Homem tenta entrar em cabine de avião da Azul fingindo ser piloto da Gol

Apenas comissários podem entrar na cabine para levar refeições para os pilotos. Após uma verificação realizada pela tripulação, ficou constatado que o homem era um farsante

Abr 25, 2025 - 04:14
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Homem tenta entrar em cabine de avião da Azul fingindo ser piloto da Gol

Um homem que fingia ser piloto da empresa de aviação Gol pediu para entrar na cabine de comando durante um voo realizado pela Azul — o que é proibido pelas regras da aviação mundial. Os comissários negaram acesso e o caso foi relatado às autoridades como uma questão de segurança.

O voo em questão era o AD6035, entre Porto Alegre e Congonhas, realizado em 24 de fevereiro. A aeronave decolou às 14h12 e pousou às 15h52. O falso piloto usava um uniforme de comandante da Gol e tinha também um cordão da empresa, mas não o crachá oficial. O homem exibia apenas um Certificado de Habilitação Técnica emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O passageiro teria apresentado "comportamento suspeito em voo", puxando assunto com comissários da Azul como se fosse um comandante. Eis que ele solicitou então entrada na cabine de comando da aeronave.

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Apenas comissários podem entrar na cabine, para levar refeições para a tripulação. Os pilotos só saem para ir ao banheiro. 

Após uma verificação da cabine, ficou constatado que o homem poderia ser um farsante, uma vez que embarcou com um bilhete regular. Tripulantes uniformizados têm direito a um "passe livre": ou seja, um bilhete gratuito reservado com antecedência, fruto de uma parceria entre Azul, Gol e Latam.

Se o voo estiver lotado, pilotos de outras companhias aéreas podem se sentar na cabine de comando, em um espaço chamado "jump seat", atrás dos assentos dos pilotos. No entanto, o comandante deve autorizar o embarque do colega no "jump seat" antes do voo.

Ao Correio, a Azul informou que a tripulação do voo agiu de maneira preventiva e de acordo com os protocolos da companhia ao "perceber atitude atípica de um cliente que embarcou utilizando bilhete regular, mas se identificou como piloto". "Os tripulantes limitaram seus acessos duramente o voo, seguindo estritamente as normas de segurança, valor primordial para a Azul, e relatando imediatamente o ocorrido para as autoridades competentes e comunicando à congênere envolvida", afirmou, em nota.

A Gol, por sua vez, alegou que eventos atípicos são avaliados e comunicados internamente. "A GOL informa que todo e qualquer evento fora da rotina operacional é avaliado e comunicado internamente, reforçando o compromisso da Companhia com a Segurança, valor número 1 da GOL", disse em nota enviada ao Correio.