10 Fatos sobre Devil May Cry 4
O jogo que trouxe Nero como protagonista O post 10 Fatos sobre Devil May Cry 4 apareceu primeiro em O Vício.
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Lançado originalmente em 2008, Devil May Cry 4 marcou uma nova era para a franquia da Capcom. Era o primeiro título da série nos consoles da geração PlayStation 3 e Xbox 360, e também a estreia de um novo protagonista: o impulsivo, estiloso e misterioso Nero.
Com segredos nos bastidores, cortes na história original, referências religiosas escondidas e até conexões com Bleach, Devil May Cry 4 tem muito mais camadas do que parece à primeira vista. E no vídeo de hoje, falamos sobre tudo isso em 10 fatos.
A Capcom teve medo de repetir a polêmica de Metal Gear Solid 2

Quando Devil May Cry 4 foi anunciado, uma das maiores surpresas foi a substituição de Dante como protagonista principal. Em seu lugar, o novato Nero assumiria o papel central, com voz e captura de movimento de Johnny Yong Bosch. Essa decisão foi debatida internamente por muito tempo dentro da Capcom, e só foi aprovada com a condição de que Dante ainda estivesse presente no jogo. O produtor Hiroyuki Kobayashi revelou que havia um temor real de que os fãs reagissem negativamente à troca de protagonista — algo que já havia acontecido com a Konami em Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, quando Solid Snake foi deixado de lado em favor do estreante Raiden.
A Evolução de Nero

Enquanto Dante em Devil May Cry 3 ganhava novas armas demoníacas após cada chefe derrotado, Nero em Devil May Cry 4 segue um caminho diferente: seu progresso está centrado na evolução do Devil Bringer, o braço demoníaco que define seu estilo de combate. Essa mudança de estrutura foi deliberada — a equipe de desenvolvimento queria enfatizar o fato de que Nero é um novato, em comparação ao veterano Dante. Segundo o produtor Hiroyuki Kobayashi, uma das intenções era fazer Dante parecer significativamente mais poderoso desde o início, criando um contraste direto com o crescimento gradual e mais “orgânico” de Nero.
Nero é um descendente direto de Sparda
Ao longo de Devil May Cry 4, Nero começa como um simples cavaleiro da Ordem da Espada, encarregado de capturar Dante após o assassinato do sumo sacerdote Sanctus. No entanto, conforme sua jornada se desenrola, ele descobre um segredo que muda tudo: seu sangue carrega a herança do lendário Cavaleiro das Trevas Sparda.
Essa revelação não apenas redefine a importância de Nero dentro da mitologia da série, mas também explica sua afinidade natural com poderes demoníacos — incluindo sua ligação com a Yamato, a espada de Vergil. Somente no jogo seguinte é que seria revelado oficialmente aquilo que DmC 4 deixa implícito: que Nero é o filho de Vergil.
Dante como chefe de fase pela primeira vez

Apesar de ser o protagonista mais icônico da franquia, Dante nunca havia sido enfrentado diretamente como chefe de fase nos jogos anteriores — até Devil May Cry 4. Nesta sequência, jogando com Nero, podemos enfrentar Dante nas Missões 1 e 10. Essa escolha de design foi ousada e serviu como um marco na narrativa, reforçando a dualidade entre os dois caçadores de demônios.
O confronto com Dante não é apenas memorável por colocar o jogador contra um personagem querido, mas também por demonstrar o quão poderoso ele realmente é. As batalhas são rápidas, imprevisíveis e exigem domínio das mecânicas de combate.
As semelhanças entre Nero e Ichigo, de Bleach

Com seu visual marcante, espada imensa e atitude impulsiva, Nero rapidamente despertou comparações com Ichigo Kurosaki, protagonista do anime Bleach. As semelhanças entre os dois vão além da aparência ou da personalidade: ambos são dublados por Johnny Yong Bosch em inglês, empunham armas icônicas (Zangetsu no caso de Ichigo e a Red Queen para Nero), possuem poderes sobrenaturais e têm interesses amorosos com características curiosamente parecidas — jovens ruivas, vestidas de branco, dubladas por Stephanie Sheh e frequentemente colocadas em situações de perigo.
Restrições orçamentárias
Apesar de ser o primeiro título da franquia lançado para a geração do PlayStation 3 e Xbox 360, Devil May Cry 4 teve um orçamento semelhante ao de seu antecessor, Devil May Cry 3, desenvolvido para o PlayStation 2. Isso significou uma série de limitações para a equipe, que precisou encontrar soluções criativas para entregar o jogo dentro do prazo estipulado. Uma das decisões mais criticadas — a reutilização de fases e chefes na segunda metade da campanha, quando o jogador assume o controle de Dante — nasceu diretamente dessas restrições.
Originalmente, Dante teria níveis únicos e chefes originais, e o reflexo disso também é sentido em suas Devil Arms, que desta vez não têm relação direta com os inimigos derrotados — uma quebra com a tradição estabelecida em Devil May Cry 3.
Kyrie é a âncora de Nero

A relação entre Nero e Kyrie vai muito além do romance típico de jogos de ação — ela é, na verdade, o ponto de equilíbrio que impede Nero de mergulhar na escuridão. Na página 216 do livro de artes Devil May Cry Graphic Arts: 3142, é revelado que, sem Kyrie, é bem possível que Nero tivesse seguido um caminho semelhante ao de Vergil, buscando poder no mundo dos demônios a qualquer custo. Além disso, o livro menciona que os únicos motivos pelos quais Nero tolera a fanática Ordem da Espada são justamente Kyrie e seu irmão, Credo.
Referências religiosas
Um dos elementos mais marcantes de Devil May Cry 4 é sua ambientação fortemente inspirada em simbologia cristã e iconografia religiosa. Isso vai muito além da estética das igrejas e das vestes dos cavaleiros da Ordem da Espada. Cinco personagens do game tem nomes inspirados no Ordinário da Missa — a parte da liturgia católica que permanece constante nas celebrações — são eles:
Kyrie – Refere-se ao "Kyrie Eleison" (Senhor, tende piedade), uma das primeiras orações da missa.
Credo – Vem obviamente do "Credo", a profissão de fé cristã ("Creio em Deus Pai…").
Sanctus – Vem do "Sanctus" (“Santo, Santo, Santo”), entoado antes da consagração.
Gloria – Embora não seja um personagem importante no jogo principal, o nome “Gloria” é o alter ego temporário da Trish, e remete ao “Gloria in Excelsis Deo”.
Agnus – Refere-se ao "Agnus Dei" (“Cordeiro de Deus”), parte final da missa, antes da comunhão.
Devil May Cry 4 teve cenas cortadas — e elas só apareceram na novel

Em 2009, a Capcom lançou uma adaptação em dois volumes de Devil May Cry 4 em formato de novel, intitulada Deadly Fortune. Escrita por Bingo Morihashi — que também foi roteirista da série de jogos — a obra expande diversos elementos da narrativa original e revela momentos importantes que foram deixados de fora do jogo por restrições de produção.
No posfácio da novel, Morihashi chegou a comentar que algumas dessas cenas haviam sido originalmente planejadas para aparecer nas cutscenes, mas acabaram sendo cortadas devido ao cronograma apertado e aos limites de orçamento da equipe.
A campanha do Vergil

Na Special Edition de Devil May Cry 4, Vergil ganha uma campanha própria com cutscenes exclusivas. Embora os acontecimentos em si não sejam canônicos, os vídeos adicionados são considerados parte oficial da história — e neles, Vergil aparece investigando a Ordem da Espada décadas antes dos eventos principais do jogo. Durante essa visita, ele enfrenta demônios em Fortuna e observa de longe uma mulher misteriosa, sugerindo possíveis conexões com os habitantes da ilha.
Ao final da campanha, Vergil deixa o local dizendo que a Ordem não é apenas “desorientada” e promete que um dia eles conhecerão o verdadeiro poder de Sparda. A cena final ainda mostra a sombra de um Devil Trigger semelhante ao de Nero, alimentando teorias antigas de que Vergil poderia ser o pai do jovem caçador de demônios — algo que só viria a se confirmar oficialmente em Devil May Cry 5.
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