missão de continuar o sucesso da série, ou até superá-lo. Será que o título fez jus às expectativas? É o que iremos debater nesta análise.
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Visões Gerais
Para quem não conhece, a franquia Monster Hunter nasceu ainda no PS2 no ano de 2004. Com o tempo, foram lançados mais títulos, principalmente focados nos portáteis, como PSP e Nintendo DS e 3DS. Tida como uma franquia grande e importante no Oriente, nunca tinha alcançado o mesmo status no Ocidente. Porém, tudo isso mudou com o lançamento do World, que contou com muito mais orçamento e marketing por parte da Capcom. A estratégia deu muito certo, fazendo com que o mundo inteiro conhecesse melhor essa franquia tão popular, que já possui mais de 20 anos.
O core da franquia, entretanto, não mudou muito de lá para cá: a gameplay consiste em ir para um mapa, derrotar monstros, obter materiais de crafting e criar e aprimorar armaduras, armas e acessórios de modo que você possa enfrentar monstros cada vez mais fortes. Nessas palavras, parece bem simples, e de fato até é, porém a diversidade de gameplay e conteúdo em cada título é o suficiente para ocupar centenas de horas da sua vida. Contando com uma grande variedade de armas, cada uma com uma gameplay completamente distinta, e principalmente, com vários monstros e criaturas diferentes. Você se verá obrigado a se adaptar em cada batalha, se preparando com equipamentos diferentes para cada situação.
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História
Preciso ser franco: a história nunca foi, e nem será, o foco da franquia principal. Em títulos mais antigos, existia apenas um pano de fundo para justificar a gameplay (e olhe lá). A cada entrada da franquia, entretanto, esse foco foi aumentando, de forma que atingiu seu ápice em Wilds. Isso não significa que a história ficará marcada em sua lembrança para sempre, mas desta vez, ela recebe um foco e atenção especial nunca antes vistos, com dezenas de belíssimas cutscenes, diálogos e até mesmo dublagem para o seu Hunter. Pela primeira vez, o seu personagem não é mudo, permitindo que você escolha opções de diálogos com NPCs, podendo até mesmo selecionar a voz desejada. Isso foi uma bela evolução em comparação principalmente com o World, onde a campanha também tinha maior foco junto a um conteúdo interessante, mas que nem de perto tinha o mesmo capricho. Espero que essa mudança esteja nos próximos capítulos desta franquia.
A história gira ao redor de um garoto chamado Nata. Após o ataque de um terrível monstro em sua aldeia, os membros de seu clã, conhecido como “Os Protetores”, fazem com que ele fuja e escape ileso do ataque, com a missão de somente tentar com que ele salve sua vida. O garoto parte em uma jornada cruzando o continente a fim de encontrar alguém que possa ajudá-los. Devido ao cansaço extremo da jornada, ele acaba sendo encurralado por uma situação perigosa, onde, por sorte, encontra seu personagem, junto com seus companheiros de Guilda, que em uma ação desesperada, acabam por salvar a vida dele, levando-o para o acampamento da expedição da Guilda à qual você pertence. Caberá a você agora ajudar o garoto Nata a reencontrar seu clã, bem como desvendar os mistérios do mundo no caminho.
A história teve melhorias significativas em relação ao World, com cutscenes mais elaboradas, contando com bastantes cenas de ação e destruição de cenário. Além disso, houve uma melhoria na proposta da história, onde no World tinha como objetivo passar a mensagem de que você estava em uma expedição arqueológica de proteção ambiental, ao mesmo tempo que você dizimava centenas de monstros no processo. Aqui o tom é diferente: o mundo está sob ameaça devido ao desequilíbrio dos recursos e fenômenos climáticos. Logo, sua exploração e suas batalhas são melhor justificadas pela necessidade de viajar o mundo e conhecer novos biomas e fenômenos.
Você encontrará vários povos, ajudando a protegê-los. Para isso, você contará com a ajuda de membros da sua guilda, como por exemplo, a ferreira Gemma, que ficou bastante famosa nos trailers, que vai te ajudar criando e melhorando equipamentos; Alma, a “assistente” do caçador, vai ajudar a gerenciar suas missões e autorizar as caçadas; Olivia, uma caçadora da expedição que servirá de suporte; Erik, um biólogo que pesquisa a flora e fauna desse mundo, e Werner, um engenheiro distraído, especialista em armas, o qual entregará alguns dos diálogos mais engraçados do jogo. Não podemos esquecer também do fiel Amigato, que será seu parceiro fixo de batalhas, que dessa vez também conta com dublagem.
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A história teve sim melhorias, e pode ser considerada a melhor da franquia até então, mas nem de longe é o foco principal do jogo. Ainda sim, acaba por se tornar algo muito bacana de acompanhar, mas nada que ficará marcado como uma saga épica. Além disso, preciso destacar que o personagem focal dessa história, Nata, é um personagem por muitas vezes chato e desinteressante. Os mistérios que os permeiam de fato são legais de acompanhar, mas talvez Nata venha a ser um forte concorrente ao cargo de personagem mais irritante da Capcom.
Por muitas vezes, ele age de forma mimada e precipitada, colocando em risco seus companheiros que estão se esforçando tanto para ajudá-lo. Por sorte, os demais companheiros de jornada são extremamente carismáticos, e são um dos melhores das entradas recentes da série. Isso tudo fica ainda melhor com a dublagem em Português do Brasil, presente pela primeira vez na franquia. A dublagem, no geral, é bem satisfatória, com alguns personagens contando com dubladores muito bons. Existem sim casos de vozes que não casam muito bem com o personagem ou diálogos que transmitem a emoção ou entonação errada da cena, mas nada que te incomode muito. Na verdade, a Capcom merece os parabéns por dar tanta atenção ao nosso idioma, e nesse ponto o trabalho ficou bom.
Uma coisa que vale destacar é que Monster Hunter conta com mais de uma campanha, separadas por categorias, sendo elas “Ranque Baixo”, “Ranque Elevado” e “Ranque Mestre”, que nada mais é que a categoria de dificuldade do jogo em si, onde alguns monstros e mecânicas do game são exclusivas de determinados modos. Por exemplo, existem monstros, armas e armaduras que existem somente no Ranque Alto, o que faz com que o jogo comece de verdade após o final do Ranque Baixo. O Ranque Mestre não está presente no Wilds, o qual provavelmente será lançado em uma expansão futura do jogo, como de praxe na franquia.
No caso de Wilds, toda a campanha principal engloba somente o Ranque Baixo, o que é uma grande mudança em relação ao World. Enquanto que no World o Ranque Alto era introduzido na metade da campanha, aqui você vai jogar inteiramente em Ranque Baixo até o rolar dos créditos. Isso pode ser uma escolha que pode dividir as opiniões, pois ao mesmo tempo que os veteranos ficarão “presos” no Ranque Baixo por mais tempo, os novatos poderão experimentar toda uma campanha inteiramente pensada no desafio deste modo, e caso queiram, poderão continuar jogando para zerar a campanha de Ranque Alto, liberada imediatamente após o encerramento da primeira campanha. Para muita gente, a experiência nesse jogo irá parar por aí. Porém, muita da diversão da franquia consiste em superar os desafios dos ranques mais altos.
A campanha em Ranque Baixo levará em torno de 10 a 15 horas para ser finalizada, visto que ela não exige elaboração contínua de builds complexas ou até mesmo troca constante de equipamentos. Isso trouxe uma questão que me incomodou de início: a dificuldade. Veja bem, não me considero nenhum pró player da franquia, porém tenho mais de mil horas no World Iceborne e cerca de 300 horas de Rise Sunbreak. Em nenhum momento senti dificuldade na campanha de Ranque Baixo, onde não levei mais do que dez minutos para derrotar nenhum monstro, e nem mesmo desmaiei uma vez sequer. Isso me decepcionou um pouco, pois por mais que o World já seja um jogo mais fácil que seus anteriores, eu sentia uma dose legal de dificuldade mesmo em Ranque Baixo.
A impressão que tive é que a Capcom abaixou a dificuldade do Ranque Baixo para atrair mais players, o que pode ser estranho visto que World e Rise venderam tão bem. De qualquer forma, ao começar o Ranque Alto, a dose de desafio a qual estou acostumado começou a ser mostrada aos poucos, ao ponto de que os monstros intermediários e finais do Ranque Alto oferecem uma dose legal de desafio e emoção. No fim das contas, me parece uma decisão acertada da Capcom deixar a primeira campanha mais fácil, pois assim quem é veterano consegue passar por ela mais rápido, podendo ir logo para o Ranque Alto, enquanto os novatos poderão se acostumar às infinitas mecânicas que serão apresentadas para eles. O Ranque Alto foi finalizado por mim em 18 horas, somando no total 33 horas para que eu finalizasse “tudo”, ou seja, derrotar o último monstro do Rank Alto.
Esse tempo vai variar muito a depender da sua habilidade e motivação. No meu caso, eu ignorei um pouco algumas missões secundárias e foquei mais na campanha e na fabricação de itens desejados. É válido lembrar que ainda existe MUITO conteúdo para eu explorar, muito mesmo. O fato de ter que fazer a análise me fez ter que focar em alguns conteúdos acima de outros, porém o Ranque Alto oferece muita coisa para ser feita, com muitos equipamentos mesmo para craftar. Cada monstro de Ranque Alto oferece 4 armaduras diferentes, que por sinal estão extremamente caprichadas, fora as novas árvores de armas, além de que monstros de Ranque Alto Aguerridos, versões ainda mais fortes do que as versões comuns de Ranque Alto, agora dropam itens exclusivos para crafting de armas ainda mais fortes exclusivas.
Gameplay
Agora vamos ao que mais importa nesta franquia: gameplay. E aqui eu ouso dizer que a Capcom atingiu o ápice da série. Alguns saudosistas poderão apontar algum outro título melhor neste quesito, mas sinto que nenhum outro jogo da saga me fez sentir tão satisfeito em apertar vários botões de combo em sequência como o Wilds. Eu sinto que preciso comparar Wilds com World e Rise o tempo todo, afinal foram estes dois últimos que definitivamente furaram a bolha. Enquanto o World possuía uma gameplay um pouco mais metódica, pesada e precisa, o Rise apostou numa gameplay muito mais rápida e direta ao ponto. Os controles aqui são extremamente responsivos, e não senti nenhuma dificuldade em transportar o que já sabia dos outros títulos para este.
Cada uma das 14 armas possui novos movimentos e combos. Como novidade, aqui fomos introduzidos ao modo foco, que consiste em, ao bater repetidamente em alguma parte do monstro, essa parte ficará machucada e irá brilhar em vermelho. Ao usar o modo foco e utilizar o ataque certo nesta parte do monstro, você irá desferir um pequeno combo que irá destruir esse machucado, mas que em troca irá tirar ainda mais pontos de vida e também tem a possibilidade de você poder derrubá-lo no chão, fazendo com que ele fique indefeso durante alguns segundos. Atingir estes pontos fornece uma satisfação tátil e visual muito alta, fazendo com que você se flagre constantemente atrás de janelas de oportunidade para poder explorar essa nova mecânica.
Conforme já mencionado, o looping de gameplay de Monster Hunter consiste em ir para um mapa, achar seu alvo, derrotar ou capturar um monstro no tempo indicado dentro da quantidade máxima de tentativas, a qual cada desmaio de algum player reduz uma tentativa, obter suas partes para poder fabricar armas e armaduras cada vez mais fortes para te possibilitar enfrentar monstros cada vez mais desafiadores, até finalmente enfrentar a criatura mais forte do jogo. No World era necessário rastrear um monstro na primeira vez que você ia enfrentá-lo, tendo que coletar rastros e evidências de sua existência no bioma até finalmente encontrá-lo. Após derrotar ele algumas vezes esse processo de rastreio passar a ser automatizado nos próximos enfrentamentos.
Este era um processo que poderia levar de 5 a até 10 minutos a depender da situação. No Rise, você já ia pro mapa sabendo onde seu alvo está, bastando somente ter que ir até o local sendo guiado pelos seus guialumes e ir direto pra luta, e em menos de um minuto você já era jogado na ação. Nesse ponto, o Wilds se assemelha mais ao Rise, pois você já cai no mapa sendo guiado até o local do monstro, inclusive com sua montaria, chamada Seikret, te levando automaticamente até o local.
Literalmente basta largar o controle que ele te leva até lá. Isso acelera muito o processo de gameplay do jogo, o que sinceramente me decepcionou um pouco. Tirar o fator rastreio da equação faz com que você acabe não se importando tanto em conhecer de fato os mapas e seus caminhos. Entretanto, a opção da sua montaria ir automaticamente até o alvo pode ser desativada nas opções do jogo, o que recomendo bastante, pois ainda assim, ao segurar o Dpad para cima, ele irá para o alvo desejado, enquanto ainda te permite controlar a montaria livremente para poder explorar e coletar os recursos desejados no mapa.
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O jogo conta com modo multiplayer para até 4 jogadores, mas pode ser finalizado inteiramente em modo singleplayer também. Em uma missão, basta apertar o botão de menu e em seguida escolher a opção “Disparar Sinal de SOS”. Isso fará com que outros jogadores vejam sua missão no lobby de missões multiplayer. Caso ninguém entre, NPCs controlados pela IA, seus companheiros de Guilda como a Olivia e o Rosso, por exemplo, irão ingressar em sua batalha. Eles não desmaiam, não gerando assim estado de falha em sua missão, e eles ajudam bem mais do que atrapalham. Caso algum player aceite sua missão enquanto algum NPC esteja na sua presente, o NPC sai automaticamente dela, dando lugar a algum jogador.
Da mesma forma, para entrar na missão de alguém, basta achar a personagem Alma, que controla suas missões, escolher missões de SOS e entrar na que mais te agrada. Você pode filtrar missões de um monstro ou ranking específico, bem como outras opções de filtros, fazendo com que você quase sempre ache o que procura. Novamente, o modo funciona muito bem mesmo, e é uma das atrações da franquia. A dificuldade do monstro escalona de acordo com a quantidade de jogadores ou NPCs na missão, fazendo com que ele fique com mais vida e etc., equilibrando assim a batalha.
O jogo é um “mundo aberto”, entre aspas mesmo. Todas as regiões são interligadas entre si, sendo possível sair de um mapa e ir para outro mapa completamente distinto através das conexões entre eles, porém essa delimitação existe, e apesar de ser possível trafegar de um para o outro, existem essas interconexões a serem feitas, onde o jogo disfarça um loading enquanto você atravessa um corredor ou uma passagem entre mapas. Sobre as armas, são muitas opções para testar.
Para isso, vá ao local de treino presente nos acampamentos para poder testar as novidades de sua arma favorita, ou até mesmo aprender e testar outras armas também. Eu, que sempre fui um amante da Glaive Inseto, e em Wilds fui capturado pela gameplay da Lançarma, uma mistura de escudo com lança e fuzil, o que é ótimo, visto que agora o jogo permite que você possa levar duas armas para a luta, podendo trocar a qualquer momento durante a ação. Para isso, basta escolher seu equipamento nas tendas dos equipamentos e depois subir na sua montaria e apertar o Dpad para a direita. Então, é importante equilibrar isso, seja com duas armas iguais de elementos diferentes, ou armas diferentes focadas em combates mais lentos ou rápidos, ficando assim preparado para cada situação. Em resumo, a gameplay é extremamente prazerosa e fluída, que com certeza é um dos pontos mais altos do jogo.
Abordando os monstros, a quantidade inicial é um pouco menor que a do World, contando com 29 monstros grandes e 18 monstros pequenos no lançamento (o World tinha em média 34 no lançamento da versão base). Porém, a variedade dos monstros grandes é muito boa mesmo. Cada monstro é muito diferente e variado entre si, tanto em aparência quanto em sua movimentação e ataques, trazendo a sensação de que cada desafio é único.
Além disso, o jogo traz vários mapas, como por exemplo deserto, floresta, vulcão, jardins, minas de óleo. Cada bioma possui uma aflição que o atinge, como por exemplo as tempestades de raio no deserto e a inundação da floresta. Isso faz com que cada um tenha 3 estágios, sendo eles:
Pousio: Um clima rigoroso que torna os ambientes menos habitáveis, resultando em escassez de monstros, plantas e vida endêmica. Por exemplo, a vegetação vai secar, indicando que haverá poucos herbívoros.
Abundância: Este é o completo oposto do Pousio: o sol brilhará intensamente, permitindo que muitos monstros e animais prosperem. Sem dúvidas aqui é quando os mapas ficam muito mais bonitos, além de contar com maior abundância de recursos.
Inclemência: Esta condição climática ocorre entre os dois extremos anteriores, sendo mais curta, mas trazendo os fenômenos cataclísmicos mais intensos. Isso inclui tempestades de areia no deserto ou chuvas torrenciais e inundações na floresta.
É muito legal estar no mapa durante o Pousio e o clima de Inclemência começar. Isso dá uma variedade a mais na gameplay, adicionando mais uma camada de complexidade ao combate e exploração. Durante o período de abundância, os mapas ficam lindos, com muito mais vida e elementos visuais para se admirar. Esse modo tem uma iluminação completamente diferenciada, o que torna o jogo muito bonito nestes momentos.
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Gráficos e Trilha Sonora
Aqui a coisa começa a mudar um pouco de figura, trazendo à tona talvez a maior discrepância do jogo até então. Joguei todo o game em um PS5 base no modo 30 FPS, pois aqui começam os problemas reais do jogo. No modo 60 FPS, o jogo fica com as texturas muito lavadas e borradas, fazendo-o parecer um jogo da geração passada em vários momentos. Para um jogo deste estilo, onde uma esquiva ou movimento errado pode pôr sua missão em risco, ter que abrir mão do modo 60 FPS por conta da baixa qualidade dos gráficos é algo triste.
As cutscenes são lindíssimas, algumas são de cair o queixo, mostrando que a RE Engine consegue criar personagens lindíssimos e situações épicas. Porém, fora das cutscenes, principalmente nas cenas de diálogo, a discrepância é tão grande que parece até outro jogo, ou outra versão dele. É muito estranho olhar os cabelos e rostos super bem feitos nas cutscenes, e quando você sai delas e entra num diálogo, parece que você está jogando em um hardware extremamente inferior da geração passada. Isso é agravado pelas animações dos NPCs durante o diálogo, onde seus corpos quase não mexem, e após eles terminarem de falar, ficam parados de dois a três segundos antes do próximo NPC falar de novo, ficando aquela sensação de ator sendo gravado fora de cena enquanto espera a próxima fala. Alguns diálogos também possuem áudio mais baixo que o normal.
A mesma coisa ocorre com os cenários: Em suas versões normais, eles são bem diferentes de suas versões Abundantes, parecendo até outro mapa em alguns momentos. Isso não seria um problema se todas as versões deles fossem tão bonitas quanto suas versões abundantes. Um exemplo a ser citado é o mapa da floresta, que quando está com o cataclisma de inundação acontecendo, é muito menos cativante aos olhos do que sua contraparte abundante, ficando com texturas e cores lavadas.
Dito isso, os detalhes das lutas são impressionantes. Neste mesmo mapa da floresta, enfrentar monstros em meio a uma inundação, observando o movimento de impacto na água, é algo a se admirar. Partículas de raio, fogo, água, gelo, terra, vento, etc., são de encher os olhos. É uma pena que isso cobre o preço nos consoles. A Capcom precisa rever o uso da RE Engine em mundo aberto, pois, além disso, a otimização do jogo deixa a desejar, principalmente no PC. Na página do jogo na Steam, é possível ler inúmeros relatos de usuários donos de PCs parrudos com problemas para rodar o jogo que não deveriam ter.
O problema de performance é algo que não dá para ser ignorado, e, apesar de no PS5 eu ter notado poucas quedas de FPS ou travamentos, a diferença da qualidade de texturas é algo que não existia de forma tão gritante assim no World. É um exagero falar que o World é mais bonito, porém, de longe, o World é um jogo mais consistente em seus visuais, com altos mais baixos, porém sem muitos baixos também. Por sorte, sabemos que a Capcom está para lançar a versão da RE Engine, chamada REX Engine. Torço para que essa nova engine seja melhor em jogos de mundo aberto.
Um bug chato que presenciei é que ao experimentar armaduras no ferreiro, ao girar o personagem para a direita, o menu simplesmente muda de posição, indo para outras opções do ferreiro. Por falar em menus, esse jogo tem menus bastante obtusos. Como veterano, já estou acostumado, pois eles seguem o estilo da franquia, mas para os novatos, ele com certeza será confuso à primeira vista, mas depois de um tempo, é bem fácil de se acostumar e navegar por eles. O jogo conta com muitas opções de acessibilidade, o que é louvável, bem como também várias opções de personalização de controles, informações sobre os monstros e o mundo do jogo, personalização de fabricação de itens etc., em seus menus.
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Ainda no campo visual, Wilds conta com um excelente criador de personagens, o melhor da franquia até então. Nele, será possível criar personagens bem diversos e extremamente bonitos. Aquele problema de só conseguir fazer bonecos feios não existe aqui, e provavelmente você irá gastar vários minutos criando seu personagem. Até a criação de Amigatos está melhor ainda, e consegui reproduzir meu gato de estimação com perfeição.
No campo das trilhas, é justo dizer que Monster Hunter possui algumas das trilhas mais interessantes e emblemáticas que já tive o prazer de escutar. Elas ajudam a dar um tom épico nas batalhas do jogo, e em Wilds não podia ser diferente. Sem entrar em spoilers, porém, a trilha sonora do último monstro da campanha base, e também a do Jin Dahaad, são umas das minhas preferidas deste título. A música de encerramento nos créditos, como manda a tradição da série, não deixa a desejar também.
No campo técnico, os sons do mundo são excelentes. Rugidos de monstros, sons da natureza, golpes das armas, etc., ajudam a experiência a se tornar mais envolvente e crível. É muito gratificante jogar de fones e, através dos sons, saber até mesmo se o monstro está perto ou não de ser derrotado.
Considerações Finais
Monster Hunter Wilds é atualmente o quinto jogo com maior pico de jogadores da história da Steam. Somando isso ao fato de o jogo ter vendido mais de 8 milhões de unidades em apenas 3 dias, é inegável que ele já pode ser considerado um grande sucesso.
Combinando o melhor das mecânicas de World e Rise, Monster Hunter Wilds consegue ser uma excelente porta de entrada para novatos, ao mesmo tempo em que oferece um retorno satisfatório para os veteranos. Em minha opinião, este é um título extremamente promissor que, em sua versão base, já cumpre de forma excelente seu papel de manter – e até expandir – o nível da série. Existem sim problemas técnicos que precisam da atenção da Capcom, principalmente no PC, plataforma onde o jogo está sendo mais vendido. No entanto, o produto entregue é de altíssima qualidade. Se você conseguir passar por algumas estranhezas gráficas ocasionais, terá centenas de horas de conteúdo envolvente à sua disposição. Monster Hunter Wilds é, sem dúvida, um forte candidato a Jogo do Ano.