Um presente para o futuro
Já se foram quatro meses de 2025. E, para quem acompanha os mercados, foi um começo de ano agitado, porém surpreendentemente positivo. O post Um presente para o futuro apareceu primeiro em Empiricus.

Já se foram quatro meses de 2025.
E, para quem acompanha os mercados, foi um começo de ano agitado, porém surpreendentemente positivo.
Nos Estados Unidos, o início do governo Trump foi pródigo em ruídos, surpresas e incertezas. Por aqui, apesar dos sustos costumeiros, foi um período excelente para o investidor brasileiro.
As carteiras recomendadas pela Empiricus tiveram uma performance espetacular. O “Oportunidades de uma Vida”, por exemplo, acumula uma rentabilidade de 26% até a última quinta-feira (8), dia que escrevo esta newsletter. Um daqueles começos de ano que animam qualquer um.
Mas, por melhor que tenha sido esse trimestre, faço questão de lembrar: quatro meses, mesmo muito bons, não significam quase nada na construção de um verdadeiro patrimônio.
Porque patrimônio mesmo se constrói com uma só coisa: tempo.
É por isso que, há alguns anos, tomamos uma decisão silenciosa, mas poderosa: abrir planos de previdência para cada um dos meus filhos: Isabella (14), Valentina (11) e David (9).
Faço contribuições mensais, automáticas, modestas até. Mas regulares. A lógica não é capturar uma oportunidade. É permitir que o tempo trabalhe por eles, com paciência e disciplina.
O resultado tem sido, claro, positivo, com as crianças criando seu patrimônio, mesmo de forma ainda imperceptível para eles.
Resta, contudo, o desafio de fazer com que eles entendam o valor disso.
Na infância deles, o dinheiro é invisível. Tudo acontece por aplicativo, cartão ou Pix. O dinheiro não tem cheiro, peso nem som.
Na minha infância era diferente. Eu tinha um cofrinho. Quando ele enchia, meu avô me levava à agência da HASPA (só quem tem mais de meio século de idade vai lembrar) para depositar na minha caderneta de poupança.
Levávamos também um caderninho físico, de formato horizontal. O caixa anotava o novo saldo e somava os juros e a correção monetária. Era mágico. Eu via o dinheiro crescer. Entendia o valor de guardar.
Hoje, tudo isso é mais abstrato. Quando falo que coloquei R$ 1.000 na previdência, eles me olham como se eu tivesse guardado o vento.
Mas é exatamente por isso que eu insisto.
Quero que eles cresçam com uma relação saudável com o dinheiro. Que entendam que liberdade não vem do consumo imediato, mas da constância e do longo prazo.
E o Brasil, com todas as suas contradições, oferece uma vantagem rara: juros reais elevados. Para quem investe com horizonte longo, isso é ouro.
A previdência privada, com sua vantagem fiscal e estrutura de longo prazo, é — na minha opinião — o melhor veículo para isso.
Recentemente, li um artigo da Investopedia voltado a jovens investidores. O recado era simples: comece cedo, mesmo com pouco.
Estabeleça uma meta. Invista com regularidade.
Era quase como reler aquele meu caderninho da poupança. Só que sem papel, sem cheiro de tinta, e agora em inglês.
Se você tem filhos, sobrinhos, afilhados ou alunos, pense nisso.
Talvez o maior presente que você possa dar não esteja numa caixa com laço. Mas num plano contínuo. Num investimento invisível. Numa relação com o tempo.
Lá na frente, o agradecimento virá de forma silenciosa: um saldo crescendo, e a liberdade que só o tempo bem aproveitado pode trazer.
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