99Food quer crescer com alta de restaurantes que têm entrega

Bruno Rossini, diretor da empresa, diz que meta é atrair os 30% de estabelecimentos do país não usam aplicativos de delivery

Mai 4, 2025 - 10:24
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99Food quer crescer com alta de restaurantes que têm entrega

A  99Food, plataforma de entrega de comida, retorna ao mercado em junho de 2025. Terá como meta a expansão para restaurantes que não oferecem serviço de entrega por aplicativo. O diretor de Comunicação da empresa, Bruno Rossini, 41 anos, disse ao Poder360 que 30% dos estabelecimentos do setor estão fora desse tipo de comodidade. São cerca de 400 mil empreendimentos.

A 99Food abriu cadastro para inscrição de restaurantes na 3ª feira (29.abr.2025) com isenção de taxas, que vai durar pelo menos 2 anos. Segundo Rossini, isso permitirá a restaurantes terem “preços de entrega que sejam os mesmos dos menus das lojas ou no balcão de atendimento”.

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O relançamento da 99Food em junho será a 2ª tentativa da 99 no mercado de delivery. A empresa havia lançado uma plataforma de entregas em 2019, suspensa em abril de 2023.

Bruno Rossini afirmou que a 99Food deixou de operar naquela época por considerar o segmento desfavorável. Mas, segundo ele, as regras melhoraram atualmente.

Em 2021 o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu impedir contratos de exclusividade do iFood, líder no mercado. Em 2023, determinou que a exclusividade pode existir de forma limitada.

“As plataformas digitais […] acabam virando uma verdadeira máquina de promoção e aquisição de clientes [para restaurantes], declarou Rossini.

O mercado de delivery movimentou cerca de R$ 40 bilhões em 2024, com crescimento de 15% em relação ao ano anterior, segundo dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). A estratégia da 99Food de isenção de taxas pode abrir espaço para a empresa em um setor dominado pelo iFood, que detém aproximadamente 80% do mercado brasileiro.

Assista à entrevista (33min34s):

A empresa chinesa DiDi Chuxing, dona da 99, atua na entrega de comida no México e é líder de mercado. “A gente faz milhões de entregas por mês, tem mais de 700 mil restaurantes cadastrados na nossa plataforma”, disse Rossini.

Leia abaixo trechos da entrevista:

  • isenção de taxa – “O objetivo é oferecer para os restaurantes mais lucro […] e, principalmente, preços mais justos para quem compra comida”;
  • duração – “Não tem como prever [para além de 24 meses], mas o nosso compromisso é sempre oferecer as melhores condições do mercado, como a gente faz nos outros serviços”;
  • mobilidade urbana – “Estamos em mais de 3.300 cidades do país. Em 2024, fizemos 1,4 bilhão de corridas para nossos 55 milhões de clientes”;
  • pagamentos – “Temos 20 milhões de clientes ativos com mais de R$ 1 bilhão depositados nas contas do 99Pay”;
  • publicidade – “Vamos usar todas as ferramentas do arsenal de comunicação e marketing, desde os canais mais tradicionais, como TV, online, até ferramentas de ativação de marca. Quando a gente retira as taxas do restaurante, ele pode [ter] preços de entrega que são os mesmos dos menus nas lojas ou no balcão. Isso hoje não é a realidade do mercado. Precisamos criar campanhas que demonstrem que a gente está trazendo alternativas para entrega de comida que são acessíveis”;
  • junção de serviços – “É a nossa visão de futuro […]. Quando a gente começa a combinar, por exemplo, o 99Food com o 99Pay, quais benefícios eu posso oferecer para os nossos clientes”;
  • transporte por moto – “É o tipo de mobilidade urbana que mais cresce no Brasil e que mais cresce na 99. Nós já somos o líder tanto em número de corridas quanto de cobertura nacional, em mais de 3.300 cidades. O 99Moto está conectando principalmente a periferia das grandes cidades com os centros de transporte público. Existe ainda bastante espaço para crescer”.