Veganos precisam mesmo de ultraprocessados para obter proteínas? A ciência responde

Em meio ao crescimento do veganismo no Brasil e no mundo, um novo estudo da USP lança luz sobre uma dúvida que ronda os corredores dos supermercados e as mesas dos nutricionistas: será que os ultraprocessados são indispensáveis para garantir a ingestão adequada de proteínas em dietas veganas? Entre hambúrgueres vegetais, proteínas texturizadas e shakes […]

Mai 8, 2025 - 04:52
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Veganos precisam mesmo de ultraprocessados para obter proteínas? A ciência responde

De acordo com dados da Sociedade Vegetariana Brasileira, a população vegetariana no país cresceu 75% entre 2012 e 2018 – iStock/AegeanBlue

Em meio ao crescimento do veganismo no Brasil e no mundo, um novo estudo da USP lança luz sobre uma dúvida que ronda os corredores dos supermercados e as mesas dos nutricionistas: será que os ultraprocessados são indispensáveis para garantir a ingestão adequada de proteínas em dietas veganas?

Entre hambúrgueres vegetais, proteínas texturizadas e shakes prontos, os produtos voltados para quem não consome alimentos de origem animal ocupam cada vez mais espaço nas prateleiras. Essa expansão do mercado reflete uma mudança cultural, mas também levanta questões sobre o equilíbrio nutricional desse estilo de vida.

De acordo com dados da Sociedade Vegetariana Brasileira, a população vegetariana no país cresceu 75% entre 2012 e 2018. E com essa transformação, surgem debates importantes: é possível manter uma dieta vegana equilibrada sem recorrer aos ultraprocessados? Eles são aliados ou vilões disfarçados?

Estudo revela: a maioria dos veganos consome proteína suficiente — mas com ajuda da indústria

Para responder à pergunta, pesquisadores da Universidade de São Paulo analisaram os hábitos alimentares de 774 veganos por meio de um recordatório alimentar — ferramenta que registra tudo o que foi ingerido em um dia típico. O resultado: sim, a maioria atinge as necessidades diárias de proteínas e aminoácidos essenciais, ainda que com alguma dependência de alimentos industrializados.

O dado curioso é que dois terços da energia diária dos participantes vêm de alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, grãos e leguminosas. Contudo, os que consumiam menos ultraprocessados tinham maior risco de ingerir proteínas em quantidades insuficientes.