Um Pai Para Lily | Crítica
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Um Pai Para Lily é inspirado em uma história real, que aconteceu com a diretora e roteirista Tracie Laymon. Em seu longa de estreia ela é corajosa e sincera ao mostrar algo baseado em suas próprias experiências, o que acrescenta um nível extra de vulnerabilidade para a trama.
No filme, Bob Trevino (French Stewart) é um pai narcisista, que não facilita a vida de sua filha e se aproveita da boa vontade dela. Sua filha, Lily (Barbie Ferreira), uma jovem solitária de 20 e poucos anos no Kentucky, faz tudo o que pode para apoiá-lo, apesar de nunca receber qualquer reciprocidade emocional. Sua personalidade espirituosa mascara uma infância conturbada e traumática, na qual sua mãe, viciada em drogas, a abandonou ainda jovem.
Depois que Lily, acidentalmente, arruína um possível romance de seu pai ao confundir uma de suas pretendentes, revelando à namorada que ele anda saindo com outras mulheres, Bob se recusa a falar com a filha novamente.
Quando não está trabalhando como cuidadora da charmosa Daphne (Lauren Spencer) ou ainda sofrendo com término abrupto do relacionamento com o namorado, Lily tenta desesperadamente se reconectar com o pai. É assim que ela encontra Bob Trevino no Facebook e, embora rapidamente perceba que ele não é seu pai biológico, logo deseja que ele fosse. Este Bob (John Leguizamo) é um gerente de construção gentil e tímido, que ainda sofre a perda de seu filho e sente a pressão que isso resultou em seu casamento.
Quando aceita o pedido de amizade de Lily, o que começa como uma simples pergunta sobre se eles são parentes (não são) evolui para uma história fofa de família escolhida em que a garota que precisa de uma figura paternal encontra um homem que precisa de alguém para cuidar. O primeiro encontro fora das telas acontece de forma bastante espontânea, quando ela está com dificuldades para resolver um problema com um vaso sanitário entupido e ele é chamado para ajudar.
Os dois vivem os olhares e os abraços ternos da relação pai-filha que Lily sempre desejou e que Bob não pode viver com seu bebê. Jeanie (Rachel Bay Jones), a esposa melancólica e viciada em scrapbooking de Bob não entende muito bem a amizade dele e de Lily, mas nunca atrapalha, pois ela entende que ali esta algo genuíno e com zero de chances de se tornar algo sexual.
Embora muitos dos eventos do filme foquem em mostrar a tristeza causada pela forma como Lily foi tratada a vida toda e pela dor que Bob continua a suportar, isso coexiste com um senso de humor excêntrico. O que faz com que o filme se torne fácil para o espectador se identificar é o fato de que, assim como na vida real, os personagens não estão o tempo todo confiantes, tranquilos ou sabendo exatamente o fazer. Essas boas intenções desajeitadas de seus personagens rendem risadas e momentos de deixar o coração quentinho. Com a ajuda de Bob, Lily passa a confrontar emocionalmente alguns dos traumas que a impediram de progredir na vida.
Tanto John Leguizamo quanto Barbie Ferreira fazem um bom trabalho e a química da dupla é palpável e comovente. Ele faz de Bob um homem quieto, de sentimentos agitados e uma ternura tocante. Uma atuação muito mais comedida do ator para um personagem diferente do que ele normalmente faz, que costuma ser algo muito mais enérgico. Ferreira também é pura sinceridade e graça ao interpretar Lily. A atriz tem a tarefa de carregar toda essa carga emocional enquanto também não perder o público — este filme não funciona se não estivermos torcendo para que ela consiga pelo menos algumas coisas boas em sua vida, e com certeza estamos torcendo por ela. Ambos conseguem entregar personagens que fazem com que estar perdido e curado seja honestamente comovente e agradável de se ver. Os poucos atores coadjuvantes aqui também recebem espaço adequado no contexto emocional desta história.
Um Pai Para Lily tem uma história emocionalmente inteligente, autêntica e profundamente tocante sobre o poder da conexão humana e da família escolhida. Também mostra que, de vez em quando, as mídias sociais podem trazer coisas boas.
Um Pai Para Lily chega aos cinemas do Brasil em 1º de maio, com distribuição da Synapse Distribution.
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