Agibank tem lucro recorde e vê oportunidade no consignado privado
O Agibank acaba de reportar o maior lucro de sua história e um crescimento consistente da carteira de crédito, ajudado pelo reajuste dos valores das aposentadorias no início do ano. O banco, que recentemente recebeu um investimento da Lumina Capital, viu seu bottom line crescer 62,7% na comparação anual, chegando a R$ 350,5 milhões no […] The post Agibank tem lucro recorde e vê oportunidade no consignado privado appeared first on Brazil Journal.

O Agibank acaba de reportar o maior lucro de sua história e um crescimento consistente da carteira de crédito, ajudado pelo reajuste dos valores das aposentadorias no início do ano.
O banco, que recentemente recebeu um investimento da Lumina Capital, viu seu bottom line crescer 62,7% na comparação anual, chegando a R$ 350,5 milhões no trimestre. No acumulado de 12 meses, o lucro superou R$ 1 bilhão.
Já a carteira de crédito alcançou R$ 27 bilhões, uma alta de 52,4% ano contra ano, puxada principalmente pelos créditos com garantia – o foco do Agibank desde a sua fundação.
Hoje 83% da carteira do banco é composta por créditos colateralizados – especialmente via INSS – e 17% por crédito “livre”.
“Esse resultado é uma resposta à estratégia que adotamos nos últimos anos de melhorar a experiência do cliente, incluindo a dinâmica de originação de crédito e também a maturação das nossas lojas físicas,” o CEO Glauber Correa disse ao Brazil Journal.
O Agibank encerrou o trimestre com um ROAE de 45,2% – alta de 1,2 p.p. na comparação com o quarto tri e de 3,5 p.p. ano contra ano.
Segundo o CFO Marcello Dubeux, o número do primeiro tri tende a ser mais forte devido ao aumento do salário mínimo, que eleva os rendimentos dos aposentados e impulsiona a contratação de crédito, mas ele disse que a meta é manter o ROAE por volta desse patamar durante o ano.
As receitas totais do banco chegaram a R$ 2,6 bilhões no tri, 54,4% mais que no mesmo tri de 2024. O Agibank também reportou 4,6 milhões de clientes ativos – uma alta de 61% na comparação anual.
O banco originou R$ 11,8 bilhões em crédito no trimestre – uma alta de 181% ano contra ano – e mesmo assim viu sua taxa de inadimplência de longo prazo cair 0,7 p.p. na comparação trimestral, chegando a 2,9%.
O banco não divulga a taxa de inadimplência de curto prazo, mas o CEO disse que não houve mudanças expressivas nessa linha.
Apesar disso, o banco decidiu elevar seu índice de cobertura de provisões para 225,6%, em função da Resolução 4.966, que altera regras de contabilização e conceitos de provisões para perdas de crédito.
“Mas parte desse aumento também vem de uma política nossa de ser conservador com as provisões,” disse o CFO.
Segundo Glauber, o Agibank deve continuar crescendo nos próximos trimestres graças à expansão de suas lojas físicas (chamadas internamente de Smart Hubs) e ao crescimento do consignado privado.
No último tri, o banco inaugurou nove hubs – que segundo a empresa custam 10% do valor de uma agência bancária tradicional – e chegou a 1.015 pontos. A meta é abrir 110 até o fim do ano.
Desde o fim do ano passado, o Agibank passou a mirar cidades com menos de 50 mil habitantes; anteriormente o banco só abria lojas em municípios com mais de 100 mil pessoas.
Mesmo num momento em que a taxa de juros atingiu 14,75%, o maior patamar em 20 anos, o Agibank não pretende tirar o pé do acelerador e mantém a meta de alcançar R$ 10 bilhões em concessões de crédito até 2030.
Uma das alavancas de crescimento deve ser o programa Crédito do Trabalhador, o programa de consignado privado criado pelo governo federal cujo potencial de mercado é estimado em até R$ 300 bilhões.
“Temos um diferencial competitivo grande, pois já estamos conectados com a plataforma da Dataprev, que é a mesma do INSS. Nos primeiros dias do programa, nosso aplicativo foi um dos mais baixados nas lojas de aplicativos para Android,” disse o CEO.
Ainda assim, o CFO destacou que há espaço para crescer no consignado público. “Temos apenas 7% de participação de mercado,” afirmou Marcello.
Em abril, o Agibank teve seu rating elevado pela Moody’s para AA-. Segundo o CFO, isso deve abrir novas possibilidades para diversificar o funding, incluindo acesso a investidores institucionais, fundos de pensão e bancos.
Nesta semana, o Agibank levantou US$ 75 milhões com o IFC, braço de investimentos do Banco Mundial voltado para operações com clientes vulneráveis.
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