Kakegurui: Por que novo anime live-action da Netflix é uma grande bagunça
A adaptação faz mudanças polêmicas na trama e nos personagens. O post Kakegurui: Por que novo anime live-action da Netflix é uma grande bagunça apareceu primeiro em Observatório do Cinema.


A adaptação de animes para live-action sempre foi um desafio para a indústria do entretenimento. Desde caracterizações exageradas até narrativas complexas, o salto das animações japonesas para o mundo real exige um equilíbrio delicado.
Algumas produções conseguem entregar um resultado à altura, enquanto outras acabam comprometendo o que tornou o original tão especial.
Quando a Netflix acertou com a adaptação de One Piece, reacendeu a esperança de que outras obras poderiam ser bem tratadas. No entanto, a mais recente investida do estúdio, baseada em Kakegurui, indica que nem todo sucesso é garantia de fórmula repetida.
O primeiro material divulgado já deixou claro que a nova versão da história de Yumeko Jabami será controvérsa.
Mudanças profundas no enredo
Lançado como mangá em 2014 por Homura Kawamoto e Tōru Naomura, Kakegurui ganhou popularidade ao apresentar uma protagonista enigmática e uma trama intensa sobre jogos de azar em uma escola de elite.
O anime, exibido entre 2017 e 2019 pelo estúdio MAPPA, manteve a essência da história, explorando a compulsão de Yumeko por jogos e a corrupção do sistema escolar.
No live-action da Netflix, contudo, a protagonista agora teria como motivação a busca por justiça após o assassinato de sua família. Esse novo objetivo altera drasticamente o que caracterizava Yumeko: uma jogadora compulsiva movida pela adrenalina do risco, e não por vingança.
Outro ponto que não passou despercebido foi a mudança visual dos personagens. O design exagerado de Kakegurui, com penteados vibrantes e expressões extremas, é parte essencial do impacto da obra original. A nova adaptação parece ter optado por uma abordagem mais contida e ocidentalizada.
Muitos apontam que o sucesso de One Piece só foi possível graças à fidelidade nos figurinos e caracterizações, algo que, em Kakegurui, foi abandonado em troca de uma proposta mais “realista”, mas desconexa.
Alterações questionáveis no título e no tom
A decisão de renomear a série como BET também gerou discussões. Um dos principais motivos pode estar no fato de que Kakegurui já tinha uma versão live-action japonesa, lançada em 2018, que se manteve fiel aos traços e às expressões extravagantes do mangá.
Além disso, a escolha do novo nome reforça a sensação de distanciamento do material original, o que torna mais difícil para os fãs antigos se conectarem com essa nova proposta.
Com a recepção inicial negativa ao trailer de divulgação, o futuro de BET ainda é incerto. A escolha por alterar motivações, modificar a estética dos personagens e reescrever pontos fundamentais da história indica que a série talvez esteja mirando em um novo público, mas corre o risco de perder justamente aqueles que tornaram Kakegurui um sucesso global.
Diante de tantas alterações, resta aguardar para ver se a série conseguirá se sustentar como uma nova interpretação da obra ou se será mais um exemplo das dificuldades que permeiam adaptações de animes para o live-action.
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