Trump começa a perder apoio dos bilionários após tarifaço

A recente imposição de novas tarifas de importação pelos Estados Unidos gerou uma onda de críticas entre empresários e bilionários que até então apoiavam o presidente Donald Trump. A medida, que já entrou parcialmente em vigor, foi vista por muitos como um passo arriscado que pode resultar em uma recessão global, aumento da inflação e […] O post Trump começa a perder apoio dos bilionários após tarifaço apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 8, 2025 - 14:50
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Trump começa a perder apoio dos bilionários após tarifaço

A recente imposição de novas tarifas de importação pelos Estados Unidos gerou uma onda de críticas entre empresários e bilionários que até então apoiavam o presidente Donald Trump.

A medida, que já entrou parcialmente em vigor, foi vista por muitos como um passo arriscado que pode resultar em uma recessão global, aumento da inflação e isolamento econômico para os Estados Unidos.

A informação foi divulgada por uma reportagem da CNN, que destacou os temores de figuras de destaque no setor empresarial.

Bill Ackman, CEO da Pershing Square Capital Management, foi um dos críticos mais enfáticos. Em um alerta contundente nas redes sociais, Ackman, que havia apoiado Trump no passado, comparou as tarifas a uma “guerra nuclear econômica”.

Ele afirmou que a medida causaria uma paralisação nos investimentos empresariais e um retraimento no consumo, com consumidores “fechando as carteiras”.

Ackman também previu danos duradouros à reputação global dos Estados Unidos, afirmando que a recuperação poderia levar “anos ou até décadas”.

Trump anunciou, na quarta-feira, 2, a aplicação de tarifas “recíprocas” contra vários países com os quais os EUA apresentam déficit comercial.

As tarifas, que começaram a vigorar no sábado, 5, com uma taxa básica de 10% sobre todas as importações, terão aumentos substanciais a partir de quarta-feira (9). As sobretaxas serão particularmente altas para a China (34%) e para a União Europeia (20%).

O CEO da Pershing Square Capital Management foi direto ao afirmar que os efeitos dessas tarifas podem ser desastrosos para a confiança no mercado dos Estados Unidos.

Ele questionou qual CEO ou conselho de administração se sentiria confortável em realizar grandes compromissos econômicos no país, dado o cenário de “guerra econômica nuclear” estabelecido pelas novas medidas de Trump.

Ackman concluiu que, com sua política comercial, o presidente estava perdendo a confiança dos líderes empresariais globalmente.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, também manifestou preocupação sobre os impactos das novas tarifas.

Em sua carta anual aos acionistas, divulgada na segunda-feira, 7, Dimon alertou que as tarifas podem aumentar a inflação e elevar as probabilidades de uma recessão.

Embora o CEO tenha ponderado que não é certo que o pacote de tarifas causará uma recessão, ele afirmou que a medida, sem dúvida, desacelerará o crescimento econômico.

Outro investidor de destaque, Stanley Druckenmiller, fundador da Duquesne Family Office, se mostrou desconfortável com as tarifas superiores a 10%. Sua fortuna, estimada em US$ 11 bilhões, coloca Druckenmiller entre os investidores mais influentes do setor financeiro, e suas palavras geraram atenção significativa no mercado.

O investidor Ken Fisher, fundador da Fisher Investments, foi ainda mais crítico. Fisher descreveu a decisão de Trump como “estúpida, errada, arrogantemente extrema e ignorante em termos comerciais”.

Embora Fisher normalmente evite se envolver publicamente em questões políticas, ele justificou sua crítica, afirmando que Trump foi além dos limites ao adotar uma política tarifária tão agressiva.

As reações do mercado global não demoraram a surgir. Após o anúncio das novas tarifas, as bolsas de valores ao redor do mundo sofreram quedas significativas.

No entanto, as expectativas de que as medidas possam não ser efetivas ou que possam ser revertidas ajudaram a recuperação parcial dos índices, especialmente na Ásia.

Mesmo assim, analistas e investidores continuam a avaliar a política comercial de Trump como um risco considerável à estabilidade econômica global.

Enquanto Trump insiste que sua estratégia tarifária visa proteger a indústria americana, os sinais provenientes de Wall Street e de outros centros financeiros globais indicam que o apoio da elite empresarial ao presidente está enfraquecendo.

A medida, que anteriormente contava com o respaldo de empresários influentes, agora é vista por muitos como um movimento que pode ter consequências desastrosas tanto para os Estados Unidos quanto para a economia mundial.

A crescente insatisfação entre os antigos aliados do presidente pode sinalizar uma mudança significativa na dinâmica econômica e política dos Estados Unidos, com implicações que vão além da simples disputa comercial.

A escalada protecionista, agora apoiada por tarifas pesadas, representa um desafio não só para as relações comerciais internacionais, mas também para a confiança no sistema financeiro dos EUA, que pode sentir os efeitos dessa estratégia por um longo período.

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