Você sabe por que enterramos pessoas em caixões – e não direto na terra?

Você sabe por que enterramos nossos mortos em caixões? Descubra a origem dessa prática e os motivos científicos por trás dessa tradição O post Você sabe por que enterramos pessoas em caixões – e não direto na terra? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Mar 21, 2025 - 07:40
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Você sabe por que enterramos pessoas em caixões – e não direto na terra?

A morte é uma das poucas certezas da vida, mas apesar de ser um evento universal, o modo como lidamos com ela varia amplamente entre culturas e períodos históricos. Entre rituais, homenagens e tradições, uma prática que se tornou comum em muitas sociedades é o uso de caixões para sepultar os corpos. Mas por que enterramos pessoas em caixões?

Desde os primeiros grupos humanos, enterrar os mortos foi uma forma de preservar a dignidade, proteger os vivos de doenças e, em muitas culturas, facilitar a transição do espírito para outra existência. O caixão, no entanto, é uma camada a mais nesse ritual, com funções que vão além de simplesmente conter o corpo.

Por que enterramos pessoas em caixões?

Mulher segurando flores ao lado de um caixão
Imagem: Syda Productions/Shutterstock

Os primeiros registros de sepultamento em caixões remontam a milhares de anos, com evidências arqueológicas de caixões rudimentares feitos de madeira datando de cerca de 5.000 anos. Esses primeiros caixões não eram apenas formas de conter o corpo, mas sim verdadeiros artefatos culturais, frequentemente decorados e utilizados para expressar a posição social da pessoa sepultada.

Em algumas culturas, como no Antigo Egito, os sarcófagos que são uma forma elaborada de caixão eram projetados para proteger o corpo e ajudar na jornada para a vida após a morte.

Sarcófago encontrado em uma das tumbas
Sarcófago encontrado em uma das tumbas (Credito: Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito)

A ideia de enterrar os mortos a uma profundidade específica (os famosos sete palmos de terra) tem mais a ver com questões práticas do que simbólicas. Enterrar os corpos em profundidade protege os restos mortais de animais necrófagos, reduz o risco de contaminação do solo e ajuda a controlar odores de decomposição. O caixão, por sua vez, funciona como uma camada adicional de proteção, retardando a decomposição e criando uma barreira entre o corpo e o solo ao redor.

Mas a função dos caixões não é apenas sanitária. Eles também ajudam a preservar a integridade do corpo por mais tempo, o que é especialmente importante em culturas que valorizam a visitação ao túmulo e a manutenção da memória física do falecido.

Além disso, o caixão serve como um espaço de despedida, um receptáculo onde objetos pessoais, flores e mensagens podem ser depositados junto ao corpo, tornando o enterro um ritual mais íntimo e simbólico para os familiares.

Caixão “Loop Living Cocoon”, feito de cogumelos e forrado com musgos. Crédito: Loop Biotech

Em algumas sociedades modernas, o uso de caixões também está associado a regulamentações ambientais e sanitárias. Em cemitérios urbanos, por exemplo, os caixões ajudam a evitar o afundamento do solo e facilitam o manejo dos espaços.

Ao longo do tempo, no entanto, a visão sobre o uso de caixões tem mudado, especialmente com o crescimento de movimentos voltados para enterros ecológicos, que buscam eliminar ou reduzir o uso de materiais artificiais, permitindo que o corpo retorne à terra de forma mais natural e rápida.

Mesmo com essas mudanças, a imagem do caixão como símbolo de respeito e proteção ainda é profundamente enraizada em muitas culturas, funcionando como uma ponte entre o mundo dos vivos e o descanso eterno.

E, curiosamente, apesar do tabu que cerca a morte, caixões também refletem inovações tecnológicas e até modismos: há caixões temáticos, biodegradáveis, personalizados com fotos e mensagens, mostrando que mesmo diante da morte, a humanidade busca expressar individualidade e afeto.

Com informações de Australian Museum.

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