A vida dura de Lewandowski com um senador da base do governo
A relação tem sido mais cordial até com senadores de oposição como Flávio Bolsonaro, Sergio Moro e Jorge Seif

A equipe de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça estranhou a dura recepção de um senador da base do governo à PEC da Segurança Pública, enviada na última terça-feira à Câmara dos Deputados. A relação tem sido mais cordial até com senadores de oposição como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Jorge Seif (PL-SC).
Na quarta-feira, o ministro participou de uma audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado, comandada por Flávio, ao lado de secretários da pasta e dos chefes da PF e da PRF.
Em um momento da audiência, o tom combativo do senador governista Omar Aziz (PSD-AM) na sua interação com Lewandowski chamou a atenção dos presentes pela descortesia. Ele citou uma fala do ministro sobre a inclusão da investigação de crimes contra o meio ambiente na PEC e rebateu:
“Quanto a algumas coisas que o ministro Lewandowski falou – PF, negócio de meio ambiente, não sei o quê -, nós temos que prender bandido, narcotraficante mesmo, você está me entendendo? E, com esse contingente da Polícia Federal, nós não vamos prender nada”, declarou.
Ele também questionou o “absurdo” de a Polícia Científica não ter sido citada na proposta e, quando o ministro perguntou se poderia responder, disse que não, porque ele ainda iria falar na sua manifestação.
No início da sua fala, por sua vez, o senador bolsonarista Jorge Seif fez questão de agradecer Lewandowski e sua equipe por estar “prestigiando o Legislativo brasileiro”.
E saudou, em particular, o secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto, por quem disse ter “grande estima e admiração”. “E também registro aqui que o senhor [Lewandowski] tanto como o Manoel me atenderam maravilhosamente lá no Ministério da Justiça para discutirmos a PEC da segurança pública, a qual, como tudo na vida, tem alguns pontos em que nós concordamos e muitos outros com os quais ainda não concordamos”, declarou.