Academia Brasileira cria situação constrangedora com “Ainda Estou Aqui”
Instituição tentou excluir o filme da disputa do Grande Otelo com homenagem, mas recuou após recusa da equipe


Filme seria homenageado e excluído da premiação
A Academia Brasileira de Cinema anunciou na terça (22/4) que o longa “Ainda Estou Aqui” não participaria da 24ª edição do Prêmio Grande Otelo. A decisão foi justificada com base no desempenho do filme, considerado excepcional.
Segundo comunicado publicado pela própria instituição, “a extraordinária trajetória do filme ‘Ainda Estou Aqui’ fez com que, por unanimidade, a diretoria da Academia Brasileira de Cinema, com homologação de sua assembleia, decidisse oferecer o Prêmio Especial Grande Otelo 2025 ao filme, que seria recebido por Walter Salles e Fernanda Torres em nome de toda a sua equipe”. Ainda de acordo com a nota, “para isso, apesar de inscrito, teríamos que retirá-lo da competição e alçá-lo à categoria ‘hors concours’, ou seja, que tem a sua excelência incontestável, superando os demais concorrentes”.
Equipe recusa homenagem e exige concorrer
A decisão gerou reação imediata. Os produtores do filme recusaram publicamente a homenagem e solicitaram que o longa fosse reintegrado à disputa. Segundo a equipe, manter o filme fora da competição prejudicaria o reconhecimento de dezenas de profissionais envolvidos nas categorias técnicas e artísticas da premiação.
Academia volta atrás após pedido formal
Nesta quarta (23), a Academia reviu sua decisão e anunciou a reintegração de “Ainda Estou Aqui” à competição. A nova nota, também publicada nas redes da instituição, afirmou: “Recebemos hoje um pedido dos produtores do filme para que ‘Ainda Estou Aqui’ participe da competição do prêmio deste ano. Dessa forma, a Academia Brasileira de Cinema, como não poderia ser diferente, acata e respeita a decisão dos produtores, recolocando o filme em todas as categorias por eles inscritas e o retirando do Prêmio Especial 2025”.
Com isso, a Academia fez o que deveria ter feito desde o início, sem passar pelo constrangimento de tentar tirar da disputa o primeiro vencedor brasileiro do Oscar: simplesmente considerar os melhores trabalhos nas categorias em que foram inscritas.
A cerimônia de entrega está marcada para 30 de julho, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.